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Callister_-_Engenharia_e_Cincia_dos_Materiais_ptg_ ... - Ufrgs

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13.6 - FRATURA FRÁGIL DE CERÂMICAS<br />

À temperatura ambiente, tanto a cerâmica cristalina quanto a cerâmica não-cristalina quase sempre<br />

se fraturam antes que qualquer deformação plástica possa ocorrer em resposta a uma carga de<br />

tração aplicada. Os tópicos de fratura frágil e mecânica da fratura, como discutido anteriormente nas<br />

Seções 8.4 e 8.5, também se relacionam à fratura de materiais cerâmicos; êles serão revistos<br />

brevemente neste contexto.<br />

O processo de fratura frágil consiste da formação e propagação de trincas através da<br />

seção reta de material numa direção perpendicular à carga aplicada.Crescimento de trinca em<br />

cerâmicas cristalinas é usualmente através <strong>dos</strong> grãos (isto é, transgranular) e ao longo de planos<br />

cristalográficos (ou de clivagem) específicos, planos de alta densidade atômica.<br />

As resistência à fratura medidas de materiais cerâmicos são substancialmente menores do<br />

que previstas pela teoria das forças de ligação interatômicas. Isto pode ser explicado pela muito<br />

pequenas e onipresentes falhas (defeitos) no material que servem como elevadores de tensão -<br />

pontos nos quais a magnitude de uma tensão de tração aplicada é amplificada. O grau de<br />

amplificação da tensão depende do comprimento da trinca e raio de curvatura da ponta de acordo<br />

com a Equação 8.1, sendo o mais alto para defeitos longos e aponta<strong>dos</strong>. Estes elevadores de tensão<br />

podem ser diminutas trincas da superfície ou do interior (microtrincas), poros internos e cantos de<br />

grão, que são virtualmente impossível de eliminar ou controlar. Por exemplo, mesmo umidade e<br />

contaminantes na atmosfera podem introduzir trincas superficiais em fibras de vidro récem<br />

conformadas; estas trincas afetam deterioradoramente a resistência mecânica. Uma concentração de<br />

tensão numa ponta de defeito pode causar a formação de uma trinca, que pode propagar-se até<br />

eventual falha.<br />

A medida da capacidade de um material cerâmico para resistir à fratura quando uma trinca<br />

estiver presente é especificada em termos tenacidade à fratura. A tenacidade à fratura de<br />

deformação plana, K Ic , como discutida na Seção 8.5, é definida de acordo com a expressão<br />

K Ic = Y σ (π a) 1/2 (13.2)<br />

onde Y é um parâmetro adimensional que é função das geometrias tanto da amostra quanto da<br />

trinca, σ é a tensão aplicada e a é o comprimento de uma trinca superficial ou a metade do<br />

comprimento de uma trinca interna. A propagação de trinca não ocorrerá enquanto o lado direito da<br />

equação 13.2 for menor do que a tenacidade à fratura por deformação plana do material. Valores<br />

de tenacidade à fratura por deformação plana para materiais cerâmicos são menores do que aqueles<br />

para metais; tipicamente êles estão abaixo de 9000 psi (polegada) 1/2 [ou, 10 MPa(m) 1/2 . Valores de<br />

K Ic para vários materiais cerâmicos estão incluí<strong>dos</strong> na Tabela 8.1.<br />

Sob algumas circunstâncias, a fratura de materiais cerâmicos ocorrerá por lenta<br />

propagação de trincas, quando tensões forem estáticas em natureza e o lado direito da equação<br />

13.2 for menor do que K Ic . Este fenômeno é chamado fadiga estática, ou fratura retardada; o<br />

uso do termo "fadiga" é algo enganador porquanto uma fratura possa ocorrer na ausência de tensões<br />

cíclicas (fadiga de metal foi discutida no Capítulo 8). Observou-se que este tipo de fratura é<br />

especialmente sensível às condições ambientais, especificamente quando umidade estiver presente<br />

na atmosfera. Relativamente ao mecanismo, um processo de corrosão sob tensão provavelmente<br />

ocorre nas pontas das trincas; isto é , a combinaçãode uma tensão de tração aplicada e dissolução<br />

de material conduz a um afilamento e a um acompridamento das trincas até que, por fim, uma trinca

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