12.07.2015 Views

A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

caberia <strong>de</strong>stacar a questão das práticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que integram esse conjunto complexo <strong>de</strong>práticas presentes em um processo social. As práticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> constituem, também,uma prática social mas retêm suas especificida<strong>de</strong>s. Tais práticas se articulam e dispõem,concomitantemente, <strong>de</strong> elementos técnicos e sociais (econômicos, políticos e i<strong>de</strong>ológicos).São, enfim, práticas estruturadas <strong>de</strong> classe (Donnângelo, 1976; Men<strong>de</strong>s-Gonçalves, 1979).Proce<strong>de</strong>n<strong>do</strong> uma analogia com o movimento preventivista - “um <strong>do</strong>s principaisfundamentos teóricos <strong>do</strong> movimento sanitário que <strong>de</strong>u origem ao processo hoje <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>Reforma Sanitária” (Fleury, 1988:195), esta autora sugeria um novo paradigma para talprojeto:“Partin<strong>do</strong> da análise <strong>do</strong>s processos <strong>de</strong> trabalho e <strong>do</strong> conceito-chave <strong>de</strong> organização socialda prática médica, tal movimento opera uma leitura socializante da problemática evi<strong>de</strong>nciadapela crise da medicina mercantilizada bem como <strong>de</strong> sua ineficiência, enquanto possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>organização <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> capaz <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r as <strong>de</strong>mandas prevalentes, organiza<strong>do</strong> <strong>de</strong>forma <strong>de</strong>mocrátcia em sua gestão e administra<strong>do</strong> com base na racionalida<strong>de</strong> <strong>do</strong> planejamento”(Fleury, 1988:196).Nessa perspectiva, o conceito amplia<strong>do</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e <strong>do</strong>s seus <strong>de</strong>terminantesassumi<strong>do</strong> pela 8ª Conferência Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e posteriormente incorpora<strong>do</strong> pelaConstituição da República e pela legislação infra-constitucional fundamenta-se em parteda produção teórico-crítica da Saú<strong>de</strong> Coletiva no Brasil. Do mesmo mo<strong>do</strong>, os princípiose diretrizes relativos ao direito à saú<strong>de</strong>, à cidadania, à universalização, à equida<strong>de</strong>, a<strong>de</strong>mocracia e a <strong>de</strong>scentralização conferem uma atualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa produção, sobretu<strong>do</strong>pela contribuição das ciências sociais ao campo da Saú<strong>de</strong> Coletiva. Já as propostas <strong>de</strong>sistema único <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong> re<strong>de</strong> regionalizada e hierarquizada <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>atendimento integral, <strong>de</strong> participação da comunida<strong>de</strong>, e <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> promoção, proteçãoe recuperação da saú<strong>de</strong>, presentes naquele arcabouço jurídico, tiveram como matrizconceitual o paradigma originário <strong>do</strong> movimento preventivista e da saú<strong>de</strong> comunitária.OS OBSTÁCULOS DA PRÁTICA DA REFORMA SANITÁRIAOs impasses relativos à realização <strong>do</strong>s princípios e diretrizes da Reforma Sanitárianas relações entre os serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, trabalha<strong>do</strong>res <strong>do</strong> setor e os usuários/cidadãos não po<strong>de</strong>m ser explica<strong>do</strong>s, obviamente, pelos limites <strong>do</strong>s seus paradigmas.Existem situações muito concretas e objetivas que têm si<strong>do</strong> apontadas como responsáveispelas distorções verificadas nas tentativas <strong>de</strong> implantação <strong>do</strong> projeto da ReformaSanitária (Paim, 1989), ao se distanciar <strong>do</strong> que fora concebi<strong>do</strong> originalmente, tal comose po<strong>de</strong> verificar no trecho:“A análise da conjuntura não indica, portanto, um tempo próximo favorável à concretização<strong>de</strong> todas as proposições formuladas na VIII CNS. Evi<strong>de</strong>ntemente que certos avanços po<strong>de</strong>rãoocorrer a partir <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s da implantação <strong>do</strong> SUDS, nos textos das constituintes estaduaise das leis orgânicas <strong>do</strong>s municípios e da saú<strong>de</strong>, entre outros. Mas a crise fiscal <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> nãoparece ter solução próxima. A dívida externa constrange a economia e o financiamento <strong>do</strong>s serviçospúblicos fica comprometi<strong>do</strong>. Se o SUDS era uma possibilida<strong>de</strong> da passagem <strong>de</strong> políticasracionaliza<strong>do</strong>ras para políticas <strong>de</strong>mocratizantes <strong>do</strong> setor saú<strong>de</strong>, a Reforma Sanitária, enquantoexpressão <strong>de</strong>ssas últimas, é impensável sem os investimentos necessários à ampliação da re<strong>de</strong>pública <strong>de</strong> serviços” (Paim, 1991:114).14 SAÚDE E DEMOCRACIA - A LUTA DO <strong>CEBES</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!