12.07.2015 Views

A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Sem eliminar esta e outras dimensões explicativas, é necessário, no entanto, que sejamagrupadas e interrelacionadas outras causas, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que seja facilitada aimplementação <strong>de</strong> alternativas <strong>de</strong> transformação mais abrangentes.Mas sobretu<strong>do</strong>, <strong>de</strong>ve fazer parte <strong>de</strong>sse processo <strong>de</strong> análise, a a<strong>de</strong>quada compreensãoda natureza mais específica das organizações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, particularmente hospitalares,<strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a permitir não apenas a construção <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> referência paraanálises mais pertinentes, mas também, para que as soluções sejam mais ajustadas ea<strong>de</strong>quadas às condições e condicionamentos particulares <strong>de</strong>ste tipo organizacional, ohospital público.Procuran<strong>do</strong> satisfazer esses pressupostos, concebe-se a organização <strong>de</strong>ste texto,<strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que num primeiro momento, procura-se i<strong>de</strong>ntificar algumas dimensões aconcorrerem para a crise <strong>do</strong> setor hospitalar público. Em seguida são exploradas ascaracterísticas mais marcantes das organizações hospitalares públicas, tanto em seuscomponentes intrínsicos, <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s da natureza <strong>de</strong> seu trabalho, como em relação aoscondicionamentos advin<strong>do</strong>s da sua condição <strong>de</strong> vinculação à administração pública esua inserção no Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS).DIMENSÕES DA CRISE NO SETOR HOSPITALAR PÚBLICO:UMA REFERÊNCIA PARA OS DESAFIOS DE TODO O SISTEMAAo tomar esse tema para trabalho, não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rar a crise que envolveo setor saú<strong>de</strong>, sobretu<strong>do</strong> ao nível da atenção médica-hospitalar. Naturalmente que nãose preten<strong>de</strong> uma análise <strong>de</strong>ssa crise, mas ao menos uma localização das suas dimensõesque mais diretamente interagem com o que será trata<strong>do</strong> ao longo <strong>do</strong> texto.Vecina Neto e Malik (1991), propõem uma análise <strong>de</strong>sta crise a partir <strong>de</strong> trêsdimensões 7 . Uma primeira a nível estrutural, mais associada à importância política conferidaao setor, que se expressa na baixa priorida<strong>de</strong> enquanto área <strong>de</strong> governo. Isso po<strong>de</strong>ser diagnostica<strong>do</strong> pelos limita<strong>do</strong>s recursos <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s a área, mas também pelos baixossalários, pela qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s serviços presta<strong>do</strong>s, pelo reduzi<strong>do</strong> controle social, peloscritérios clientelistas para ocupação <strong>de</strong> cargos <strong>de</strong> gerência, entre outros. O segun<strong>do</strong> grupo<strong>de</strong> causas encontra-se a nível organizacional, naturalmente que condicionadas pelasprimeiras. Entre tais causas, <strong>de</strong>stacam-se a inexistência <strong>de</strong> objetivos claramente <strong>de</strong>fi-5. Fundações privadas são organizações legalmente constituídas com personalida<strong>de</strong> jurídica própria eregidas pelo direito priva<strong>do</strong>; as fundações privadas <strong>de</strong> apoio são constituídas em função e ao la<strong>do</strong> <strong>de</strong>uma organização pública e formalmente com ela estabelecem relações formais (convênios), <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> aviabilizar através da fundação diversas ações e processos que legalmente não são possíveis naorganização <strong>de</strong> direito público adm. direta e mesmo indireta.6. Há distintas formas <strong>de</strong> inserir a lógica da cooperativa no setor saú<strong>de</strong>: como exemplo mais radical, nãoapenas terceiriza-se a responsabilida<strong>de</strong> pela prestação <strong>de</strong> serviços finalísticos para uma cooperativa <strong>de</strong>profissionais, ou para várias, como também vincula-se uma nova modadlida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pagamento, o prépagamentoper capita; neste caso o melhor exemplo se <strong>de</strong>u em boa parte <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> daPrefeitura <strong>de</strong> São Paulo, na gestão <strong>do</strong> Prefeito Paulo Maluf (93-96); outros exemplos <strong>de</strong> cooperativa,restringem-se à terceirização <strong>do</strong> trabalho à profissionais coopera<strong>do</strong>s, cujo contrato posui valor fixo,basea<strong>do</strong> no número <strong>de</strong> profssionais que a cooperativa obriga-se a manter no serviço; os exemplos estãoem alguns hospitais <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> janeiro, tanto estaduais, quanto municipais.146 SAÚDE E DEMOCRACIA - A LUTA DO <strong>CEBES</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!