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A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

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lares que atravessam o mo<strong>de</strong>lo instituí<strong>do</strong>, no jogo <strong>do</strong> trabalho vivo e morto ao qualestão vincula<strong>do</strong>s.A conformação das necessida<strong>de</strong>s, portanto, dá-se em processos sociais e históricos<strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s pelos agentes em ato, como positivida<strong>de</strong>s, e não exclusivamente comocarências, <strong>de</strong>terminadas <strong>de</strong> fora para <strong>de</strong>ntro. Aqui, não interessa o julgamento <strong>de</strong> valoracerca <strong>de</strong> qual necessida<strong>de</strong> é mais legítima que outra, este é um posicionamento necessáriopara a ação mas não po<strong>de</strong> ser um “a priori” para a análise, porque o importante épercebermos que to<strong>do</strong> o processo <strong>de</strong> trabalho e <strong>de</strong> intersecção é atravessa<strong>do</strong> por distintaslógicas que se apresentam para o processo em ato como necessida<strong>de</strong>s, que disputamcomo forças instituintes suas instituições.Assim, a presença <strong>de</strong> uma linha <strong>de</strong> força médico-hegemônica que venha positivamente,através <strong>de</strong> um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> (e não <strong>de</strong> qualquer um) trabalho médico, atua comoinstituinte pela ação efetiva <strong>de</strong> um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> agente que é seu constitui<strong>do</strong>r no processo<strong>de</strong> trabalho, em ato. Do mesmo mo<strong>do</strong>, uma outra linha <strong>de</strong> força que venha peloconsumi<strong>do</strong>r, como uma busca <strong>de</strong> um ato que lhe permita restituir sua “autonomia” noseu mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> andar a vida, atua também como instituinte pela ação positiva <strong>do</strong> usuáriono espaço intercessor partilhável.O espaço intercessor é assim um lugar que revela esta disputa das distintas forçasinstituintes, como necessida<strong>de</strong>s, e o mo<strong>do</strong> como socialmente um da<strong>do</strong> processo instituí<strong>do</strong>as captura ou é invadi<strong>do</strong> pelas mesmas.Isto é um tema para ser entendi<strong>do</strong> pela discussão sobre a relação entre mo<strong>de</strong>los<strong>de</strong> atenção e a construção <strong>do</strong>s espaços intercessores. A caixa preta <strong>do</strong> jogo <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>sque ocorre entre o produtor e o consumi<strong>do</strong>r abre-se e po<strong>de</strong> revelar aspossibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> intervenção <strong>do</strong>s distintos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> gestão <strong>do</strong> trabalho em saú<strong>de</strong> eseus compromissos. Mas, fica registra<strong>do</strong> que, se o trabalho é em saú<strong>de</strong>, o espaçointercessor será sempre partilha<strong>do</strong>, mesmo que o mo<strong>de</strong>lo que se institua seja o <strong>de</strong> seuabafamento; porém os instituintes em ato estarão sempre geran<strong>do</strong> ruí<strong>do</strong>s no seu interior.Estes são os casos <strong>do</strong>s <strong>de</strong>sencontros que os usuários relatam quan<strong>do</strong> falam dafalta <strong>de</strong> acolhimento e <strong>de</strong> responsabilização que vivenciam atualmente nas suas relaçõestrabalho em saú<strong>de</strong>/consumo.Os espaços intercessores na saú<strong>de</strong>, as vozes e as escutasDentro <strong>de</strong>sta compreensão sobre a constituição <strong>do</strong> espaço intercessor no processo<strong>de</strong> trabalho em saú<strong>de</strong> é possível introduzirmos uma discussão da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>i<strong>de</strong>ntificarmos situações <strong>de</strong> ruí<strong>do</strong> no cotidiano <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, com a finalida<strong>de</strong><strong>de</strong> se analisar a própria dinâmica daquele processo, i<strong>de</strong>alizan<strong>do</strong> possíveis intervençõesque permitam alterar a direcionalida<strong>de</strong> das ações em saú<strong>de</strong>, no próprio ato <strong>do</strong> processo<strong>de</strong> trabalho.Esta idéia <strong>de</strong> ruí<strong>do</strong> vem da imagem <strong>de</strong> que cotidianamente as relações entre os agentesinstitucionais ocorre no interior <strong>de</strong> processos silenciosos até o momento que a lógica funcional,pre<strong>do</strong>minante e instituída, seja rompida. Porém, este rompimento é normalmente percebi<strong>do</strong>como uma disfunção, como um <strong>de</strong>svio <strong>do</strong> normal que <strong>de</strong>veria ocorrer.Com ruí<strong>do</strong> queremos introduzir a noção, basea<strong>do</strong> em Fernan<strong>do</strong> Flores 11 , <strong>de</strong> que aquebra <strong>do</strong> silêncio <strong>do</strong> cotidiano po<strong>de</strong> ser, e <strong>de</strong>ve ser, percebi<strong>do</strong> como a presença <strong>de</strong>134 SAÚDE E DEMOCRACIA - A LUTA DO <strong>CEBES</strong>

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