12.07.2015 Views

A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

DETERMINANTES DO QUADRO EPIDEMIOLÓGICONo atual estágio <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento científico, dispomos <strong>de</strong> um largo arsenal<strong>de</strong> recursos que nos capacitam a i<strong>de</strong>ntificar e enten<strong>de</strong>r aspectos relevantes da dinâmicadas condições da saú<strong>de</strong> nas populações humanas. Evi<strong>de</strong>ntemente, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>percebermos e explicarmos as transformações nos níveis <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> está limitada pelonosso <strong>de</strong>senvolvimento teórico-conceitual, como o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> causalida<strong>de</strong> a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>, epela capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> registro, mensuração, análise e interpretação disponíveis em nossossistemas <strong>de</strong> informações e pesquisas. As estratégias <strong>de</strong> intervenção em saú<strong>de</strong> têm queobrigatoriamente estarem vinculadas à mo<strong>de</strong>los e concepções causais razoavelmente<strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s, os quais são resultantes <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento científico, porém também sesituam <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> referências i<strong>de</strong>ológicas estabelecidas.A análise <strong>do</strong>s <strong>de</strong>terminantes das condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> tem, em geral, privilegia<strong>do</strong>os <strong>de</strong>terminantes micro-epi<strong>de</strong>miológicos (individuais) e da<strong>do</strong> pouca ênfase nos<strong>de</strong>terminantes macro-epi<strong>de</strong>miológicos (coletivos). Acreditamos que esta última forma<strong>de</strong> abordar a questão é relevante pois, sem retirar a <strong>de</strong>vida importância <strong>do</strong>s fatoresindividuais, relativiza o papel das intervenções médico-sanitárias na transformação <strong>do</strong>sperfis <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da população.DETERMINANTES MACRO-EPIDEMIOLÓGICOSAs mudanças seculares nos perfis epi<strong>de</strong>miológicos, bem como as diferenças <strong>de</strong>perfis entre diferentes socieda<strong>de</strong>s, têm-se apresenta<strong>do</strong> como um problema <strong>de</strong> não simplesexplicação. Constata-se, na quase abso<strong>luta</strong> maioria das socieda<strong>de</strong>s, uma tendência secular<strong>de</strong>crescente das diversas medidas da mortalida<strong>de</strong>, tais como mortalida<strong>de</strong> infantil emortalida<strong>de</strong> geral, como consequência, principalmente, da redução na mortalida<strong>de</strong> por<strong>do</strong>enças infecciosas. Esta tendência, tem si<strong>do</strong> observada mesmo em socieda<strong>de</strong>s em queos indica<strong>do</strong>res econômicos apresentam tendência a agravamento (Fleury, 1995; Omettoet al, 1995). Inversões <strong>de</strong>sta tendência tem si<strong>do</strong> observadas em alguns momentos <strong>de</strong>gran<strong>de</strong> crise social ou econômica, porém estes perío<strong>do</strong>s são, em geral, curtos e segui<strong>do</strong>spor nova redução nos indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong>.Apesar <strong>de</strong>sta tendência <strong>de</strong>crescente, as diferenças <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res entre os países- mesmo entre aqueles com níveis econômicos similares -, entre as macrorregiões, ouainda entre grupos sociais, ten<strong>de</strong>m a se ampliarem, como verificamos no panoramaapresenta<strong>do</strong> para o Brasil. A <strong>de</strong>terminação e a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste processo não encontralastro em uma teoria unifica<strong>do</strong>ra.Um ponto que merece <strong>de</strong>staque respeito à discussão sobre se a modificação dasmacrodiferenças existentes nos padrões <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ou mesmo a intensificação <strong>do</strong> processosecular <strong>de</strong> mudança está fora da capacida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Isto se dariaem consequência <strong>de</strong> mudanças nos padrões econômicos ou da constituição <strong>de</strong> políticassociais, como aquelas voltadas para as questões <strong>do</strong> saneamento e para incremento <strong>do</strong>esta<strong>do</strong> nutricional da população. Modificações <strong>de</strong> aspectos comportamentais tambémpo<strong>de</strong>m ter efeitos positivos nos padrões <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, toman<strong>do</strong>-se como exemplos, o impactoda disseminação <strong>do</strong> aleitamento materno e <strong>do</strong> <strong>de</strong>clínio da fertilida<strong>de</strong> sobre os indica<strong>do</strong>resda mortalida<strong>de</strong> infantil (Patarra, 1995; Victora et al,1987; Monteiro et al, 1995).SAÚDE E DEMOCRACIA - A LUTA DO <strong>CEBES</strong>53

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!