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A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

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Todavia, quan<strong>do</strong> se analisa os da<strong>do</strong>s da produção nacional e das importações <strong>de</strong>imunobiológicos <strong>do</strong>s últimos 10 anos constata-se que as metas não foram atingidas,requeren<strong>do</strong> uma avaliação crítica <strong>do</strong>s rumos <strong>do</strong> Programa. Enquanto na área <strong>de</strong> soros oPrograma obteve sucesso, na área <strong>de</strong> vacinas – que é a mais crítica, complexa <strong>do</strong> ponto<strong>de</strong> vista tecnológico e que envolve o maior volume <strong>de</strong> recursos – os resulta<strong>do</strong>s até opresente são frustrantes.O Quadro VI procura apresentar retratos instantâneos <strong>do</strong> PASNI em três momentosdistintos que permitem avaliar a evolução <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua implementação até 1995. No início<strong>do</strong> Programa, em 1986, partia-se <strong>de</strong> um quadro geral em que somente 47% da necessida<strong>de</strong>estimada <strong>do</strong> país era suprida por produção nacional, haven<strong>do</strong> uma forte <strong>de</strong>pendênciano grupo <strong>de</strong> produtos já menciona<strong>do</strong>s. Em 1990, ano em que estava prevista a totalsuperação das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> importações, a produção nacional somente representava41% da meta formulada no início <strong>do</strong> programa. Nenhum avanço significativo tinhasi<strong>do</strong> atingi<strong>do</strong> na vacina contra poliomielite e na tríplice bacteriana (DPT), haven<strong>do</strong>somente um avanço na vacina anti-rábica humana. 12Finalmente, a situação atual, conforme da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> 1995, evi<strong>de</strong>ncia uma falta <strong>de</strong>suprimento interno para aten<strong>de</strong>r as necessida<strong>de</strong>s locais, apresentan<strong>do</strong> um hiato aindasuperior ao estima<strong>do</strong> no início <strong>do</strong> Programa! A participação da produção nacional nanecessida<strong>de</strong> estimada pelos programas <strong>de</strong> imunização <strong>de</strong> 1995 somente alcançou a 36%,a <strong>de</strong>speito <strong>do</strong> vigoroso programa <strong>de</strong> investimentos realiza<strong>do</strong>s. Por um la<strong>do</strong>, mantevesea <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> vacinas tradicionais como a <strong>de</strong> poliomielite e DPT, sen<strong>do</strong> que nocaso <strong>de</strong>sta última, 3 Laboratórios Oficiais (Butantan, Tecpar e Biomanguinhos) <strong>de</strong>vemcomeçar sua produção em maior escala proximamente (haven<strong>do</strong> inclusive uma avaliação<strong>de</strong> excesso <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> produtiva – PASNI, 1995). Por outro la<strong>do</strong>, produtostradicionalmente oferta<strong>do</strong>s no país, como as vacinas contra o sarampo e a febre amarela,passaram a apresentar problemas <strong>de</strong> produção, tornan<strong>do</strong> seu suprimento irregular.Adicionalmente, novas vacinas foram introduzidas nos programas <strong>de</strong> vacinação paraas quais o país não dispõe (pelo menos até o momento) <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> tecnológica parasua produção. Neste grupo, está a vacina contra a hepatite B, haven<strong>do</strong> previsão <strong>de</strong>a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> outras como a tríplice viral, que po<strong>de</strong> inclusive inviabilizar a produção davacina contra o sarampo <strong>de</strong> forma não combinada com as vacinas contra rubéola ecaxumba.Em termos <strong>de</strong> valor, o país ainda <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> fortemente <strong>de</strong> importações <strong>de</strong> vacinas,sen<strong>do</strong> que o volume <strong>de</strong> recursos dispendi<strong>do</strong>s po<strong>de</strong> se ampliar, uma vez que os novosimunobiológicos para os quais se possui capacitação para a produção local, normalmente,apresentam um preço muito superior (como é o caso das vacinas contra hepatiteB e meningite B que possuem um preço pelos menos 10 vezes superior ao da febreamarela e sarampo). Como mostra o Quadro VII, a participação das importações novalor da <strong>de</strong>manda pública <strong>de</strong> imunobiológicos tem oscila<strong>do</strong> entre 50% e 71%, refletin<strong>do</strong>o comprometimento <strong>do</strong>s gastos públicos com importações, a <strong>de</strong>speito <strong>do</strong> esforço <strong>de</strong>investimento realiza<strong>do</strong> na re<strong>de</strong> oficial, cujos preços, tradicionalmente, são bem inferioresaos pratica<strong>do</strong>s nas licitações internacionais.Os da<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s colocam a necessida<strong>de</strong> premente <strong>de</strong> se repensar os rumosda política nacional <strong>de</strong> imunobiológicos, assim como os fatores que levaram à frustraçãodas expectativas <strong>de</strong>positadas no Programa. Segun<strong>do</strong> nosso diagnóstico, duas questõescentrais permearam o reduzi<strong>do</strong> nível <strong>de</strong> resposta <strong>do</strong>s laboratórios apoia<strong>do</strong>s frente aoaporte <strong>de</strong> recursos oferta<strong>do</strong>s:SAÚDE E DEMOCRACIA - A LUTA DO <strong>CEBES</strong>317

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