12.07.2015 Views

A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

indicar os diferentes estágios <strong>do</strong> processo saú<strong>de</strong>/<strong>do</strong>ença, incluin<strong>do</strong> os perío<strong>do</strong>s prépatogênicoe patogênico, seria um outro exemplo. No que diz respeito à organização <strong>de</strong>serviços <strong>de</strong> assistência à saú<strong>de</strong>, o enfoque sistêmico representou um paradigmapre<strong>do</strong>minante nos estu<strong>do</strong>s e propostas referentes ao setor saú<strong>de</strong>, especialmente nasdécadas <strong>de</strong> setenta e oitenta.Há ainda um uso frequente da expressão paradigma que correspon<strong>de</strong> a umconjunto <strong>de</strong> noções, representações e crenças, relativamente compartilhadas por um<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> segmento <strong>de</strong> sujeitos sociais tornan<strong>do</strong>-se um referencial para a ação. Essaidéia <strong>de</strong> paradigma, ainda que se aproxime a <strong>do</strong> senso comum, tem si<strong>do</strong> utilizadafrequentemente em diversos campos e, em particular, no âmbito da saú<strong>de</strong>.Como a concepção que orientou a elaboração <strong>de</strong>ste livro teve como perspectivaso resgate e a crítica da i<strong>de</strong>ologia <strong>do</strong> movimento sanitário, além <strong>do</strong> balanço das suaspráticas e bases conceituais, tomaremos emprestada a noção <strong>de</strong> “paradigma sanitário”,associada às duas últimas acepções em vez daquela mais rigorosa concernente aabordagem kuhniana.AS CONCEPÇÕES DE SAÚDE DO MOVIMENTO SANITÁRIOPara apreen<strong>de</strong>r as concepções <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que constituiram o “paradigma sanitário”faz-se necessário examinar, preliminarmente, o movimento reformista através <strong>do</strong> seubraço acadêmico: os <strong>de</strong>partamentos <strong>de</strong> medicina preventiva e social e as escolas <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> pública ou seus equivalentes. Nesse particular, caberia recuperar parte <strong>do</strong> marcoconceitual <strong>do</strong> movimento preventivista, especialmente no que se refere à proposta daMedicina Integral (Comprehensive Medicine) como disciplina <strong>do</strong> currículo médico (Silva,1973) e a sua estratégia <strong>de</strong> operacionalização nos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, ou seja, a MedicinaComunitária (Paim, 1976; Donnângelo, 1976).No caso da Medicina Integral, o mo<strong>de</strong>lo da história natural das <strong>do</strong>enças (HND)assumia na fase pre-patogênica a concepção ecológica <strong>do</strong> processo saú<strong>de</strong>/<strong>do</strong>ença,representada por uma balança em que um <strong>do</strong>s pratos era constituí<strong>do</strong> pelo agente e ooutro pelo hospe<strong>de</strong>iro (o indivíduo) e o ponto <strong>de</strong> apoio ou fulcro era representa<strong>do</strong> peloambiente (físico, biológico e sócio-cultural). Na etapa patogênica, o mo<strong>de</strong>lo recorria àfisiopatologia para indicar a evolução das lesões ou alterações físico-químicas no corpoanátomo-fisiológico. Para cada um <strong>de</strong>sses estágios era possível acoplar ao mo<strong>de</strong>lo osdistintos níveis <strong>de</strong> prevenção - promoção, proteção, diagnóstico precoce, limitação <strong>do</strong>dano (recuperação) e reabilitação. Assim, as medidas <strong>de</strong> promoção e proteção à saú<strong>de</strong>aplicadas aos indivíduos na fase pré-patogênica correspon<strong>de</strong>riam a chamada “prevençãoda ocorrência”. Já as ações realizadas no perío<strong>do</strong> patogênico visan<strong>do</strong> o diagnósticoprecoce, a recuperação e a reabilitação da saú<strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>riam à “prevenção daevolução”. Consequentemente, no marco conceitual erigi<strong>do</strong> pelo movimentopreventivista encontravam-se o mo<strong>de</strong>lo HND e as noções <strong>de</strong> multicausalida<strong>de</strong>, normal,patológico e processo saú<strong>de</strong>/<strong>do</strong>ença. Incorporava-se, portanto, uma visão ontológica euma visão dinâmica acerca da <strong>de</strong>senvolvimento da <strong>do</strong>ença, sugerin<strong>do</strong> um mo<strong>do</strong>duplamente otimista <strong>de</strong> enfrentar os agravos à saú<strong>de</strong>, seja eliminan<strong>do</strong> o agente, sejarestauran<strong>do</strong> o equilíbrio (Arouca, 1976).12 SAÚDE E DEMOCRACIA - A LUTA DO <strong>CEBES</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!