12.07.2015 Views

A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

TENDÊNCIAS E DESAFIOS PARA A GESTÃO DE HOSPITAIS PÚBLICOS:POSSIBILIDADES EXTENSIVAS AO SISTEMAEm termos ten<strong>de</strong>nciais, observa-se que o hospital está ainda condiciona<strong>do</strong> poroutros fatores, <strong>de</strong>correntes da condição <strong>de</strong> organização pública <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Sobre isso,<strong>de</strong>vem ser observadas algumas alterações ocorridas nos últimos anos, que não têm si<strong>do</strong>a<strong>de</strong>quadamente consi<strong>de</strong>radas. Não são <strong>de</strong>sconhecidas as exigências <strong>de</strong> maiorracionalida<strong>de</strong> quanto à utilização <strong>de</strong> recursos públicos. Igualmente, há uma série <strong>de</strong>medidas que enfatizam incrementos <strong>de</strong> produção nessas organizações. Para os hospitaispúblicos, a introdução <strong>de</strong> novos mecanismos <strong>de</strong> financiamento e <strong>de</strong> custeio Sistema <strong>de</strong>Autorização <strong>de</strong> Internação Hospitalar/AIH 40 tem o significa<strong>do</strong> da necessária associaçãoentre recursos e produção, regra até há pouco <strong>de</strong>sprezada em boa parte da administraçãopública. Apesar <strong>de</strong> submeti<strong>do</strong>s a este novo sistema, não se esboçam transformaçõesimportantes nas suas racionalida<strong>de</strong>s administrativas. Até hoje não dispõem <strong>de</strong> sistemas<strong>de</strong> apuração <strong>de</strong> custos! Tais tendências i<strong>de</strong>ntificadas na própria administração públicaem geral, e não apenas na saú<strong>de</strong>, com certeza acarretarão em prazos relativamente curtos,novas lógicas <strong>de</strong> acesso a recursos 41 .As condições ambientais no entanto, estão a indicar uma tendência à valorização<strong>de</strong> mecanismos mais competitivos no interior das próprias organizações públicas, quantoao acesso a recursos, o que significa vincular disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos à produção eà qualida<strong>de</strong>.Não é menos importante, sen<strong>do</strong> mesmo associa<strong>do</strong> à condição referida acima, atendência à maior autonomia das organizações públicas. No setor saú<strong>de</strong>, a <strong>de</strong>scentralizaçãoé um <strong>do</strong>s princípios da diferenciação <strong>do</strong> sistema, embora que ainda não esteja,até o momento, a<strong>de</strong>quadamente implementa<strong>do</strong>. No entanto, as experiências sanitáriasque experimentam maior sucesso e inovação, encontram nos caminhos da<strong>de</strong>scentralização e maior autonomia, pelo menos parte das razões que explicam amelhoria <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s.Como alerta Men<strong>de</strong>s (1993), <strong>de</strong>scentralizar não significa tornar in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes asunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, mas sim criar um relação “biunívoca” entre as dimensões centralizaçãoe <strong>de</strong>scentralização, “on<strong>de</strong> a cada momento <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização <strong>de</strong>ve correspon<strong>de</strong>r um outro, <strong>de</strong>centralização subordinada” 42 .Finalmente, as tendências <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> reforma constitucional no campo daadministração pública brasileira <strong>de</strong>vem induzir à a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> maior autonomiadas organizações estatais, com a contrapartida da centralização sen<strong>do</strong> expressana lógica da cobrança <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s, acompanhada <strong>de</strong> mecanismos recompensa<strong>do</strong>resem função <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenhos satisfatórios 43 . Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> as propostas <strong>do</strong> governo <strong>do</strong>squatro possíveis níveis da administração pública brasileira, ao menos em três <strong>de</strong>les,está preconiza<strong>do</strong> a introdução <strong>do</strong>s contratos <strong>de</strong> gestão 44 . A introdução <strong>do</strong>s contratos <strong>de</strong>gestão po<strong>de</strong> expressar pura e simplesmente uma nova racionalida<strong>de</strong> para aadministração pública brasileira, on<strong>de</strong> a noção <strong>de</strong> concorrência por recursos e a sua35. LEMOS, Sheyla. op.cit. p.130.36. Thompson, J.D.. Dinâmica Organizacional. São Paulo, Ed. McGraw Hill <strong>do</strong> Brasil, 1976 in Lemos,op.cit.p.12637. DUSSAULT. Gilles. op.cit. p.13.SAÚDE E DEMOCRACIA - A LUTA DO <strong>CEBES</strong>155

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!