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A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

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“anti-religião”, posto que os termos da questão permaneceriam os mesmo. Contra umreducionismo ao biológico, vislumbra-se a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma sua quase “eliminação”.Haveria um “justo” termo?Dois pensamentos po<strong>de</strong>m aqui ter alguma significação. O primeiro refere-se aoconceito <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, presente em todas as nossas consi<strong>de</strong>rações. Se se o toma na sua acepçãoampla, trata-se <strong>de</strong> um objetivo que se coloca para toda a socieda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> forma mais oumenos explícita, com maior ou menor ênfase, segun<strong>do</strong> os diversos interesses que osustentam. Confundi-lo com objeto <strong>de</strong> um campo <strong>de</strong> conhecimento e espaço <strong>de</strong> práticasespecíficas <strong>de</strong> intervenção, significa avocar para elas, as práticas, a totalida<strong>de</strong> das açõespertinentes à consecução <strong>do</strong> objetivo visa<strong>do</strong>. Em outros termos, tomar o objetivo “saú<strong>de</strong>”como objeto é não mais <strong>do</strong> que preten<strong>de</strong>r que as práticas “<strong>de</strong>” saú<strong>de</strong> sejam práticapolítica “tout court”. Se assim é, não há especificida<strong>de</strong> <strong>de</strong> procedimentos e, muito menosespecificida<strong>de</strong> profissional. No limite, medicina e política são uma única e mesma coisacomo queriam, já se viu, almas visionárias que buscavam minorar o sofrimento humano.Nada <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nável aqui, bem se sabe, simplesmente é necessário se colocar questõespráticas, <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m operativa. Com que instrumentos se alcançaria tal objetivo?Certamente com to<strong>do</strong>s, o que nada quer dizer. A prática política tem seus próprios mo<strong>do</strong>s<strong>de</strong> realização e seus instrumentos (alguns con<strong>de</strong>náveis) guardam suas próprias especificida<strong>de</strong>s.Uma <strong>de</strong>las, em um regime <strong>de</strong>mocrático representativo, é o convencimentoque se obtém através <strong>do</strong> discurso. Convencimento que resulta em a<strong>de</strong>são, a política, nofundamental, não é mais <strong>do</strong> que um mo<strong>do</strong> organiza<strong>do</strong> <strong>de</strong> enfrentamento <strong>de</strong> interessese, portanto, <strong>de</strong> “gerência” <strong>de</strong> conflitos. Sen<strong>do</strong> amplos, os interesses e os conflitos,englobam, naturalmente, as questões <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e as <strong>do</strong>enças que lhes dão suporte.Confundi-las, saú<strong>de</strong> e política, po<strong>de</strong> estar significan<strong>do</strong>, eventualmente, não mais <strong>do</strong>que um exercício discursivo, quem sabe, retórico...Se, por outro la<strong>do</strong>, a concepção é “restrita”, e o objeto se <strong>de</strong>fine por uma concreçãoà qual se dá o nome <strong>de</strong> <strong>do</strong>ença, o objetivo não mais po<strong>de</strong> ser “totalizante e <strong>de</strong>finitivo”,mas <strong>de</strong> construção progressiva na superação <strong>de</strong> obstáculos permanentemente coloca<strong>do</strong>s.Desse ângulo, emergem potencialida<strong>de</strong>s para a consecução, inclusive, <strong>de</strong> objetivos gerais,quaisquer que eles sejam. O saber aqui, se não é <strong>de</strong>terminante para mudanças globais,certamente é fundamento para <strong>de</strong>cisões que, ten<strong>do</strong> em vista sonhos pessoais ou políticoi<strong>de</strong>ológicos,resultem em ações não só eficazes como efetivas. Em outras termos, se nãosão as ativida<strong>de</strong>s em saú<strong>de</strong> essencialmente políticas, são da política instrumentos comooutros que também <strong>de</strong>rivam <strong>de</strong> saberes e práticas diversos. A César o que é <strong>de</strong> César...Autilida<strong>de</strong> social <strong>do</strong> saber não po<strong>de</strong> ser construída em termos <strong>de</strong> estritas finalida<strong>de</strong>s, sobpena <strong>de</strong> <strong>de</strong>sfigurar sua prática em nome <strong>de</strong> interesses nem sempre universalizáveis.Não “sufoquemos” o biológico. Por ele, problemas específicos têm si<strong>do</strong> resolvi<strong>do</strong>s eoutros, certamente, ainda o serão. Com ele, proposições postas no plano mais geral,fundamenta<strong>do</strong>s, terão mais chance <strong>de</strong> um “convencimento” que se traduzirá em <strong>de</strong>cisões<strong>de</strong> interesse mais amplo. Assim, e por exemplo, o que tem si<strong>do</strong> entre nós o que po<strong>de</strong>riaser chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> “política <strong>de</strong> ciência e tecnologia” para a saú<strong>de</strong>? Como temos nos ocupa<strong>do</strong><strong>de</strong>stas questões, inclusive no que se refere a uma produção industrial? E com quecompetência? De outro la<strong>do</strong>, como vigiar e controlar práticas, também <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, quepo<strong>de</strong>m se configurar como “anti-sociais”?Finalmente, como enfrentar os pesa<strong>do</strong>s problemas que vão se apresenta<strong>do</strong> noplano da ética sem nos assenhorarmos das possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> compreensão advindas da“vida pequena”, inclusive para melhor <strong>de</strong>limitar o senti<strong>do</strong> da ética?Temos aí alguns poucos e não fáceis <strong>de</strong>safios.SAÚDE E DEMOCRACIA - A LUTA DO <strong>CEBES</strong>225

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