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A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

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A análise da composição e perfil da sub-comissão, composta por vinte e um constituintese vinte um suplentes, revelou uma primeira surpresa: a maioria não haviaescolhi<strong>do</strong> a sub-comissão por primeira opção, o que revela a falta <strong>de</strong> importância a elaconferida. Estes se dividiram polarmente entre os a<strong>de</strong>ptos das teses da 8ª ConferênciaNacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e os <strong>de</strong>fensores da iniciativa privada na saú<strong>de</strong>.Como se po<strong>de</strong> observar, ao começo, poucos tinham propostas claras quanto àsaú<strong>de</strong>, mesmo porque <strong>de</strong>sconheciam o seu quadro diagnóstico com agu<strong>de</strong>za.Assim, as audiências públicas realizada tiveram um perfil essencialmentepedagógico.Foram ouvidas as entida<strong>de</strong>s mais representativas <strong>do</strong> setor, os Ministros da Saú<strong>de</strong>e da Previdência, dirigentes <strong>do</strong>s órgãos vincula<strong>do</strong>s às pastas, Secretários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e aprópria Comissão Nacional <strong>de</strong> Reforma Sanitária que introduziu a proposta referenteao seu trabalho <strong>de</strong> interpretar as recomendações da 8ª Conferência Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.As consi<strong>de</strong>rações e propostas feitas aos constituintes po<strong>de</strong>m ser dividas em trêsgrupos:- as <strong>de</strong>rivadas e orgânicas com a 8ª Conferência, apresentadas pela CNRS,pelo CONASS e pelas entida<strong>de</strong>s sindicais, associações profissionais,conselhos fe<strong>de</strong>rais, ABRASCO, <strong>CEBES</strong>, entre outras;- aquelas em <strong>de</strong>fesa da “prática liberal”e da iniciativa privada, representadaspela AMB, FBH, cooperativas médicas, entre outras;- e as institucionais, especialmente representadas pelas posições <strong>do</strong>s Ministrosda Saú<strong>de</strong> e da Previdência Social, cada qual na <strong>de</strong>fesa da preservaçãoe valorização corporativa da sua pasta.É importante notar que o primeiro grupo, apesar <strong>de</strong> mais numeroso foiextremamente convergente e complementar entre si, em relação às teses da ReformaSanitária, já que foi o único grupo que trouxe propostas <strong>de</strong> texto, enquanto os <strong>de</strong>maisapenas argumentos e contra-argumentos.No caso <strong>do</strong> grupo que representava os interesses <strong>do</strong> setor priva<strong>do</strong> ficam nítidasas diferenças entre as suas reinvidicações, orientadas à <strong>de</strong>fesa das suas formas específicas<strong>de</strong> prática, embora to<strong>do</strong>s se unissem contra qualquer perspectiva estatizante.O único sub-setor <strong>de</strong>sse grupo passível <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rir a uma ou outra posição era oliga<strong>do</strong> ao setor filantrópico, especialmente às Santas Casas. Estes, que tradicionalmentevêm se benefician<strong>do</strong> da sua ambigüida<strong>de</strong> (pública/privada) estão sempre dispostos auma aliança com a proposta que melhor viabilize seus interesses. No correr <strong>do</strong>s trabalhosacabou por ser selada uma aliança <strong>de</strong>sse setor com as teses mais publicistas, quan<strong>do</strong> lhefoi assegura<strong>do</strong> um tratamento diferencia<strong>do</strong> precedência na contratação por parte <strong>do</strong>po<strong>de</strong>r público.No que toca aos ministros, expressaram posições bastante particulares. O Dr.Roberto Santos, Ministro da Saú<strong>de</strong>, em meio a uma grave crise interna no seu ministério,usou o espaço para fazer um relatório em <strong>de</strong>fesa da sua pasta e da sua administração,sempre <strong>de</strong>claran<strong>do</strong> formalmente sua a<strong>de</strong>são à Reforma Sanitária.O Dr. Rafael <strong>de</strong> Almeida Magalhães, Ministro da Previdência e Assistência Social,compareceu à Comissão com intenções mais claras: <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> os princípios <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralizaçãoe <strong>de</strong>mocratização <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s da 8ª Conferência e <strong>do</strong> “movimento”, propunha72 SAÚDE E DEMOCRACIA - A LUTA DO <strong>CEBES</strong>

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