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A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

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Conselhos <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, Responsabilida<strong>de</strong> Públicae Cidadania: a Reforma Sanitária comoReforma <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>Antônio Ivo <strong>de</strong> CarvalhoINTRODUÇÃOUm <strong>do</strong>s feitos mais notáveis da Reforma Sanitária no Brasil foi a institucionalização,no interior <strong>do</strong> aparelho estatal, <strong>de</strong> um formidável sistema nacional <strong>de</strong> órgãoscolegia<strong>do</strong>s, <strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> um conjunto razoável <strong>de</strong> po<strong>de</strong>res legais e on<strong>de</strong> os usuários têmrepresentação paritária em relação aos presta<strong>do</strong>res e ao governo. São os Conselhos <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> que, no âmbito das três esferas gestoras <strong>do</strong> Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS) - fe<strong>de</strong>ral,estadual e municipal - têm a atribuição <strong>de</strong> <strong>de</strong>liberar sobre a “formulação <strong>de</strong> estratégiase (exercer) controle sobre a execução da política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> na instância correspon<strong>de</strong>nte,inclusive nos aspectos econômicos e financeiros ...” (Brasil, 1990). Desse sistema fazemparte também as Conferências <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, foruns que se reunem periodicamente com aparticipação ampla <strong>de</strong> diversos segmentos sociais para avaliar e traçar diretrizes paraas políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.Ten<strong>do</strong> raízes nas <strong>luta</strong>s comunitárias por saú<strong>de</strong> <strong>do</strong>s anos 70, os Conselhos <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>são a expressão institucional <strong>de</strong> uma das idéias funda<strong>do</strong>ras da Reforma Sanitária: aparticipação da socieda<strong>de</strong> nas políticas e organizações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Embora assumin<strong>do</strong>significa<strong>do</strong>s diversos ao longo <strong>do</strong> tempo, a que correspon<strong>de</strong>ram padrões distintos <strong>de</strong>práticas sociais, o tema da participação esteve constantemente presente na retórica e naprática <strong>do</strong> movimento sanitário, atestan<strong>do</strong> a íntima associação entre o social e o políticoque, no Brasil, tem caracteriza<strong>do</strong> a agenda reforma<strong>do</strong>ra da saú<strong>de</strong>. Postulan<strong>do</strong> a<strong>de</strong>mocratização <strong>do</strong> acesso a bens e serviços propicia<strong>do</strong>res <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, mas também a<strong>de</strong>mocratização <strong>do</strong> acesso ao po<strong>de</strong>r, a agenda da reforma sempre teve nas propostasparticipativas a marca <strong>de</strong> sua preocupação com os “mecanismos <strong>de</strong> funcionamento” <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> e não só com os “resulta<strong>do</strong>s redistribuitivos” <strong>de</strong> suas políticas. Daí o empregosimultâneo das consignas “Democracia é saú<strong>de</strong>” e “Saú<strong>de</strong> é <strong>de</strong>mocracia”, emblema daReforma Sanitária enquanto reforma também da política, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> que o direitouniversal à saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>veria ser acompanha<strong>do</strong>, garanti<strong>do</strong> mesmo, pelo direito à participaçãono po<strong>de</strong>r. Saú<strong>de</strong> como estratégia para a <strong>de</strong>mocracia e <strong>de</strong>mocracia como estratégia paraa saú<strong>de</strong>.Ao longo <strong>do</strong>s anos, especialmente durante a década <strong>de</strong> 80, essas idéias <strong>de</strong> participaçãoganharam maturida<strong>de</strong> e refinamento, evoluin<strong>do</strong> para as propostas <strong>de</strong>remo<strong>de</strong>lação institucional que se concretizaram a partir da Constituição <strong>de</strong> 1988. Aarquitetura institucional proposta para o setor saú<strong>de</strong> visava tornar o Esta<strong>do</strong> “capaz” <strong>de</strong>implementar os princípios finalísticos da Reforma Sanitária, como a universalida<strong>de</strong>, aSAÚDE E DEMOCRACIA - A LUTA DO <strong>CEBES</strong>93

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