12.07.2015 Views

A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Isso tu<strong>do</strong> significará um reforma na administração pública e particularmente,nos princípios <strong>de</strong> gestão <strong>do</strong> SUS, hoje enfaticamente concentra<strong>do</strong>s nos meios.No setor saú<strong>de</strong> e, especialmente, para o parque hospitalar vincula<strong>do</strong> ao SUS,tanto em relação aos hospitais estatais, quanto aos contrata<strong>do</strong>s, as iniciativas controlistascentradas exclusivamente sobre as faturas <strong>de</strong> produção (AIH e UCA), não parecem termuito futuro. Ainda que sejam aperfeiçoa<strong>do</strong>s esses processos, <strong>de</strong>scentraliza<strong>do</strong>s seuscontroles, etc., não há nada que indique, quan<strong>do</strong> coteja<strong>do</strong>s com outros mecanismos <strong>de</strong>controle no país e no mun<strong>do</strong>, que o seu maior e melhor aperfeiçoamento, redundará emgarantias <strong>de</strong> melhores e mais racionais serviços hospitalares.Passa<strong>do</strong>s 20 anos em que a relação entre Esta<strong>do</strong> e presta<strong>do</strong>res priva<strong>do</strong>s se dánessas bases, não há indícios <strong>de</strong> que a racionalida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s serviços presta<strong>do</strong>stenha se altera<strong>do</strong> por <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> tais mecanismos. A conclusão é semelhante paraos serviços públicos, apesar <strong>de</strong> uma experiência similar <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 5 anos. Não háindícios <strong>de</strong> que qualquer <strong>do</strong>s importantes hospitais públicos ou priva<strong>do</strong>s que apresentammo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> gestão inova<strong>do</strong>res, o tenham alcança<strong>do</strong> como <strong>de</strong>corrência daquele sistema.Se tal sistema <strong>de</strong> relacionamento nível central/nível local gerou alguma alteraçãona gestão local, não ultrapassou os limites <strong>do</strong> setor <strong>de</strong> faturamento, on<strong>de</strong> <strong>de</strong> fato po<strong>de</strong>mser encontra<strong>do</strong>s “faturistas profissionais”, muitas vezes firmas contratadas sen<strong>do</strong>remuneradas proporcionalmente às faturas que propiciam aos hospitais.Na introdução, i<strong>de</strong>ntificou-se diversas causas a concorrerem para a atual crise <strong>do</strong>parque hospitalar público brasileiro (SUS). Não há dúvidas <strong>de</strong> que a nível estrutural, sejafundamental que a saú<strong>de</strong> se expresse enquanto questão <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> e que isto se manifestepela maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> intervenção/regulação estatal. Tal presença importa enquantoaporte/redistribuição <strong>de</strong> recursos, mas sobretu<strong>do</strong> pela <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> políticas claras,objetivas, formulan<strong>do</strong> priorida<strong>de</strong>s sanitárias e crian<strong>do</strong> condições para viabilizá-las.Não restam dúvidas que, a nível organizacional, boa parte <strong>do</strong>s problemas sejaconsequência da ausência <strong>de</strong> recursos e da in<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> objetivos <strong>de</strong> governo. Noentanto, a esse nível po<strong>de</strong>mos encontrar espaços potencialmente estratégicos parareformulações que sejam impactantes no sistema como um to<strong>do</strong>.Reafirma-se que o mo<strong>de</strong>lo basea<strong>do</strong> nos contratos <strong>de</strong> gestão permite uma engenhosae abrangente concepção <strong>de</strong> gestão. A gestão contratualizada, po<strong>de</strong> impactar aadministração pública no seu to<strong>do</strong>, <strong>de</strong>notan<strong>do</strong> compromisso e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> governoem propor e zelar pelo papel <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. O processo <strong>de</strong> contratualização que se inicia nogoverno, através <strong>de</strong> seus órgãos centrais e <strong>de</strong> caráter regulatório, esten<strong>de</strong>-se às organizaçõescontratadas, públicas ou privadas, mas acima <strong>de</strong> tu<strong>do</strong> reguladas, na medidaem que ao submeterem-se ao contrato, passam a respon<strong>de</strong>r e a ter que cumprir funções<strong>de</strong> natureza pública. Ao nível <strong>de</strong> cada organização, a noção <strong>de</strong> contratualização <strong>de</strong>vepermear a sua própria lógica gerencial, <strong>de</strong> tal mo<strong>do</strong> que se manifesteorganizacionalmente, uma ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> compromissos cujo elo final é o seu cliente externo,a socieda<strong>de</strong>, materializada em clientes com necessida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>mandas específicas. Adimensão mais nobre <strong>de</strong>sse processo estará na competência e qualida<strong>de</strong> das relaçõesúltimas, entre os profissionais e seus clientes e, finalmente, na resultante e impacto sobre47. Norma Operacional Básica. Ministério da Saú<strong>de</strong>. Diário Oficial <strong>de</strong> 2/9/96. A partir <strong>de</strong> 1993, as NormasOperacionais contém os critérios básicos <strong>de</strong> gestão <strong>do</strong> SUS, especialmente no que diz respeito aos aspectosintergovernamentais (União, Esta<strong>do</strong>s e Municípios).SAÚDE E DEMOCRACIA - A LUTA DO <strong>CEBES</strong>159

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!