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A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

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pela conformação <strong>de</strong> um corpo jurídico-institucional nos processos históricos <strong>de</strong><strong>de</strong>mocratização. No entanto, <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> tomar em conta <strong>do</strong>is aspectos cruciais para a<strong>de</strong>mocracia: em primeiro lugar, a necessida<strong>de</strong> que um processo institucional que assegurea igualda<strong>de</strong> básica da cidadania seja acompanha<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma realida<strong>de</strong> social compatível,isto é, on<strong>de</strong> a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> renda esteja minimizada; e, em segun<strong>do</strong> lugar, o fato <strong>de</strong>que o encontro entre liberalização e participação embora não <strong>de</strong>fina o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>participação a<strong>do</strong>tada, o que quer dizer que não qualifica a <strong>de</strong>mocracia que se funda noencontro entre os <strong>do</strong>is eixos, termina por subsumir a participação ao espaço estrito <strong>do</strong>governo representativo.O dilema entre representação (enquanto formato a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> pre<strong>do</strong>minantementepara institucionalização da competição) e participação também se coloca para osmarxistas, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> expresso por Poulantzas 16 (1981:293) em termos da opção polarizadaentre a aceitação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> existente, introduzin<strong>do</strong> modificações secundárias que nãoalteram a natureza <strong>do</strong> estatismo social-<strong>de</strong>mocrata e <strong>do</strong> parlamentarismo liberal, ou,alternativamente, ater-se apenas à <strong>de</strong>mocracia direta <strong>de</strong> base, o que para o autor conduzine<strong>luta</strong>velmente a um <strong>de</strong>spotismo social-<strong>de</strong>mocrata ou a uma ditadura <strong>do</strong>s especialistas.A saída <strong>de</strong>ste dilema seria: “como compreen<strong>de</strong>r uma transformação radical <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> articulan<strong>do</strong> a ampliação e o aprofundamento das instituições da <strong>de</strong>mocraciarepresentativa e das liberda<strong>de</strong>s (que foram também conquista das massas populares)com o <strong>de</strong>senvolvimento das formas <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocracia direta na base e a proliferação <strong>de</strong>focos autogestores, esse é o problema essencial <strong>de</strong> uma via <strong>de</strong>mocrática para o socialismoe <strong>de</strong> um socialismo <strong>de</strong>mocrático”.A proposta <strong>de</strong> uma via <strong>de</strong>mocrática para um socialismo <strong>de</strong>mocrático feita porPoulantzas consiste em transformar, fortalecer e/ou criar os centros <strong>de</strong> resistência difusos,que as massas sempre tiveram no seio das re<strong>de</strong>s estatais, em centros efetivos <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r,o que não significa uma sucessão progressiva <strong>de</strong> reformas mas um movimento <strong>de</strong>rupturas reais da relação <strong>de</strong> forças no interior <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Para tanto, trata-se <strong>de</strong> fugir daperspectiva <strong>de</strong> uma <strong>luta</strong> interna nos aparelhos <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> tanto quanto <strong>de</strong> uma estratégia<strong>de</strong> <strong>luta</strong> fisicamente exterior a estes aparelhos, para pensar uma estratégia frontal <strong>de</strong>po<strong>de</strong>r dual: <strong>luta</strong>s populares <strong>de</strong> movimentos e proliferação <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocracia direta na baseacompanhadas da constituição <strong>de</strong> núcleos reais <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r popular no seio <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> (oque não se confun<strong>de</strong> com uma via eleitoral ou parlamentar).Na tentativa <strong>de</strong> sumarizar o <strong>de</strong>bate teórico acerca da <strong>de</strong>mocracia po<strong>de</strong>mosassinalar como pontos cruciais:– a <strong>de</strong>mocracia não po<strong>de</strong> prescindir da dimensão liberal representada pela<strong>de</strong>fesa das liberda<strong>de</strong>s individuais básicas;– por conseguinte, a juridicização das relações políticas é uma consequênciainevitável, já que as liberda<strong>de</strong>s se objetivam em um corpo <strong>de</strong> direitospositivos e instituições estatais;– a cidadania, como dimensão pública <strong>do</strong>s indivíduos resgata a mediaçãoentre Esta<strong>do</strong> e socieda<strong>de</strong>, materializan<strong>do</strong>-se em uma pauta <strong>de</strong> direitos e<strong>de</strong>veres, restituin<strong>do</strong> e revitalizan<strong>do</strong> a comunida<strong>de</strong> política;– a cidadania enquanto um processo <strong>de</strong> inclusão na comunida<strong>de</strong> política éuma expressão <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> expansão da hegemonia, pelo qual o Esta<strong>do</strong>restrito se transforma em um Esta<strong>do</strong> amplia<strong>do</strong>;– a burocracia estatal é requerida como fundamento da igualda<strong>de</strong> política<strong>do</strong>s cidadãos;32 SAÚDE E DEMOCRACIA - A LUTA DO <strong>CEBES</strong>

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