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A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

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A regulação se faz necessária e é inadiável enquanto instrumento <strong>de</strong> viabilização<strong>de</strong> uma verda<strong>de</strong>ira “revolução intramuros”, mediante a qual as ações <strong>do</strong>s diversosagentes <strong>do</strong> SUS confluam harmonicamente em direção a um mo<strong>de</strong>lo assistencial coerentecom os princípios da integralida<strong>de</strong> da assistência, universalida<strong>de</strong> <strong>do</strong> acesso e equida<strong>de</strong><strong>do</strong> atendimento, com vistas ao alcance <strong>de</strong> serviços e ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> eficientes e eficazes.Desse mo<strong>do</strong>, o Po<strong>de</strong>r Público <strong>de</strong>ve priorizar as questões aqui mencionadas, regulan<strong>do</strong>-as,fiscalizan<strong>do</strong>-as e controlan<strong>do</strong>-as”.Registre-se, finalmente, que ao estudar qualquer assunto liga<strong>do</strong> ao sistema único<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> verificamos que a sua concepção constitucional compreen<strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os elementos<strong>de</strong> um verda<strong>de</strong>iro fe<strong>de</strong>ralismo cooperativo: <strong>de</strong>scentralização das ações e <strong>do</strong>s serviços;cooperação técnica e financeira da União para com Esta<strong>do</strong>s e Municípios e <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>spara com os Municípios; participação da socieda<strong>de</strong> na <strong>de</strong>finição da política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,através <strong>do</strong>s conselhos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e das conferências <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>; comissões intersetoriais;planejamento ascen<strong>de</strong>nte: compatibilização <strong>do</strong>s planos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> municipal e estadualcom o planejamento nacional; solidarieda<strong>de</strong> na divisão <strong>do</strong>s recursos da segurida<strong>de</strong> sociale suas três áreas: previdência, saú<strong>de</strong> e assistência social; participação da iniciativa privadano SUS; comissões intergestores bipartite; comissões intergestores tripartite.Vê-se que no setor saú<strong>de</strong> existem instrumentos para uma atuação positiva <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> em relação ao cidadão na construção <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> justa e igualitária. Estãoto<strong>do</strong>s à disposição <strong>do</strong>s governantes e políticos, requeren<strong>do</strong>, apenas, a vonta<strong>de</strong> políticapara a sua concretização. 49REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS1. BASTOS, Celso - Jornal “Folha <strong>de</strong> São Paulo”, <strong>de</strong> 19.10.96, artigo “O fumo e as 3 proibições”.2. BERLINGUER, Guiovanni e Volnei Garrafa - O merca<strong>do</strong> humano, ed. UnB.49. O princípio da solidarieda<strong>de</strong> existente na área da segurida<strong>de</strong> social tem si<strong>do</strong> rompi<strong>do</strong> na prática pelaação <strong>do</strong>s setores econômicos <strong>do</strong> governo, que vêm impedin<strong>do</strong> a partilha solidária <strong>do</strong>s recursos <strong>do</strong>orçamento da segurida<strong>de</strong> social, sufocan<strong>do</strong> o setor da saú<strong>de</strong> e enfraquecen<strong>do</strong> o conceito <strong>de</strong> “relevânciapública” assegura<strong>do</strong> pela Constituição. O <strong>de</strong>srespeito <strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r Público pela saú<strong>de</strong> é ação indutora:convence o merca<strong>do</strong> a <strong>de</strong>srespeitá-la também.Por oportuno, não po<strong>de</strong>ríamos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar o gran<strong>de</strong> erro da teoria neo-liberal <strong>de</strong> pregar aausência <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> na regulação da economia, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> o controle na mão <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>. ALAINTOURRAINE diz que “... seria um erro crasso afirmar que a <strong>de</strong>struição <strong>do</strong> antigo sistema <strong>de</strong> regulação conduzpor si só à criação <strong>de</strong> um novo sistema estável, que po<strong>de</strong>ríamos <strong>de</strong>nominar <strong>de</strong> liberal. Erro que se torna catastróficose pensarmos que a queda <strong>de</strong> antigos controles políticos e sociais da vida econômica abriria caminho a umaeconomia ‘livre’, isto é, <strong>de</strong>sembaraçada <strong>de</strong> to<strong>do</strong> controle externo e regulada somente por si própria”. (“Ecos daausência <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>”, Folha <strong>de</strong> S.Paulo, <strong>de</strong> 17.10.96, ca<strong>de</strong>rno MAIS!, pag. 11).Num país como o nosso, no qual, em plena era da globalização <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s, existem quase 50 milhões<strong>de</strong> brasileiros sem registro <strong>de</strong> nascimento, sen<strong>do</strong> o Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Maranhão recordista <strong>de</strong>sta ‘clan<strong>de</strong>stinida<strong>de</strong>’(Fonte: IBGE, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com matéria publicada na Folha <strong>de</strong> S.Paulo, <strong>de</strong> 17.11.96, pags. 12 e 13, ca<strong>de</strong>rno1) fica difícil falar em economia <strong>de</strong>sregulada, numa socieda<strong>de</strong> com milhões <strong>de</strong> <strong>de</strong>spossui<strong>do</strong>s, excluí<strong>do</strong>s<strong>do</strong> merca<strong>do</strong> pelo próprio merca<strong>do</strong>. Como falar em saú<strong>de</strong> para pessoas <strong>de</strong>snutridas, sem registro civil,cujos filhos morrem antes <strong>de</strong> atingir um ano <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> da <strong>do</strong>ença chamada “miséria”. O Esta<strong>do</strong> nãopo<strong>de</strong> fugir <strong>de</strong> suas responsabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fazer cumprir a Constituição, promoven<strong>do</strong> o <strong>de</strong>senvolvimentonacional, com redução das <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais e regionais, com erradicação da pobreza, mediante aelaboração <strong>de</strong> um planejamento global, capaz <strong>de</strong> implementar o progresso social e econômico, intervin<strong>do</strong>,sempre que necessário ao interesse público, nas ativida<strong>de</strong>s privadas, atuan<strong>do</strong> como agente regula<strong>do</strong>r.278 SAÚDE E DEMOCRACIA - A LUTA DO <strong>CEBES</strong>

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