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A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

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Por isso individualizamos os enfoques segun<strong>do</strong> o mo<strong>do</strong> como que cada qual toma osaber, ou melhor, como vê a relação entre o saber e o processo <strong>de</strong> trabalho e, ao mesmotempo, entre o trabalha<strong>do</strong>r neste processo e o saber científico.Po<strong>de</strong>mos ver, nessa variabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> abordagens, <strong>do</strong>is recortes principais: umexterior e outro interior ao mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho, respectivamente equivalen<strong>do</strong> à primeiraabordagem acima discriminada (1ª) e, em conjunto, a segunda e a terceira registradas.O que distingue uma da outra, para estas duas últimas, é a natureza da reflexão,em termos teóricos e meto<strong>do</strong>lógicos. Problematizam suas questões <strong>de</strong> mo<strong>do</strong>s muitodiversos, ora toman<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho como estruturas sistêmicas em que o to<strong>do</strong>é forma<strong>do</strong> por conjuntos <strong>de</strong> elementos homogêneos (2ª); ou (3ª) como estruturas históricae socialmente <strong>de</strong>terminadas em que a totalida<strong>de</strong> <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho é formada porconstituintes econômica e politicamente articula<strong>do</strong>s em hierarquias.Além <strong>do</strong> que, subdividin<strong>do</strong>-se a terceira em duas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aproximação,teremos estu<strong>do</strong>s dirigi<strong>do</strong>s a <strong>do</strong>is planos distintos <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho: o <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>e o da ativida<strong>de</strong> <strong>do</strong> trabalho (ou processo <strong>do</strong> trabalho).Na primeira abordagem, os recursos humanos são vistos como questão pertencenteà produção e aquisição <strong>do</strong>s conhecimentos científicos, como algo da esfera da ciência eda educação escolar. Nesse “mun<strong>do</strong> pré-trabalho”, que a<strong>de</strong>mais é concebi<strong>do</strong> como fatoranterior e soberano ao trabalho (o saber presi<strong>de</strong> o trabalho), encontrar-se-iam asexplicações e soluções para os problemas <strong>do</strong> trabalho. O que seria o trabalho, nestavisão? Seria prática, aplicação, <strong>de</strong> saberes. Como um “espelho” da formação escolar ouda capacitação profissional, o trabalho <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ria principalmente <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenhopessoal e individualiza<strong>do</strong> <strong>de</strong> cada profissional. Por isso, este trabalha<strong>do</strong>r (ou agente <strong>do</strong>trabalho) é concebi<strong>do</strong> como indivíduo particular e priva<strong>do</strong>.De mo<strong>do</strong> diverso teremos as abordagens em que recursos humanos são elemento<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho. Neste caso, como dissemos, recorta<strong>do</strong> em planos diversos <strong>do</strong>social: na situação <strong>de</strong> estar em merca<strong>do</strong>, logo pertencente à transição entre produto daeducação e agente <strong>do</strong> trabalho; ou como já pertencente ao processo <strong>de</strong> trabalho.O ângulo <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> introduz o mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho pela dimensão da dinâmica<strong>de</strong> oferta e utilização <strong>do</strong>s postos <strong>de</strong> trabalho. Deste mo<strong>do</strong> o trabalho será visto como umlugar na estrutura produtiva, por isso também um reflexo da organização social daprodução e distribuição <strong>do</strong>s serviços, espelhan<strong>do</strong> a própria estrutura institucional e ossetores, público e priva<strong>do</strong>, <strong>de</strong> produção <strong>do</strong>s serviços, no mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho. Tambémse evi<strong>de</strong>nciarão, aí, as características sócio-<strong>de</strong>mográficas da força <strong>de</strong> trabalho.Já pelo ângulo <strong>do</strong> trabalho em operação, uma das concepções existentes, que vêrecursos humanos como insumo e não como, ao revés, agente ou ator no trabalho, tomao trabalho como estrutura técnica isolada e auto-<strong>de</strong>terminada, situação em que seusrecursos, inclusive o humano, reduzem-se a componentes-objeto <strong>do</strong> processo. Nestecaso, os agentes <strong>de</strong> trabalho não po<strong>de</strong>riam dispor-se como sujeitos ou como atores sociais5. Veja-se SCHRAIBER, L. B. - O médico e seu trabalho. Limites da liberda<strong>de</strong>, São Paulo, Hucitec, 1993;MENDES-GONÇALVES, R. B. - Tecnologia e Organização Social das Práticas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>: características<strong>do</strong> processo <strong>de</strong> trabalho na re<strong>de</strong> estadual <strong>de</strong> centros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, São Paulo, Hucitec /Abrasco, 1994; Macha<strong>do</strong>, M.H.- Sociologia <strong>de</strong> las profesiones: un nuevo enfoque Educación Médica ySalud 25 (1): 28-36, 1991.286 SAÚDE E DEMOCRACIA - A LUTA DO <strong>CEBES</strong>

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