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Callister_-_Engenharia_e_Cincia_dos_Materiais_ptg_ ... - Ufrgs

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Muitos polímeros semicristalinos na forma bruta têm estrutura esferulítica descrita na<br />

Seção 15.11. À guisa de recordação, repitamos aqui que cada esferulita consiste de numerosas fitas<br />

(tiras) dobradas em cadeia, ou lamelas, que se irradiam para fora a partir do centro. Separando<br />

essas lamelas, existem áreas de material amorfo (Figura 15.14); lamelas adjacentes estão<br />

conectadas pelas cadeias de laços que passam através destas regiões amorfas.<br />

O mecanismo de deformação plástica é melhor descrito pelas interações entre regiões<br />

lamelares e intercalantes regiões amorfas em resposta a uma carga de tração aplicada. Este<br />

processo ocorre em vários estágios, que estão esquematicamente diagrama<strong>dos</strong> na Figura 16.3. As<br />

duas adjacentes lamelas dobradas em cadeia e o material amorfo interlamelar, antes da deformação,<br />

estão mostra<strong>dos</strong> na Figura 16.3a. Durante o estágio inicial da deformação (Figura 16.3b), as fitas<br />

lamelares simplemente se escorregam uma em relação à outra quando as cadeias de laço dentro das<br />

regiões amorfas ficam esticadas. A continuada deformação no segundo estágio ocorre pelo giro das<br />

lamelas de maneira que as dobras em cadeia ficam alinhadas com o eixod de tração (Figura 16.3c).<br />

A seguir, os segmentos de blocos cristalinos se separam das lamelas, cujos segmentos permanecem<br />

agarra<strong>dos</strong> entre si por cadeias de laços (Figura 16.3d). No estágio final (Figura 16.3e), os blocos e<br />

as cadeias de laços ficam orienta<strong>dos</strong> na direção do eixo de tração. Assim apreciável deformação de<br />

tração <strong>dos</strong> polímeros semicristalinos produz uma estrutura altamente orientada. Naturalmente,<br />

durante este processo as esferulitas também experimentam mudanças em forma.<br />

As características mecânicas <strong>dos</strong> polímeros semicristalinos estão sujeitos à modificação.<br />

Um aumento em resistência à tração resulta sempre que qualquer restrição é imposta sobre o<br />

processo ilustrado na Figura 16.3. Por exemplo, o aumento do grau de ligação cruzada inibirá o<br />

movimento relativo da cadeia e assim fortalecerá o polímero e o tornará mais frágil. Ligação cruzada<br />

pode ser promovida por irradiação; quando uma amostra de polímero é exposta a certos tipos de<br />

radiação, ligações de cadeia lateral são quebradas e se tornam sítios para a formação de ligações<br />

cruzadas.<br />

Figura 16.3 - Estágios em deformação de um polímero semicristalino. (a) Duas adjacentes lamelas<br />

dobradas em cadeia e o material amorfo interlamelar antes da deformação. (b) Alongamento das<br />

cadeias de laços amorfas durante o primeiro estágio de deformação. (c) Giro das dobras em cadeia<br />

durante o segundo estágio. (d) Separação <strong>dos</strong> segmentos de blocos cristalinos durante o terceiro<br />

estágio. (e) Orientação de segmentos de blocos e das cadeias de laços com o eixo de tração no<br />

estágio final de deformação. (de Jerold M. Schultz, Polymer Materials Science, copyright 1974,<br />

pp.500-501, Reimpresso por permissão de Prentice-Hall, Inc., Englewood Cliffs, NJ).<br />

Mesmo embora ligações intermoleculares secundárias (por exemplo, ligações de van der<br />

Waals) sejam muito mais fracas do que as ligações covalentes primárias, elas são, entretanto,<br />

efetivas em inibir movimento relativo da cadeia. De fato, as propriedades mecânicas de polímeros<br />

são altamente dependentes da magnitude destas fracas forças intermoleculares. Para um polímero<br />

específico, o grau de cristalinidade pode ser uma influência bastante significativa sobre as<br />

propriedades mecânicas de polímeros, uma vez que êle afeta a extensão desta ligação secundária<br />

intermolecular. Para regiões cristalinas nas quais as cadeias moleculares estão densamente<br />

empilhadas num arranjo ordenado e paralelo, existe ordinariamente extensiva ligação secundária<br />

entre adjacentes segmentos da cadeia. Esta ligação secundária é muito menos predominante em

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