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A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

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outros, merecen<strong>do</strong>, neste momento, um balanço, para orientar a atuação mais propositiva<strong>do</strong> movimento, hoje bastante ausente <strong>do</strong> <strong>de</strong>bate parlamentar.CONJUNTURA E PERSPECTIVAS: UMA AGENDACom a promulgação da Constituição e a aprovação da Lei Orgânica da Saú<strong>de</strong>, omovimento sanitário parece ter consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> que “ganhou a guerra”, em relação à implantação<strong>do</strong> SUS, esquecen<strong>do</strong>-se que tinha si<strong>do</strong> apenas “uma batalha”. No entanto, o mesmonão ocorria em relação aos setores conserva<strong>do</strong>res; e não só em relação à Saú<strong>de</strong>: o perfil<strong>do</strong> Parlamento em nivel fe<strong>de</strong>ral adquiriu contornos nitidamente mais à direita, comoum to<strong>do</strong>, além <strong>de</strong> reorganizar-se a partir <strong>de</strong> interesses específicos, com objetivos concretos<strong>de</strong> reverter muitas das políticas aprovadas pela Constituinte para a área social, emparticular o SUS. O que não impediu, todavia, a condução também <strong>de</strong> novosparlamentares liga<strong>do</strong>s ao movimento ao Congresso Nacional, como é o caso <strong>do</strong> expresi<strong>de</strong>nte<strong>do</strong> <strong>CEBES</strong> e li<strong>de</strong>rança amplamente consensual <strong>do</strong> setor, Sérgio Arouca; talvezo primeiro a se eleger, em nivel fe<strong>de</strong>ral, a partir <strong>de</strong> uma plataforma e <strong>de</strong> uma baseorganizadas principalmente ao re<strong>do</strong>r da questão da <strong>de</strong>mocratização da saú<strong>de</strong>, daReforma Sanitária.Ocorre que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a negociação da Lei Orgânica da Saú<strong>de</strong>, já se evi<strong>de</strong>nciava areorganização <strong>do</strong>s interesses empresariais e corporativos, levan<strong>do</strong> a que a sua aprovaçãofosse muito mais difícil; é claro que não po<strong>de</strong>ria também ser <strong>de</strong> outra forma, pois afinal,tratava-se <strong>de</strong> “dar nomes aos bois”, <strong>de</strong>talhar o “como” fazer atuar e funcionar o SUS. Eisso ocorria numa conjuntura em que o po<strong>de</strong>r executivo ganhava novo fôlego, com aeleição <strong>de</strong> Collor, legitima<strong>do</strong> pelas urnas, sobre uma plataforma “mo<strong>de</strong>rnizante”, emcontraponto ao perío<strong>do</strong> imediatamente anterior <strong>do</strong> Governo Sarney, por to<strong>do</strong>s rejeita<strong>do</strong>,pelos escracha<strong>do</strong>s clientelismo e fisiologismo que o caracterizavam; e <strong>de</strong>rrotan<strong>do</strong> ocandidato das forças populares, que po<strong>de</strong>ria significar uma real alternativa àqueles<strong>de</strong>svios.Assim, durante o curto Governo Collor, ao la<strong>do</strong> <strong>de</strong> algumas bravatas, assistiu-sea uma insistente reação à <strong>de</strong>scentralização e a várias tentativas <strong>de</strong> reinterpretação <strong>do</strong>sprincípios <strong>do</strong> SUS, num flagrante <strong>de</strong>srespeito à Constituição e à Lei. Nesse perío<strong>do</strong>,houve a primeira tentativa <strong>de</strong>, ao se emendar a Constituição por meio <strong>do</strong> “emendão”,retirar a proibição da comercialização <strong>do</strong> sangue e hemo<strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s; tentativa malsucedida no seu conjunto, mas que revelava a intencionalida<strong>de</strong> e a organicida<strong>de</strong> <strong>do</strong>Governo com os interesses que se consi<strong>de</strong>ravam <strong>de</strong>rrota<strong>do</strong>s na Constituinte.No Governo Itamar, se por um la<strong>do</strong> o Ministério da Saú<strong>de</strong> tentou retomar a<strong>do</strong>utrina original <strong>do</strong> SUS, inclusive extinguin<strong>do</strong> o INAMPS, o Ministério da Previdência,em conivência com as autorida<strong>de</strong>s econômicas (as mesmas <strong>de</strong> hoje), implodiu olimpicae impunemente o conceito <strong>de</strong> Segurida<strong>de</strong> Social e remeteu novamente o Ministério daSaú<strong>de</strong> à condição <strong>de</strong> pediente, <strong>de</strong> “pires nas mãos”, resultan<strong>do</strong> na sua atual e crônicasituação <strong>de</strong> carência <strong>de</strong> recursos.Todavia, apesar das reiteradas <strong>de</strong>clarações oficiais <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são ao SUS, o que setem visto é um renitente <strong>de</strong>scumprimento <strong>do</strong>s dispositivos constitucionais e legais, comretardamento <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização (e até mesmo <strong>de</strong> “inchamento” <strong>do</strong> nivelfe<strong>de</strong>ral) e uma omissão <strong>do</strong> governo fe<strong>de</strong>ral na regulamentação e fiscalização das açõesSAÚDE E DEMOCRACIA - A LUTA DO <strong>CEBES</strong>89

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