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A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

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processos instituintes que não estão sen<strong>do</strong> contempla<strong>do</strong>s pelo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> organização egestão <strong>do</strong> equipamento institucional em foco, mostran<strong>do</strong> os distintos possíveis caminhar<strong>do</strong>s processos <strong>de</strong> ações <strong>do</strong>s agentes envolvi<strong>do</strong>s, e, portanto, abrin<strong>do</strong> possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>interrogações sobre o mo<strong>do</strong> instituí<strong>do</strong> como se opera o trabalho e o senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> suasações, naquele equipamento.A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escutar os ruí<strong>do</strong>s <strong>do</strong> cotidiano institucional é parte <strong>de</strong> ferramentasanalisa<strong>do</strong>ras <strong>do</strong>s processos institucionais e po<strong>de</strong> permitir a reconstrução <strong>de</strong> novosmo<strong>do</strong>s <strong>de</strong> gerir e operar o trabalho em saú<strong>de</strong>. Permite interrogar sobre a captura <strong>do</strong>trabalho vivo e sobre a constituição <strong>do</strong> processo intercessor.É neste senti<strong>do</strong> que gostaríamos <strong>de</strong> explorar tal caminho pelo la<strong>do</strong> da constituição<strong>do</strong> espaço intercessor como lugar <strong>de</strong> vozes e <strong>de</strong> escutas, isto é, como o lugar querevela, no interior <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> trabalho em saú<strong>de</strong>, o encontro <strong>de</strong> <strong>do</strong>is instituintes quequerem falar e serem escuta<strong>do</strong>s em suas necessida<strong>de</strong>s - <strong>de</strong>mandas.Os construtores <strong>de</strong> um da<strong>do</strong> espaço intercessor atuam instituintemente, e se umda<strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo tecno-assistencial, como aquele que procura construir este processo intercessorpartilha<strong>do</strong> como um processo objetal (veja o que foi fala<strong>do</strong> mais atrás) não permitea plena expressão <strong>de</strong> um <strong>de</strong> seus partícipes, este não some, não apaga a sua presença<strong>de</strong>ste espaço, mas age “ocultamente” em relação à possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua não explicitação.Quan<strong>do</strong>, em um da<strong>do</strong> serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, há o encontro <strong>de</strong> um usuário com umtrabalha<strong>do</strong>r <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> - qualquer um <strong>de</strong>les ou mesmo um usuário coletivo - forma-seum jogo <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s no qual o usuário coloca pelo menos a sua perspectiva <strong>de</strong> quenaquele processo <strong>de</strong> “consumir” atos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (ou pelo menos o que ele enten<strong>de</strong> porisso) vai haver um ganho seu em termos <strong>de</strong> controlar problemas que i<strong>de</strong>ntifica comonecessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e para os quais aquele momento parece construir um caminho<strong>de</strong> solução. Mas solução para o quê?Para várias coisas. Para aplacar aquilo que consi<strong>de</strong>ra como um sofrimento, tantoquanto para possibilitar que o seu “organismo” possa estar “bem” funcionalmente paracontinuar caminhan<strong>do</strong> na sua vida. Isto é, associa aquele processo como umapossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> retornar a um certo esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> exercício <strong>de</strong> sua autonomia no seu mo<strong>do</strong><strong>de</strong> andar a sua vida.Não muito estranhamente o trabalha<strong>do</strong>r <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntifica aquele encontrotambém como o lugar <strong>de</strong> realizar soluções para várias questões. Mas quais? Depen<strong>de</strong><strong>do</strong>s interesses que o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> organização <strong>do</strong> trabalho em saú<strong>de</strong> explicita. Depen<strong>de</strong><strong>do</strong> mo<strong>do</strong> como socialmente as distintas necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> trabalho em saú<strong>de</strong>são capturadas pelo mo<strong>de</strong>lo tecno-assistencial. Depen<strong>de</strong> <strong>do</strong> universo i<strong>de</strong>ológico <strong>do</strong>próprio trabalha<strong>do</strong>r.Assim, se for uma captura comprometida com um mo<strong>de</strong>lo médico hegemônicovincula<strong>do</strong> à medicina tecnológica, que coloca a produção <strong>de</strong> procedimentos como oprincipal produto a realizar - a “finalida<strong>de</strong>” <strong>do</strong> trabalho em saú<strong>de</strong> - pelo la<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> a linha <strong>de</strong> força representada pelos usuários será anulada por umprocesso <strong>de</strong> não escuta <strong>de</strong> sua atuação e pela imposição, no espaço intercessor, da vozúnica <strong>de</strong>ste mo<strong>de</strong>lo na qual o usuário será só um “objeto” a viabilizar a ação <strong>de</strong> produção<strong>de</strong> procedimentos.11. Flores, F. - Inventan<strong>do</strong> la empresa <strong>de</strong>l siglo XXI, Hachete, Chile, 1989.SAÚDE E DEMOCRACIA - A LUTA DO <strong>CEBES</strong>135

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