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A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

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<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> coletiva seriam atribuição tanto da re<strong>de</strong> básica, quanto <strong>de</strong> Núcleos <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Coletiva, centros integra<strong>do</strong>res da análise das informações com a operacionalização <strong>de</strong>programas consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s prioritários segun<strong>do</strong> uma perspectiva coletiva <strong>de</strong> atuação.Evidência 3A compulsão pela integralida<strong>de</strong> da atenção, muitas vezes, tem impedi<strong>do</strong> açõesparciais que po<strong>de</strong>riam resolver os problemas em questão.A integralida<strong>de</strong> seria assegurada pelo sistema como um to<strong>do</strong>, cada parte po<strong>de</strong>ria,em tese, exercer seu papel <strong>de</strong> parte, sem culpa.Colocações singelas, mas complicadas <strong>de</strong> serem praticadas. Sem a<strong>de</strong>rir àspropostas <strong>de</strong> “focalização” das políticas sociais <strong>de</strong> recorte neoliberal - reduzir a cobertura<strong>do</strong>s programas, aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> apenas aos extremamente carentes -, sou tenta<strong>do</strong> aadmitir que a saú<strong>de</strong> pública, enquanto especialida<strong>de</strong>, somente conseguiria <strong>de</strong>slancharprojetos eficazes se, antes, houvesse <strong>de</strong>finição muito precisa <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s. Ou seja, osinstrumentos da saú<strong>de</strong> coletiva têm <strong>de</strong>stinação mais ou menos precisa. Não há comofugir a isto. Estes Núcleos <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Coletiva <strong>de</strong>veriam, sempre, coor<strong>de</strong>nar a negociação<strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> atenção. É impossível vigiar tu<strong>do</strong>, é impossível prevenir tu<strong>do</strong>. Ações<strong>de</strong> promoção são mais inespecíficas, produzem efeitos em múltiplos processos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><strong>do</strong>ença.Mas fora daí, precisamos pensar mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> intervenção para cada problema,ou, às vezes, para cada grupo homogêneo <strong>de</strong> problemas. Dengue: necessitaríamos <strong>de</strong>um programa nacional <strong>de</strong> combate ao <strong>de</strong>ngue. Com execução e acréscimoscomplementares <strong>de</strong>scentraliza<strong>do</strong>s, mas o básico, este, haveria que articulá-lo o Ministérioda Saú<strong>de</strong>, as Secretarias <strong>de</strong> esta<strong>do</strong>s ou <strong>de</strong> municípios, e ainda as equipes <strong>de</strong> distrito. Omesmo, po<strong>de</strong>ríamos dizer da AIDS, <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças crônicas ou epidêmicas.Dentro <strong>de</strong>sta lógica, não haveria, em princípio, um mo<strong>de</strong>lo melhor <strong>do</strong> que outro.Nem haveria porque se <strong>de</strong>scartar, à priori, qualquer alternativa <strong>de</strong> intervenção. Porexemplo, campanhas sanitárias. Em algumas circunstâncias po<strong>de</strong>riam ser eficazes eracionais. Tomemos o exemplo <strong>do</strong> cólera no Brasil. Começou pelo Amazonas. O quefizemos? Implementamos um complexo conjunto <strong>de</strong> medidas em to<strong>do</strong> o país. Contu<strong>do</strong>,e se tivéssemos monta<strong>do</strong> uma campanha <strong>de</strong> cerco no esta<strong>do</strong> por on<strong>de</strong> se introduziu aepi<strong>de</strong>mia no país? Cair matan<strong>do</strong> sobre o vibrião. E vigiar, nada mais <strong>do</strong> que vigiar o quepo<strong>de</strong>ríamos ter segura<strong>do</strong> na região norte.Por outro la<strong>do</strong>, haveria que se reconhecer a eficácia <strong>de</strong> alguns esquemas <strong>de</strong>intervenção hetero<strong>do</strong>xos. A cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santos enfrentou os temas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental e daAIDS com relativo sucesso. Examinan<strong>do</strong> a experiência <strong>de</strong>les constatamos que forammonta<strong>do</strong>s serviços específicos, articula<strong>do</strong>s à re<strong>de</strong>, mas com gran<strong>de</strong> grau <strong>de</strong> autonomia.Além <strong>do</strong> mais, criaram serviços síntese, que misturaram, <strong>de</strong>liberadamente, a rigi<strong>de</strong>ztradicional da hierarquização assistencial. Os Núcleos <strong>de</strong> Apoio Psicossocial fazematendimento individual ou em grupos, atendimento <strong>de</strong> urgência, internação, reabilitação,etc. Equipes especializadas em DST/AIDS cuidam da <strong>do</strong>ença em suas distintas fases:previnem, tratam, cuidam da integração social e profissional <strong>do</strong>s pacientes e ainda zelampelo envolvimento <strong>do</strong> restante <strong>do</strong> sistema: centros <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, hospitais, etc.Estarmos abertos à criação <strong>de</strong> soluções singulares, sem preconceitos, mas tambémsem <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rar o esta<strong>do</strong> da arte. Experiências anteriores, saberes acumula<strong>do</strong>s eas limitações <strong>do</strong> contexto institucional e político. Fazer saú<strong>de</strong>, é a regra básica. O resto,estaria aberto à análise e ao exame <strong>de</strong> alternativas. Sempre.122 SAÚDE E DEMOCRACIA - A LUTA DO <strong>CEBES</strong>

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