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A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

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que, necessariamente subordina-se à or<strong>de</strong>m ou seja, mudanças só po<strong>de</strong>m se dar no senti<strong>do</strong>previamente estabeleci<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> organiza<strong>do</strong>. A organização, naturalmente, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> espírito humano: “Não é aos leitores <strong>de</strong>sta obra que acreditaria<strong>de</strong>ver provar que as idéias governam e subvertem o mun<strong>do</strong>, em outros termos, que omecanismo social repousa finalmente em opiniões. Sabem eles sobretu<strong>do</strong> que a gran<strong>de</strong>crise política e moral das socieda<strong>de</strong>s atuais provém, em última análise, da anarquiaintelectual. Nosso mais grave mal consiste nesta profunda divergência entre to<strong>do</strong>s osespíritos quanto a todas as máximas fundamentais, cuja fixi<strong>de</strong>z é a primeira condiçãoduma verda<strong>de</strong>ira or<strong>de</strong>m social” 8 .O positivismo é o pensamento que admitin<strong>do</strong> ter a história chega<strong>do</strong> ao seu maisalto grau, nenhuma mudança qualitativa <strong>de</strong>ve ocorrer e o progresso da socieda<strong>de</strong> não émais <strong>do</strong> que a realização <strong>de</strong> uma harmonia que se concretizará pela boa orientação <strong>do</strong>saber e pela operosida<strong>de</strong> <strong>do</strong> homem diante da natureza. O pensamento que sabe é aqueleque i<strong>de</strong>ntifica as leis não contraditórias que regem os fenômenos, sejam físicos e químicos,biológicos ou sociais. Não haven<strong>do</strong> nelas contradições os <strong>de</strong>svios são, ou <strong>de</strong>feitos <strong>do</strong>pensamento, ou disfunções passíveis <strong>de</strong> correções, tal qual a medicina realiza com as<strong>do</strong>enças. Compreen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> os processos, o positivismo se tem como a mais alta terapêuticapara os males sociais, inclusive através <strong>de</strong> um fervor religioso.Estas concepções são claramente interessantes para quem, <strong>de</strong> certa forma, usufrui<strong>do</strong> já estabeleci<strong>do</strong>. Pensamento essencialmente conserva<strong>do</strong>r teve, com certa facilida<strong>de</strong>,gran<strong>de</strong> penetração nos espaços forma<strong>do</strong>res <strong>de</strong> opinião. A sociologia anglo-saxã pareceter si<strong>do</strong> especialmente receptiva, mesmo porque se po<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar um feliz encontrocom sua tradição empirista. Enten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a socieda<strong>de</strong> como um “sistema funcional”, ouseja, ativida<strong>de</strong>s interrelacionadas visan<strong>do</strong> uma finalida<strong>de</strong> geral, as “questões sociais”tendiam a ser vistas como “disnomias”, isto é, quebra das regras que regem a vida emsocieda<strong>de</strong>, principalmente ao nível <strong>de</strong> grupos/individualida<strong>de</strong>s especifica<strong>do</strong>s. Em outrostermos, dada a estrutura, os conflitos referem-se a insatisfações (em geral <strong>de</strong> minorias)perfeitamente contornáveis se a socieda<strong>de</strong> é competentemente dirigida no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong>oferecer oportunida<strong>de</strong>s iguais a to<strong>do</strong>s. Don<strong>de</strong>, um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> papel atribuí<strong>do</strong> aoEsta<strong>do</strong>, se não o máximo prove<strong>do</strong>r, certamente o elemento <strong>de</strong> equilíbrio pois, estan<strong>do</strong>acima <strong>do</strong>s conflitos, <strong>de</strong>les po<strong>de</strong> se ocupar da forma mais isenta possível. A questão, bemse vê, é política e não se constitui em nenhuma novida<strong>de</strong>.UMA MESMA MOEDA?Os anos 60 foram marcantes sob diversos aspectos. Um <strong>de</strong>les, sem dúvidarelevante, foi to<strong>do</strong> um fervilhar sócio-político-cultural que, fazen<strong>do</strong> balançar velhasestruturas, resultou em mudanças e promessas abso<strong>luta</strong>mente fascinantes. Parecia terchega<strong>do</strong> a hora <strong>de</strong>, em <strong>de</strong>finitivo, construir a justiça no mun<strong>do</strong> pela eliminação das<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s, das discriminações e intolerâncias.Assim, <strong>do</strong>is triunfos pareciam, claramente, se avizinhar. O primeiro, social, atravésda <strong>de</strong>mocracia que em breve iria se instalar. O segun<strong>do</strong>, aquele da ciência e das técnicas8. Comte, A. - Curso <strong>de</strong> Filosofia Positiva. Col. Os Pensa<strong>do</strong>res. Editora Abril Cultural. São Paulo, 1973.SAÚDE E DEMOCRACIA - A LUTA DO <strong>CEBES</strong>211

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