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A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

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Bases Conceituaisda Reforma Sanitária BrasileiraINTRODUÇÃOO movimento pela <strong>de</strong>mocratização da saú<strong>de</strong> que tomou corpo no Brasil durantea segunda meta<strong>de</strong> da década <strong>de</strong> setenta possibilitou a formulação <strong>do</strong> projeto da ReformaSanitária Brasileira, sustenta<strong>do</strong> por uma base conceitual e por uma produção teóricocrítica.Diversos estu<strong>do</strong>s e artigos publica<strong>do</strong>s nos últimos vinte anos, especialmenteatravés <strong>do</strong> Centro Brasileiro <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (<strong>CEBES</strong>), atestam a vitalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssemovimento e, contemplam, com distintas ênfases, os aspectos político-i<strong>de</strong>ológicos,organizativos e técnico-operacionais da Reforma Sanitária. Mesmo que o <strong>de</strong>bate<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> não chegue a configurar um novo paradigma (Fleury, 1992), teve aimportância <strong>de</strong> questionar a concepção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> restrita à dimensão biológica eindividual, além <strong>de</strong> apontar diversas relações entre a organizaçãos <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>e a estrutura social.No presente texto, procurar-se-á discutir certos elementos da base conceitual <strong>de</strong>sseprojeto que permitiram o questionamento <strong>do</strong> paradigma biomédico <strong>do</strong>minante naspolíticas públicas e nas instituições sanitárias bem como a busca <strong>de</strong> paradigmasalternativos.O termo paradigma é origina<strong>do</strong> <strong>do</strong> grego com o senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> mostrar, manifestar(Garcia, 1971). Utiliza<strong>do</strong> na análise <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento científico (KUHN, 1975), traziaa idéia <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> pressupostos, conceitos e valores aceitos e compartilha<strong>do</strong>spor uma comunida<strong>de</strong> científica em uma <strong>de</strong>terminada disciplina. Nas palavras <strong>do</strong> referi<strong>do</strong>autor paradigmas seriam “as realizações científicas universalmente reconhecidas que, durantealgum tempo, fornecem problemas e soluções mo<strong>de</strong>lares para uma comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> praticantes <strong>de</strong>uma ciência” (Kuhn, 1975:13). Em <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s momentos <strong>de</strong> crise, entretanto, ocorreriauma ruptura em relação ao conjunto vigente com a emergência <strong>de</strong> teorias científicasestabelecen<strong>do</strong>-se novos enfoques para uma disciplina em questão. É nessa acepção maisprecisa que a noção <strong>de</strong> paradigma tem si<strong>do</strong> empregada em epistemologia. Contu<strong>do</strong>,não será a privilegiada neste texto.Outra conotação <strong>do</strong> termo paradigma aproxima-o à idéia <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo. Representariauma forma simplificada e esquemática <strong>de</strong> expressar a realida<strong>de</strong>, isto é, a apresentação<strong>de</strong> um fenômeno aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> somente às suas características mais significativas (Garcia,1971). Trata-se, portanto, <strong>de</strong> um objeto artificial ou abstrato-formal concebi<strong>do</strong> parareproduzir nas suas leis e seus efeitos os fenômenos relaciona<strong>do</strong>s com os objetos reaisou empíricos (Almeida Filho & Paim, 1982). No caso da saú<strong>de</strong>, a clássica tría<strong>de</strong> <strong>do</strong>agente-hospe<strong>de</strong>iro-ambiente empregada para ilustrar a multicausalida<strong>de</strong> seria umexemplo. Do mesmo mo<strong>do</strong>, o mo<strong>de</strong>lo da história natural da <strong>do</strong>ença (Arouca, 1976) aoSAÚDE E DEMOCRACIA - A LUTA DO <strong>CEBES</strong>11

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