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A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

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indústria no país e à sua contribuição concreta para as ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública. O vínculo<strong>do</strong> setor farmacêutico com as políticas <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong>, o marco regulatório abrangente<strong>do</strong> ambiente que o circunda, a importância <strong>do</strong> aporte <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> C&T no <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> novos produtos e processos impõem um enfoque que não se limite aos<strong>do</strong>gmas <strong>do</strong> liberalismo ou <strong>do</strong> estatismo imobilista. Mesmo nas economias mais<strong>de</strong>senvolvidas, o Esta<strong>do</strong> continua sen<strong>do</strong> um ator essencial para o setor, haven<strong>do</strong>, istosim, um processo <strong>de</strong> re<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> suas atribuições e das formas <strong>de</strong> intervenção.Neste senti<strong>do</strong>, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> as peculiarida<strong>de</strong>s da área e <strong>do</strong> país, <strong>de</strong>ve-se pensaro papel <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> fármacos e medicamentos,sem se pren<strong>de</strong>r a mo<strong>de</strong>los rígi<strong>do</strong>s e simplistas que <strong>de</strong>limitem sua atuação. Comonão é possível i<strong>de</strong>ntificar um padrão único <strong>de</strong> intervenção, nem mesmo uma tendênciageral, o <strong>de</strong>safio que se coloca é o <strong>de</strong> pensar criativamente um padrão <strong>de</strong> intervençãoque respeite as peculiarida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> país, sem se opor, aprioristicamente, à re<strong>de</strong>finição <strong>do</strong>papel <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, mas também não cain<strong>do</strong> numa postura simplista que advoga apenassua retirada numa área crucial para as ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública. O balizamento últimodas estratégias para a área <strong>de</strong>ve ser a melhoria das condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> como um <strong>do</strong>sfundamentos essenciais da cidadania.É neste contexto concreto, nacional e internacional – e não a partir <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ologiasconvencionais que chegam sempre com atraso ao país –, que <strong>de</strong>ve ser pensada a questão<strong>do</strong> papel <strong>do</strong> parque produtor público <strong>de</strong> medicamentos.Esta re<strong>de</strong> <strong>de</strong> empresas emprega cerca <strong>de</strong> 4000 funcionários, ten<strong>do</strong> uma capacida<strong>de</strong>nominal <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> 6,5 bilhões <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s jamais alcançada. Fornece<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> medicamentospara um único cliente, a Central <strong>de</strong> Medicamentos <strong>do</strong> Ministério da Saú<strong>de</strong>,ostentou em 1993 uma ociosida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 70%. A participação <strong>do</strong>s Laboratórios Oficiaisna distribuição <strong>do</strong>s recursos orçamentários para o fornecimento <strong>de</strong> medicamentos àCEME tem oscila<strong>do</strong>, atingin<strong>do</strong> seu maior índice em 1976, com 77%, e o menor em 94,com apenas 32% <strong>de</strong> participação (Quadro III).Os investimentos <strong>do</strong> governo fe<strong>de</strong>ral nesta re<strong>de</strong>, incluin<strong>do</strong> pesquisa, <strong>de</strong>senvolvimento,controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e mo<strong>de</strong>rnização, atingiram, no perío<strong>do</strong> 1972-1995, omontante <strong>de</strong> 213 milhões <strong>de</strong> dólares, com uma média <strong>de</strong> 9,26 milhões por ano. 8Comparan<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s Quadros II e III, temos que a produção estatal, historicamente,tem representa<strong>do</strong> uma parcela reduzida <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> farmacêutico. Em 1995,as aquisições <strong>de</strong> medicamentos pela CEME junto a re<strong>de</strong> oficial somente representaram3% <strong>do</strong> faturamento da indústria farmacêutica, refletin<strong>do</strong> o caráter marginal da participação<strong>de</strong>ste segmento no merca<strong>do</strong> nacional. Esta produção é dirigida, fundamentalmente,para aten<strong>de</strong>r aos programas prioritários <strong>do</strong> Ministério da Saú<strong>de</strong> (Programas<strong>de</strong> AIDS, Saú<strong>de</strong> Mental, Dermatologia Sanitária, Malária, Esquistossomose, Saú<strong>de</strong> daMulher e da Criança, etc.), haven<strong>do</strong> também o atendimento à <strong>de</strong>manda pública <strong>de</strong> outrasesferas da fe<strong>de</strong>ração.É evi<strong>de</strong>nte que a produção estatal ocupa um segmento limita<strong>do</strong> <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong>,todavia, essencial para o a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (ver para mais<strong>de</strong>talhes o <strong>do</strong>cumento ALFOB, 1994). Por um la<strong>do</strong>, existem os aspectos já clássicos quejustificam a atuação estatal na área, notadamente aqueles referentes aos preços pratica<strong>do</strong>s– que são substancialmente inferiores ao da re<strong>de</strong> privada, uma vez que não incorporamos gastos com marketing – e à garantia <strong>do</strong> suprimento <strong>de</strong> produtos essenciais quenão apresentam gran<strong>de</strong>s estímulos para a entrada <strong>de</strong> empresas privadas (os chama<strong>do</strong>sprodutos órfãos).310 SAÚDE E DEMOCRACIA - A LUTA DO <strong>CEBES</strong>

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