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A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

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somáticos, <strong>do</strong> tipo transposição, amplificação, inserção e mutação no material genético.A <strong>de</strong>scoberta <strong>do</strong>s oncogenes significa a abertura <strong>de</strong> enormes possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> intervenção,em um futuro não exatamente previsível mas, nem por isso, <strong>de</strong>sprezível. Tome-se, porexemplo, a mucovisci<strong>do</strong>se, uma das aproximadamente três mil <strong>do</strong>enças genéticas quepo<strong>de</strong>m acometer o homem e cuja incidência é <strong>de</strong> 1/1.500 crianças. Da<strong>do</strong> o programagenético, canais da membrana celular permeáveis ao cloro estão ausentes. A morte advémpor insuficiência respiratória. Por uma “transgenose” cujo veículo seria um vírus“<strong>do</strong>mestica<strong>do</strong>”, o novo material genético <strong>de</strong>terminaria a correção <strong>do</strong> “erro” original.Possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>scortinadas essas, em pleno uso outras. Tal é o caso <strong>do</strong>s anticorposmonoclonais, por exemplo, cuja alta sensibilida<strong>de</strong> permite diagnósticos precisos e precoces.Possibilida<strong>de</strong>s técnica pujante na <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> esta<strong>do</strong>s mórbi<strong>do</strong>s a nívelpopulacional, encontram-se na base <strong>de</strong> proposições como a da epi<strong>de</strong>miologia molecular,por exemplo, que viria ampliar enormemente nossos conhecimentos sobre os “perfisepi<strong>de</strong>miológicos” das populações. De outro la<strong>do</strong>, análises <strong>do</strong> DNA permitem, porexemplo, uma mais precisa <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> paternida<strong>de</strong>, para gáudio <strong>de</strong> uns e <strong>de</strong>cepção<strong>de</strong> outros. E ainda, com as técnicas <strong>de</strong> DNA recombinante, constróem-se sondas genéticasque têm possibilita<strong>do</strong>, entre outros, diagnósticos intra-uterinos como, por exemplo, <strong>de</strong>anemia falciforme. É fácil perceber que tais e tantas possibilida<strong>de</strong>s têm alto valor positivopois, alargan<strong>do</strong> o <strong>do</strong>mínio sobre os “mecanismos” da vida, permite tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões“mais racionais porque cientificamente fundada”. Todavia, um sentimento <strong>de</strong> inquietaçãoexiste nisso tu<strong>do</strong>. A certeza “objetiva” <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bra-se em questões que, para além <strong>de</strong>qualquer individualida<strong>de</strong>, dizem respeito ao comportamento da coletivida<strong>de</strong>, à moralsocial. Po<strong>de</strong>-se interromper uma gravi<strong>de</strong>z na qual foi precocemente diagnosticada umaanemia falciforme? Não é preferível prevenir to<strong>do</strong> um sofrimento que se sabe, fatalmenteocorrerá? É da ética que se trata...Por fim, uma pequena referência a novos resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>do</strong> “<strong>do</strong>mínio” davida a nível molecular, <strong>do</strong> engenho humano na manipulação <strong>do</strong> ser vivo para seuproveito. A <strong>de</strong>scoberta e posterior purificação da insulina, por exemplo, representouum avanço terapêutico que não é necessário aqui sublinhar. Todavia, quem po<strong>de</strong>riaimaginar que bactérias po<strong>de</strong>riam ter suas funções modificadas <strong>de</strong> forma que produtos<strong>de</strong> sua ativida<strong>de</strong> se pusessem a serviço <strong>do</strong> homem como remédio para seus males? E,para não lembrar mais <strong>do</strong> que um <strong>de</strong>sses resulta<strong>do</strong>s - <strong>de</strong> alcance fundamental no controle<strong>de</strong> <strong>do</strong>enças que, pela sua forma <strong>de</strong> transmissão, têm potencialida<strong>de</strong>s epidêmicas - tomeseas vacinas ditas <strong>de</strong> segunda geração “da qual a representante mais marcante é aquela<strong>de</strong>stinada à proteção contra o vírus da Hepatite B, particularmente temível na Ásia eem certas regiões da América <strong>do</strong> Sul. Esta vacina, atualmente obtida através <strong>de</strong> técnicasgenéticas transferin<strong>do</strong> a informação molecular apropriada para células <strong>de</strong> hamster(procedimento Pasteur) ou para células <strong>de</strong> levedura (procedimento Merck), apresentasobre a vacina convencional a vantagem <strong>de</strong> não mais se utilizar a coleta laboriosa (e nãosem perigo) <strong>do</strong> sangue <strong>do</strong>s ‘porta<strong>do</strong>res sãos” 19 .O conhecimento <strong>do</strong> biológico, sem nenhuma sombra <strong>de</strong> dúvida, tem significa<strong>do</strong>um extraordinário aumento da eficácia da técnica humana no tratamento das <strong>do</strong>enças.Um espírito “conquista<strong>do</strong>r e vitorioso” po<strong>de</strong> aí ver “todas as soluções” que um diaainda existirão. A máxima crença na ciência e na técnica é uma “religião” que tem suaorigem em tempos quase imemoriais. Por isso, trata-se <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar o que seria uma19. I<strong>de</strong>m, ibi<strong>de</strong>m. Pag. 110.224 SAÚDE E DEMOCRACIA - A LUTA DO <strong>CEBES</strong>

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