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A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

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setor público, sucatea<strong>do</strong> e <strong>de</strong>sgasta<strong>do</strong>, seria recupera<strong>do</strong> e assumiria a condução dasquestões <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da população.Neste senti<strong>do</strong>, a Co-gestão no âmbito <strong>do</strong>s hospitais psiquiátricos, tornou possívelo aproveitamento <strong>de</strong> propostas que, poucos anos antes, eram consi<strong>de</strong>radas totalmenteinviáveis e in<strong>de</strong>sejáveis. A partir daí, tanto nos hospitais <strong>do</strong> Ministério da Saú<strong>de</strong> e,posteriormente, com a aprovação <strong>do</strong> Plano <strong>do</strong> Conasp no âmbito da assistênciapsiquiátrica 14 , quanto em outros hospitais psiquiátricos <strong>do</strong> país, foram exercita<strong>do</strong>sprojetos <strong>de</strong> reestruturação tal como apregoada pelo MTSM, que também esteve à frenteda maior parte <strong>de</strong>stas experiências.Com o Plano <strong>do</strong> Conasp foram reforça<strong>do</strong>s os princípios <strong>de</strong> resgate <strong>do</strong> serviçopúblico <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, com a conseqüente <strong>luta</strong> contra a privatização. Dentre outros princípiosestavam ainda presentes a priorida<strong>de</strong> aos serviços ambulatoriais como elementoscentrais <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo assistencial, a redução <strong>do</strong> número <strong>de</strong> internações e reinternações, aredução <strong>do</strong> tempo médio <strong>de</strong> permanência hospitalar, a regionalização, hierarquização eintegração <strong>do</strong>s serviços.Os princípios, diretrizes e estratégias <strong>do</strong> MTSM tornaram-se tão dissemina<strong>do</strong>sno aparelho <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> que, em 1985 teve lugar o primeiro Encontro <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>res<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental da Região Su<strong>de</strong>ste, em Vitória <strong>do</strong> Espírito Santo. Neste momento,algumas das principais Coor<strong>de</strong>nações <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental, tanto estaduais quantomunicipais, e mesmo algumas instituições universitárias eram ocupadas por dirigentesoriun<strong>do</strong>s <strong>do</strong> MTSM. A Carta <strong>de</strong> Vitória, como ficou conheci<strong>do</strong> o <strong>do</strong>cumento final <strong>de</strong>steencontro viria influenciar <strong>de</strong>cisivamente os relatórios da I Conferência Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Mental <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro e da I Conferência Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental. Uma <strong>de</strong> suascontribuições mais fundamentais está em retomar a premissa da superação <strong>do</strong> hospitalpsiquiátrico (aí <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> reversão <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo hospitalocêntrico), <strong>do</strong>minada pelatendência estratégica da superação mediante a construção <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> alternativa ouparalela ao hospital psiquiátrico.Tais conferências surgiram em <strong>de</strong>corrência da 8ª Conferência Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>que, já sob a égi<strong>de</strong> da influência <strong>do</strong> Movimento da Reforma Sanitária no contexto daNova República possibilitaram, pela primeira vez na história, uma ampla participaçãoda socieda<strong>de</strong> civil na formulação da Política Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Como <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bramentoda 8ª CNS foram propostas conferências sobre áreas temáticas específicas, <strong>de</strong>ntre asquais a da Saú<strong>de</strong> Mental.Contu<strong>do</strong>, a direção da Dinsam, sob administração claramente oposta aosprincípios <strong>do</strong> MTSM, frente à ameaça <strong>do</strong> visível crescimento político <strong>do</strong> Movimento,postergou e tentou evitar que fôsse realizada a Conferência <strong>do</strong> setor. Neste senti<strong>do</strong> <strong>de</strong>useinício à organização, à revelia <strong>do</strong> MS, da Conferência <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, à qualseguiram-se outras em alguns <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s, o que obrigou o Ministério da Saú<strong>de</strong> a seposicionar, convocan<strong>do</strong> a Conferência Nacional.Num clima <strong>de</strong> claro embate, a I Conferência Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental (I CNSM)realizou-se em 1987, quan<strong>do</strong> o MTSM rejeitava o encaminhamento da<strong>do</strong> pelo MS, cujopropósito era efetivar um evento <strong>de</strong> caráter congressual e não <strong>de</strong>mocrático e participativo,retroce<strong>de</strong>n<strong>do</strong> em relação à tradição iniciada com a 8ª Conferência.14. Portaria MPAS nº 3.108 <strong>de</strong> 21/11/82, <strong>do</strong> Conselho Consultivo da Administração <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Previ<strong>de</strong>nciária(Conasp).SAÚDE E DEMOCRACIA - A LUTA DO <strong>CEBES</strong>169

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