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A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

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face à possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>finições mais estruturais, que vinham se configuran<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong>a 8ª Conferência Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, o mesmo foi-se afastan<strong>do</strong> e chegou a celebraralianças claras com os interesses <strong>do</strong> capital. Talvez se possa levantar aqui alguma hipótese<strong>de</strong> erro tático <strong>do</strong> “movimento sanitário” na vertente da sua <strong>luta</strong> corporativa (Conselhose Sindicatos), ao não ter consegui<strong>do</strong> manter a aliança com os setores efetivamente liberaisnão <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Po<strong>de</strong>-se, porém, contra-argumentar, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já, que nemmesmo esse liberalismo é real e que a perspectiva <strong>de</strong> estatização não os afeta apenasi<strong>de</strong>ologicamente mas na sua prática real altamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> fracasso e dasinsuficiência <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r público; senão com vínculos íntimos com o setor priva<strong>do</strong> <strong>de</strong>insumos.Por outro la<strong>do</strong>, ainda que uni<strong>do</strong>s em relação à ban<strong>de</strong>ira contra a estatização, osinteresses particulares <strong>do</strong>s grupos liga<strong>do</strong>s ao setor hospitalar priva<strong>do</strong> contrata<strong>do</strong> pelopo<strong>de</strong>r público, ao setor <strong>do</strong> pré-pagamento (medicina <strong>de</strong> grupo, seguros e cooperativas),indicavam caminhos organizativos distintos para o Sistema <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Enquanto aquele<strong>luta</strong>va pela preservação da tutela <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, este pleiteava a in<strong>de</strong>pendência <strong>do</strong> mesmo.Ao setor hospitalar contrata<strong>do</strong> (ou contratável) interessava o aumento da receitada Segurida<strong>de</strong> Social e uma estratégia <strong>de</strong> organização <strong>do</strong>s serviços que viabilizasse asua participação nesses recursos, sem subordinação técnica ou administrativa ao po<strong>de</strong>rpúblico. Pelo contrário, ao setor <strong>de</strong> pré-pagamento interessava a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>captação direta <strong>do</strong>s recursos sem a intermediação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, isto é, sem passar pelo“caixa” da Segurida<strong>de</strong> Social; para tal seria necessário a não compulsorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>contribuição para a Segurida<strong>de</strong> Social e a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o Esta<strong>do</strong> transferir a essesetor parte da sua responsabilida<strong>de</strong> na cobertura assistencial.É interessante e lógico notar como, face a essas alternativas, o setor empresarialmais mo<strong>de</strong>rno ten<strong>de</strong> a preferir a alternativa estatal, preservada a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>organização <strong>de</strong> serviços in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>do</strong> recurso público, contra a preservação <strong>do</strong>sintereses empresariais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e pouco eficientes. O que esse setor nãotolera é o que chamam <strong>de</strong> “xenofobia”, numa <strong>de</strong>fesa clara da participação <strong>do</strong> capitalestrangeiro no setor.O Projeto apresenta<strong>do</strong> pelo “Centrão”, atendia basicamente às reinvidicações <strong>do</strong>setor hospitalar priva<strong>do</strong>, conforme analisa<strong>do</strong> por técnicos liga<strong>do</strong>s à “plenária da saú<strong>de</strong>”.Assim, se aprova<strong>do</strong>, o projeto <strong>do</strong> “Centrão” significaria um retrocesso em relaçãoao que na prática, já vinha ocorren<strong>do</strong> na política nacional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, através <strong>do</strong>s SUDS.Como já foi referi<strong>do</strong>, face a essas circustâncias, tentou-se repolarizar a discussãoatravés da apresentação <strong>de</strong> novas emendas 15 .15. Assim, po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>stacadas as seguintes, além daquelas que recuperavam o texto da “Sistematização”.- recuperação da “emenda popular”, pelo Deputa<strong>do</strong> Eduar<strong>do</strong> Jorge. (PT);- recuperação da questão <strong>do</strong> monopólio estatal <strong>de</strong> importação <strong>de</strong> medicamentos, equipamentos ematérias primas, pelos Deputa<strong>do</strong>s Célio <strong>de</strong> Castro (sem parti<strong>do</strong>) e Al<strong>do</strong> Arantes (PC <strong>do</strong> B);- inclusão <strong>do</strong> piso <strong>de</strong> 13% <strong>de</strong> gastos orçamentários com Saú<strong>de</strong>, pela Deputada Abigail Feitosa (PSB).- recuperação da idéia da “natureza pública”, pelo Deputa<strong>do</strong> Carlos Sant’Anna (PMDB);- recuperação <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> da saú<strong>de</strong> ocupacional, pelo Deputa<strong>do</strong> Eduar<strong>do</strong> Jorge (PT);- explicitação da proibição <strong>de</strong> comercialização <strong>de</strong> sangue e hemo<strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s, pelo Deputa<strong>do</strong> CarlosSant’Anna (PMDB) e Sena<strong>do</strong>res José Fogaça (PMDB) e Mário Covas (PDT), que <strong>de</strong>ram origem a uma“emenda <strong>de</strong> fusão” sob a coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Raimun<strong>do</strong> Bezerra e participação <strong>do</strong> Sena<strong>do</strong>rJamil Haddad (PSB) e <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Eduar<strong>do</strong> Jorge (PT);SAÚDE E DEMOCRACIA - A LUTA DO <strong>CEBES</strong>83

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