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Callister_-_Engenharia_e_Cincia_dos_Materiais_ptg_ ... - Ufrgs

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taxa de mudança de temperatura. Tensões térmicas podem ser estabelecidas como um<br />

resultado de gradientes de temperatura através de um corpo, que são frequentemente causadas<br />

por rápido aquecimento ou resfriamento, em que o lado de fora muda-se mais rapidamente<br />

do que a parte interna; variações dimensionais diferenciais servem para restringir a expansão<br />

(ou contração) livre de elementos de volume adjacentes dentro da peça. Por exemplo, no<br />

aquecimento, o exterior de uma amostra é mais quente e, portanto, terá se expandido mais do<br />

que as regiões internas. Portanto, tensões superficiais, sendo compressivas, são induzidas e<br />

são balanceadas por tensões trativas internas. As condições de tensão interior-exterior são<br />

revertidas para resfriamento rápido de tal maneira que a superfície é colocada num estado de<br />

tração.<br />

Choque Térmico de <strong>Materiais</strong> Frágeis<br />

Para metais e polímeros dúteis, o descarregamento de tensões termicamente induzidas<br />

pode ser realizada por deformação plástica. Entretanto, a não dutilidade de muitas cerâmicas<br />

acentua a possibilidade de fratura frágil a partir dessas tensões. Resfriamento rápido de um<br />

corpo frágil mais provavelmente acarretará tal choque térmico do que o aquecimento rápido,<br />

uma vez que a tensões superficiais induzidas são de tração. Formação de trinca e sua<br />

propagação a partir de defeitos superficiais são mais prováveis de ocorrer quando uma tensão<br />

imposta for de tração (Seção 13.6).<br />

A capacidade de um material suportar este tipo de falha é denominada resistência ao<br />

choque térmico. Para um corpo cerâmico que é rapidamente resfriado, a resistência ao choque<br />

térmico depende não apenas da magnitude da mudança de temperatura, mas também das<br />

propriedades mecânicas e térmicas do material. A resistência ao choque térmico é melhor<br />

para cerâmicas que têm altas resistências à fração σ f e altas condutibilidades térmicas, bem<br />

como um baixo módulo de elasticidade e baixos coeficientes de expansão térmica. A<br />

resistência de muitos materiais a este tipo de falha pode ser aproximada pelo parâmetro de<br />

resistência ao choque térmico TSR:<br />

TSR ≅ σ f k / Eα l (20.9)<br />

Choque térmico pode ser prevenido pela alteração das condições externas até o grau<br />

em que taxas de resfriamento ou aquecimento são reduzidas e gradientes de temperatura<br />

através do corpo são minimiza<strong>dos</strong>. Modificação das características térmicas ou mecânicas na<br />

Equação 20.9 pode também acentuar a resistência ao choque térmico de um material. Desses<br />

parâmetros, o coeficiente de expansão térmica é provavelmente mais facilmente variado e<br />

controlado. Por exemplo, vidros comuns de soda-cal, que tem um α l de aproximadamente 9<br />

x 10 -6 ( o C) -1 , são particularmente susceptíveis a choque térmico, conforme alguém que assou<br />

em forno pode provavelmente atestar. Reduzindo os teores de CaO e de Na 2 O enquanto que<br />

ao mesmo tempo adiciona B 2 O 3 em suficiente quantidade para formar vidro de borossilicato<br />

(ou Pyrex) reduzirá o coeficiente de expansão até cerca de 3 x 10 -6 ( o C) -1 ; este material é<br />

inteiramente adequado para o forno de cozinha e seus ciclos de resfriamento. A introdução de<br />

alguns poros relativamente grandes ou segunda fase dútil pode também melhorar as<br />

características de choque térmico de um material; ambas serve para impedir a propagação de<br />

trincas induzidas termicamente.<br />

É às vezes necessário remover tensões térmicas em materiais cerâmicos como um<br />

meio de melhorar suas resistências mecânicas e características óticas. Isso pode ser realizado<br />

por um tratamento térmico de recozimento, como discutido para vidros na Seção 14.4.

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