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A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

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A QUESTÃO DEMOCRÁTICANA SAÚDESonia FleurySAÚDE E DEMOCRACIAA constituição da Saú<strong>de</strong> Coletiva como campo <strong>do</strong> saber e espaço <strong>de</strong> prática socialfoi <strong>de</strong>marcada pela construção <strong>de</strong> uma problemática teórica fundada nas relações <strong>de</strong><strong>de</strong>terminação da saú<strong>de</strong> pela estrutura social, ten<strong>do</strong> como conceito articula<strong>do</strong>r entreteoria e prática social, a organização social da prática médica, capaz <strong>de</strong> orientar a análiseconjuntural e a <strong>de</strong>finição das estratégias setoriais <strong>de</strong> <strong>luta</strong>. Assim, enquanto a noção <strong>de</strong><strong>de</strong>terminação social nos remetia à estrutura produtiva, subsumin<strong>do</strong> ao econômico opolítico e o i<strong>de</strong>ológico, o conceito <strong>de</strong> organização social da prática médica situava-se aonível político, ainda que operan<strong>do</strong> uma segunda redução da problemática <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r, aonucleá-la a partir <strong>de</strong> sua dimensão <strong>de</strong> materialização institucional.As <strong>de</strong>corrências <strong>de</strong>sta construção teórico-política foram já apontadas em relaçãoà centralida<strong>de</strong> que a atuação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> passaria a ter como campo privilegia<strong>do</strong> <strong>de</strong> intervençãoe <strong>de</strong>senvolvimento das <strong>luta</strong>s políticas. No entanto, esta mesma concepção po<strong>de</strong>ser responsabilizada pela estruturação <strong>de</strong> um movimento social tão importante comotem si<strong>do</strong> o movimento sanitário neste últimos 20 anos, bem como por suainstitucionalização através <strong>do</strong> <strong>CEBES</strong>-Centro Brasileiro <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Coletiva.A construção <strong>de</strong> um ator político passa pelo reconhecimento <strong>de</strong> um “nós” poroposição a “eles”, ou seja, pela construção <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> simbólica que possa diferenciarum certo grupo <strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais, bem como dar a ele a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> representarsediante <strong>de</strong> si e <strong>do</strong>s outros. Trata-se, portanto, <strong>de</strong> um conceito relacional <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r,supon<strong>do</strong> que a construção <strong>do</strong> “um” se dá por diferenciação <strong>do</strong> “alter”. Esta representação,só <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser individual, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> priva<strong>do</strong>, para alcançar uma dimensãopública, quan<strong>do</strong> a <strong>de</strong>finição <strong>do</strong> projeto <strong>de</strong>ste grupo articula-se a uma concepção geral<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, transcen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> seus interesses individuais e corporativos.Tal se verificou, na <strong>luta</strong> pela <strong>de</strong>mocratização da saú<strong>de</strong>, já que, ainda que oriun<strong>de</strong><strong>de</strong> um grupamento <strong>de</strong> profissionais e intelectuais da área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> , o movimentosanitário se propõe a incorporar em sua <strong>luta</strong> as <strong>de</strong>mandas da socieda<strong>de</strong> como um to<strong>do</strong>,partin<strong>do</strong> da consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> que as condições <strong>de</strong> exercício profissional estão submetidasàs mesmas <strong>de</strong>terminações que se responsabilizam pela precarieda<strong>de</strong> da saú<strong>de</strong> dapopulação. Esta expansão <strong>do</strong> grupo é parte <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> hegemonia,isto é, <strong>de</strong> uma nova relação entre classe/Esta<strong>do</strong>/Socieda<strong>de</strong> 1 .Entretanto, a eficácia da ação política <strong>de</strong> um ator social não <strong>de</strong>corre apenas <strong>de</strong>seu momento <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> política mas fundamentalmente, emtermos leninistas, <strong>do</strong> momento estratégico-militar, no qual são construí<strong>do</strong>s os instru-SAÚDE E DEMOCRACIA - A LUTA DO <strong>CEBES</strong>25

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