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Callister_-_Engenharia_e_Cincia_dos_Materiais_ptg_ ... - Ufrgs

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intencional de tensões superficiais residuais compressivas. Isto pode ser realizado por um processo<br />

de tratamento térmico denominado revenimento térmico. Com esta técnica, a vidraria é aquecida<br />

até uma temperatura acima da região de transição vítrea porém abaixo do ponto de amolecimento.<br />

Ela é a seguir resfriada até a temperatura ambiente num jato de ar ou, em alguns casos, num banho<br />

de óleo. As tensões residuais surgem das diferenças nas taxas de resfriamento para as regiões da<br />

superfície e do interior. Inicialmente, superfície se resfria mais rapidamente e, uma vez trazidas até<br />

uma temperatura abaixo do ponto de deformação, se tornam rígidas. Neste momento, o interior,<br />

tendo se resfriado menos rapidamente, estará numa temperatura maior (acima do ponto de<br />

deformação) e, portanto, se encontra ainda plástico. Com o continuado resfriamento, o interior tenta<br />

contrair-se num grau maior do que permite o exterior agora rígido. Assim, o interior tende a puxar o<br />

exterior para dentro, ou a impor tensões radiais para dentro. Como uma consequência, após a peça<br />

de vidro ter-se resfriado até a temperatura ambiente, ela sofre tensões compressivas na superfície,<br />

com tensões de tração nas regiões do interior. A distribuição de tensão à temperatura ambiente ao<br />

longo de uma seção reta de uma placa de vidro está representada esquematicamente na Figura 14.7.<br />

Figura 14.7 - Distribuição de tensão residual à temperatura ambiente ao longo da seção reta de uma<br />

placa de vidro revenida. (de W.D. Kingery, H.K. Bowen, and D.R. Uhlmann, Introduction to<br />

Ceramics, 2a. Edição, Copyright 1976 por John Wiley & Sons, New York. Reimpresso por<br />

permissão de John Wiley & Sons, Inc.<br />

A falha de materiais cerâmicos quase sempre resulta a partir de uma trinca que é iniciada<br />

na superfície por uma aplicada tensão de tração. Para causar fratura de uma peça de vidro revenida,<br />

a magnitude de uma tensão de tração externamente aplicada deve ser grande suficiente para<br />

primeiro superar a tensão superficial compressiva residual e, em adição, tensionar a superfície em<br />

tração suficientemente para iniciar a trinca, que pode se propagar a seguir. Para um vidro não<br />

revenido, uma trinca será introduzida num nível de tensão externa menor e, consequentemente, a<br />

resistência à fratura será menor.<br />

Vidro revenido é usado para aplicações nas quais alta resistência mecânica é importante;<br />

estas incluem portas grandes, parabrisa de automóvel e lentes de óculos.<br />

14.5 - VITRO-CERÂMICAS<br />

Muitos vidros inorgânicos podem ser feito para transformar de um estado não-cristalino<br />

para um que seja cristalino pelo apropriado tratamento térmico a alta temperatura. Este processo,<br />

chamado devitrificação, ordinariamente é evitado porque vidro devitrificado,sendo policristalino,<br />

não é transparente. Também, tensões podem ser introduzidas como um resultado de mudanças de<br />

volume que acompanham a transformação, fornecendo um produto material relativamente fraco.<br />

Todavia, para alguns vidros esta transformação de devitrificação pode ser administrada na extensão<br />

na qual é produzido um material finamente granulado que é livre de tensões residuais; um tal<br />

produto é denominado vitro-cerâmica. Um agente nucleante (frequentemente dióxido de titânio)<br />

deve ser adicionado para induzir o processo de cristalização ou de devitrificação. Características<br />

desejáveis de vitro-cerâmica incluem um baixo coeficiente de expansão térmica, tal que o utensílio<br />

de vitro-cerâmica não experimenta choque térmico; em adição, resistências mecânicas e

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