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A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

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sem as quais o SUS não conseguirá passar <strong>do</strong> papel. Depois, estes mesmos atores da<strong>de</strong>struição ou da inércia bradam contra o estatismo <strong>do</strong> SUS, alegam que a legislaçãosanitária não seria razoável e propõem esquemas para <strong>de</strong>struí-la. Sugerem retorno àprivatização, esquecen<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> que no Brasil a atenção individual sempre esteveprivatizada e a coisa nunca funcionou. É um <strong>de</strong>scaramento; mas, com certeza, virãodistintos governistas falar em parceria, em <strong>de</strong>smonte da re<strong>de</strong> pública, em privatização<strong>do</strong>s hospitais públicos, etc.Não obstante, o SUS já tem respostas para muitos problemas. E mais, já provou,em inúmeras experiências locais, que a coisa po<strong>de</strong> funcionar. Isto amarga a vida <strong>do</strong>sprivatistas compulsórios. Afinal, em vários municípios <strong>de</strong>monstrou-se a potencialida<strong>de</strong><strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> atenção que viemos inventa<strong>do</strong>. São <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s nas quais osistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> avançou muito, citar alguma seria injustiça com outras. São <strong>de</strong>zenas,mas não são ainda a maioria. Na maioria das localida<strong>de</strong>s a população sofre com o <strong>de</strong>scaso.Nem saú<strong>de</strong> coletiva, nem atenção individual se equacionaram bem na maioria <strong>do</strong> país.Menos <strong>de</strong> vinte por cento da população, por exemplo, vive em municípios que assumirama gestão semi-plena, nossa maior receita contra a burocratização e a corrupção <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lotradicional <strong>de</strong> financiamento das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. O controle social <strong>do</strong>s Conselhos <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> ou das Comissões multipartites mal começou a ser experimenta<strong>do</strong>. Poucossaberiam que estas alternativas estão prometen<strong>do</strong> melhoria <strong>do</strong> SUS. A maioria sofre<strong>de</strong>sassistência, sofre epi<strong>de</strong>mias intermináveis, e, pior, sofre um constante bombar<strong>de</strong>ioda mídia e <strong>do</strong>s porta-vozes <strong>do</strong> “neoliberalismo” responsabilizan<strong>do</strong> o SUS por males<strong>de</strong>correntes <strong>do</strong> mau-governo <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>s que se isentam da responsabilida<strong>de</strong>,responsabilizan<strong>do</strong> o SUS.Ou seja, precisamos compor um bloco coeso para assegurar a divulgação e a multiplicação<strong>de</strong>stas experiências. Respeitarmos o trabalho alheio. Reconhecermos o trabalhoalheio. Apoiarmo-nos no trabalho alheio. Escaparmos da mesquinharia das vaida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> autoria, da estreiteza <strong>do</strong> interesse político-partidário coloca<strong>do</strong> na frente <strong>de</strong> to<strong>do</strong> oresto, <strong>do</strong> cálculo miú<strong>do</strong> das disputas por cargos burocráticas, é preciso. É necessáriosermos mais generosos e ousa<strong>do</strong>s. Entretanto, a busca da ação unitária não po<strong>de</strong>riaredundar em congelamento das discussões, <strong>do</strong>s <strong>de</strong>bates, da procura <strong>de</strong> novos mo<strong>de</strong>los,<strong>de</strong> novas maneiras <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>rmos aos <strong>de</strong>safios sanitários e políticos <strong>do</strong> país. Senãoseria um discurso moralista, vazio, este apelo à unificação <strong>do</strong>s <strong>de</strong>fensores <strong>do</strong> SUS.Restaria a questão: como não ser polêmico? Não encontro outra forma viávelpara viver. Na verda<strong>de</strong>, talvez seja difícil encontrar equilíbrio para <strong>do</strong>sar respeito aotrabalho passa<strong>do</strong> com críticas elaboradas a posteriori. Saber combinar reconhecimentocom crítica e com a reconstrução <strong>de</strong> novos projetos é arte para sábios. E apesar da meiaida<strong>de</strong>,estaríamos, muitos, ainda longe da sabe<strong>do</strong>ria. Não obstante, não custaria semprebuscá-la.Ou seja, julgo conveniente prosseguirmos analisan<strong>do</strong> criticamente os mo<strong>do</strong>s comofazemos saú<strong>de</strong>. Permanecermos abertos ao novo, a <strong>de</strong>scobertas, que somente acontecerãose não pasteurizarmos o <strong>de</strong>bate e, sobretu<strong>do</strong>, a experimentação.Neste artigo, <strong>de</strong>stacarei pontos <strong>de</strong> algumas experiências municipais que,segun<strong>do</strong> meu entendimento, lançaram luzes ou sombras sobre nossas <strong>do</strong>utrinas preestabelecidas.Examinarei eventos ou projetos que ou reafirmaram certezas queconstruíramos, ou criaram campo <strong>de</strong> dúvidas e <strong>de</strong> incertezas nas quais agora nosatolamos. Tentarei avançar nesta linha, sem intenção <strong>de</strong> <strong>de</strong>rrotar a ninguém mais <strong>do</strong>que aos adversários <strong>do</strong> SUS, sem outra pretensão que a <strong>de</strong> contribuir para a reflexão <strong>de</strong>114 SAÚDE E DEMOCRACIA - A LUTA DO <strong>CEBES</strong>

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