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A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

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Não se está afirman<strong>do</strong> que a intervir <strong>de</strong> forma ineficiente seja melhor retirar-se.Ao contrário, enfrentar os sistemáticos apelos para o chama<strong>do</strong> enxugamento <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>,acima <strong>de</strong> tu<strong>do</strong> requer uma administração pública eficiente. Movimentos nesse senti<strong>do</strong>não são apenas necessários, são possíveis, conforme <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> em outros países. Ocaso brasileiro, bastante atrasa<strong>do</strong> nesse senti<strong>do</strong> e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> enfrentar processosabso<strong>luta</strong>mente erráticos, como a “reforma Collor”, está diante <strong>de</strong> novas oportunida<strong>de</strong>s.Na área da saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ve-se ler a crise atual como oportunida<strong>de</strong>. Uma crise queatravessa diversas dimensões, conforme explorada no início <strong>de</strong>ste trabalho. Mas umacrise que encontra um espaço <strong>de</strong> intersecção <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> potencialida<strong>de</strong>, localiza<strong>do</strong> nasdimensões estrutural e organizacional, ou seja, <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão e <strong>de</strong> interrelacionamentoentre o Esta<strong>do</strong> e suas organizações.Não há dúvidas <strong>de</strong> que este espaço não dá conta diretamente <strong>de</strong> outras dimensõesda crise, localizadas por exemplo no campo da disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos para osetor. No entanto, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>-se que não se trata <strong>de</strong> resolver um ou outro problema, mas<strong>de</strong> resolver os <strong>do</strong>is, ou melhor ainda, ambos só tem senti<strong>do</strong> caso sejam trata<strong>do</strong>s eenfrenta<strong>do</strong>s simultaneamente. Ambos se condicionam tanto negativa, quantopositivamente.Defen<strong>de</strong>-se que a lógica <strong>de</strong> organização da administração pública toman<strong>do</strong> porbase os “contratos <strong>de</strong> gestão”, alteram significativamente importantes estrangulamentosa dificultarem atualmente a melhor performance das organizações públicas, em diversossetores, neste caso, os hospitais, mas também e porque não, os sistemas ou re<strong>de</strong>s <strong>de</strong>serviços. Nesse senti<strong>do</strong>, há uma analogia possível: os atuais módulos <strong>de</strong> médicos/equipes<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da família dissemina<strong>do</strong>s pelo país, possuem um tipo <strong>de</strong> relação contratualcom o po<strong>de</strong>r público muito próximo da lógica <strong>do</strong> contrato <strong>de</strong> gestão. Tais equipes sãocontratadas e remuneradas por capitação, isto é, salários fixos em função <strong>do</strong> volume <strong>de</strong>vidas sob responsabilida<strong>de</strong>. Há na NOB/96 47 a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicação <strong>do</strong> Índice <strong>de</strong>Valorização <strong>de</strong> Resulta<strong>do</strong>s IVR, que viria a agregar recompensa financeira variável emfunção <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s sanitários <strong>de</strong>correntes entre outros, da atuação das referidasequipes, a serem apura<strong>do</strong>s através da aplicação sistemática <strong>de</strong> alguns indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong>resulta<strong>do</strong>s.A ausência <strong>de</strong> objetivos externos claros, ao nível <strong>do</strong>s órgãos centrais, o centralismoadministrativo, a ênfase nos controles sobre os meios e processos são característicasa serem revertidas. O contrato <strong>de</strong> gestão permite isso. Ao nível <strong>do</strong>s hospitais, a baixaresponsabilida<strong>de</strong> em relação aos resulta<strong>do</strong>s, a ausência <strong>de</strong> objetivos, a limitada autonomiagerencial, a improvisação gerencial, o <strong>de</strong>sperdício, etc., po<strong>de</strong>m ser melhor enfrenta<strong>do</strong>s.Particularmente para as características da ativida<strong>de</strong> hospitalar, on<strong>de</strong> o mais essencial<strong>do</strong> seu trabalho, o trabalho médico, exige liberda<strong>de</strong> e autonomia relativa, po<strong>de</strong> serestendida a mesma concepção <strong>de</strong> gerência. A prática formal <strong>de</strong> autonomias internascom base nos serviços/unida<strong>de</strong>s organizacionais/centros <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>s, respeitae valoriza a liberda<strong>de</strong> e autonomia <strong>do</strong> trabalho médico, mas <strong>de</strong>le cobra resulta<strong>do</strong>s,responsabilida<strong>de</strong>s, coor<strong>de</strong>nação com o to<strong>do</strong> organizacional e <strong>de</strong>ste com a própriadimensão maior <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atenção preconiza<strong>do</strong> pelo SUS um mo<strong>de</strong>lo interessa<strong>do</strong>em resulta<strong>do</strong>s (sanitários).45. Matéria publicada no Jornal <strong>do</strong> Brasil <strong>de</strong> 15/12/96.46. Conforme regulamentação na Norma Operacional Básica <strong>de</strong> 1993 e mais recentemente na NOB 96.158 SAÚDE E DEMOCRACIA - A LUTA DO <strong>CEBES</strong>

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