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A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

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Nessa perspectiva, a própria agenda <strong>de</strong> ação <strong>do</strong>s Conselhos <strong>de</strong>veria sofrer umarevisão, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> aproximá-los mais <strong>de</strong>sse papel. Desse ponto <strong>de</strong> vista, os Conselhos<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> estariam precisan<strong>do</strong> não <strong>de</strong> mais normas, ou mais po<strong>de</strong>res legais, ou maisinstitucionalida<strong>de</strong>, e sim <strong>de</strong> mais política, mais vocalização, mais visibilida<strong>de</strong>, envolven<strong>do</strong><strong>de</strong> forma muito mais direta e orgânica as questões <strong>de</strong> informação qualificada eda comunicação <strong>de</strong> massa. A segmentação social e as enormes <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> acessoà informação vigentes no Brasil são uma dificulda<strong>de</strong>, mas atestam a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> secaminhar nessa direção.Embora tenha si<strong>do</strong> um caminho até hoje pouco <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>, po<strong>de</strong>-se dizer que,no cenário brasileiro <strong>de</strong> consolidação <strong>de</strong>mocrática, com a universalização <strong>de</strong> regras <strong>de</strong>disputa e o or<strong>de</strong>namento <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> político, instâncias como os Conselhos <strong>de</strong>vem servistas como potentes instrumentos auxiliares <strong>de</strong> indução <strong>de</strong> responsiveness e estímulo àaccountability, com condições potenciais <strong>de</strong> exercer forte influência no julgamentoeleitoral.É, então, como parte <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, mas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> governo, que os Conselhospo<strong>de</strong>rão encontrar seu papel renova<strong>do</strong> nos marcos da reforma <strong>de</strong>mocrática <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>,não apenas da saú<strong>de</strong>. Embora a mera existência <strong>do</strong>s Conselhos já tenha um efeito geral,cultural, digamos assim, é no processo cotidiano da tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão pública queesses órgãos po<strong>de</strong>m encontrar seu maior alcance <strong>de</strong>mocrático, qual seja o <strong>de</strong> fazer pesarna <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> interesse público as <strong>de</strong>mandas e necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s setores com menorpresença nas arenas políticas tradicionais. A multiplicação <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> agências po<strong>de</strong>viabilizar uma porosida<strong>de</strong> <strong>do</strong> aparelho estatal que o qualifique, não como um gran<strong>de</strong>receptáculo <strong>de</strong> <strong>de</strong>mandas, mas como uma re<strong>de</strong> flexível <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> micro<strong>de</strong>cisõesrelacionadas à <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>mocrática <strong>do</strong> interesse público, assim como à sua garantia eefetivação através das políticas públicas.CONSELHOS COMO ESPAÇOS DE EXERCÍCIO DA CIDADANIA:CONSTITUIÇÃO DE SUJEITOS E IDENTIDADES COLETIVASA idéia da reforma <strong>de</strong>mocrática <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> tem como contraparte a <strong>de</strong>mocratizaçãoda socieda<strong>de</strong>, na medida em que a efetivação <strong>de</strong> espaços públicos a partir <strong>do</strong> aparelhoestatal, apropria<strong>do</strong>s para tematizar a agenda e modular a formação da vonta<strong>de</strong> políticagovernamental, supõe a emergência <strong>de</strong> sujeitos capazes <strong>de</strong> discriminar interesses epactuá-los no processo <strong>de</strong> construção <strong>do</strong> interesse comum.Para melhor sublinhar que não se trata <strong>de</strong> pensar a socieda<strong>de</strong> ou o merca<strong>do</strong> comoespaços alternativos ao Esta<strong>do</strong> para a distribuição <strong>de</strong> justiça e para a efetivação <strong>de</strong> direitos,prefere-se aqui tratar com a noção <strong>de</strong> cidadania, no lugar <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong> ousocieda<strong>de</strong> civil.5. Przeworsky (1996) tem usa<strong>do</strong> também o termo responsiveness para <strong>de</strong>signar a subordinação <strong>do</strong> governoao interesse público, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> se e como os cidadãos o enunciem. Assim, accountabilityteria mais a ver com o empenho em <strong>de</strong>tectar e seguir o interesse público tal como é expresso pelasocieda<strong>de</strong>, enquanto responsiveness estaria mais relacionada com a capacida<strong>de</strong>, inclusive técnica, <strong>de</strong>saber o que é melhor para a socieda<strong>de</strong>.SAÚDE E DEMOCRACIA - A LUTA DO <strong>CEBES</strong>107

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