12.07.2015 Views

A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

o funcionamento <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> seguro. Entretanto, até o presente momento não foieditada a lei complementar mencionada no art. 192.As cooperativas médicas - UNIMEDs, em sua essência, celebram contratos <strong>de</strong>seguro, pois contratam a cobertura <strong>de</strong> dano eventual e futuro à saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> segura<strong>do</strong>. Éum contrato <strong>de</strong> risco futuro e aleatório, cujo valor é calcula<strong>do</strong> em cima das probabilida<strong>de</strong>sda ocorrência <strong>do</strong> risco.Realmente, não faz senti<strong>do</strong> a comercialização <strong>de</strong> planos e seguro-saú<strong>de</strong> por cooperativas,pois as mesmas gozam <strong>de</strong> privilégios fiscais que não se coadunam com as suasfinalida<strong>de</strong>s mercantis, a não ser que se exija contrapartida compatível com os privilégiosconcedi<strong>do</strong>s.Também não é legítimo que algumas entida<strong>de</strong>s ven<strong>de</strong><strong>do</strong>ras <strong>de</strong> planos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>se organizem sob a forma <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s sem fins lucrativos, embora exerçam ativida<strong>de</strong>tipicamente comercial, incompatível com a benemerência e filantropia, ainda mais se seconsi<strong>de</strong>rar que a assistência social tem por fim garantir aos necessita<strong>do</strong>s os mínimossociais, nas áreas da proteção à família, à maternida<strong>de</strong>, à infância, à a<strong>do</strong>lescência e àvelhice; ao amparo às crianças e a<strong>do</strong>lescentes carentes; a promoção da integração aomerca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho; a habilitação e reabilitação das pessoas porta<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiênciae a promoção <strong>de</strong> sua integração à vida comunitária.Ora, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse conceito que nos é da<strong>do</strong> pela Lei Orgânica da Assistência Social(Lei 8.742/93) nenhuma entida<strong>de</strong> que atua no ramo <strong>de</strong> planos ou seguro-saú<strong>de</strong> po<strong>de</strong>ser consi<strong>de</strong>rada uma entida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “assistência social”, nos termos da Constituição, arts.150, VI, c e art. 195, § 7º, e, sen<strong>do</strong> assim, estaria impedida <strong>de</strong> gozar da imunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>impostos e da isenção das contribuições sociais.Aliás — em função <strong>do</strong> conceito fixa<strong>do</strong> na Lei Orgânica da Assistência Social arespeito <strong>do</strong>s mínimos sociais, e consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que a saú<strong>de</strong> tem conceito próprio, nãoestan<strong>do</strong> mais compreendida <strong>de</strong>ntro da previdência e assistência social, como ocorriaanteriormente à atual Constituição — faz-se necessário aprofundar tal estu<strong>do</strong> em razão<strong>do</strong>s privilégios fiscais, inconcebíveis em área <strong>de</strong> pura mercantilização. No caso <strong>do</strong>s i<strong>do</strong>sos,os cálculos atuariais elevam sobremaneira o valor das mensalida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s seguros e planos<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que acaba sen<strong>do</strong> fator exclu<strong>de</strong>nte, tangen<strong>do</strong>-os da cobertura assistencial. (E aassistência social tem como um <strong>de</strong> seus objetivos proteger o i<strong>do</strong>so carente). A aplicação<strong>do</strong> disposto no Código Tributário precisa ser revisto em razão da nova conceituação daassistência social.Vemos que estamos em área que necessita <strong>de</strong> urgente regulação, ainda mais se sepensar no crescimento brutal <strong>de</strong>sse merca<strong>do</strong>, em razão das próprias condições precárias<strong>do</strong>s serviços públicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.Não po<strong>de</strong>mos também esquecer a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proteção ao consumi<strong>do</strong>r nafixação das exclusões <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças, na <strong>de</strong>limitação <strong>de</strong> localida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> atendimento, novalor das mensalida<strong>de</strong>s e seus reajustes, nos prazos <strong>de</strong> carência, na conceituação <strong>de</strong><strong>do</strong>enças genéticas, na restrição à livre escolha <strong>de</strong> médico e hospital etc., as quais, namaioria das vezes, lesam o consumi<strong>do</strong>r.Também não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> criticar a ausência <strong>do</strong> Ministério da Saú<strong>de</strong> noConselho Nacional <strong>de</strong> Seguro Priva<strong>do</strong> - CNPS, <strong>do</strong> qual era membro <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1966 até oano <strong>de</strong> 1990.Com a reforma administrativa <strong>do</strong> Governo Collor, o Ministério da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixou<strong>de</strong> fazer parte <strong>do</strong> CNSP. Muitas outras reformas ocorreram neste ínterim, sem, entretanto,SAÚDE E DEMOCRACIA - A LUTA DO <strong>CEBES</strong>269

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!