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A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

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ditatoriais militares que <strong>do</strong>minavam quase toda a região. Muito sofrimento resultou <strong>de</strong>toda a <strong>luta</strong> que se travou e os resulta<strong>do</strong>s foram positivos. Travou-se o bom combate,po<strong>de</strong>r-se-ia dizer. A retomada <strong>de</strong> certas liberda<strong>de</strong>s é fundamental para a construção da<strong>de</strong>mocracia, principalmente no que se refere à instituição <strong>de</strong> direitos. Entre nós, o acmefoi a proclamação da nova Constituição em 1988. Entre outros direitos <strong>do</strong> cidadão,encontra-se aquele à saú<strong>de</strong>, responsabiliza<strong>do</strong> o Esta<strong>do</strong> pela sua garantia. De fato, pelomenos uma tendência foi consolidada: nenhum cidadão brasileiro, hoje, po<strong>de</strong> ser excluí<strong>do</strong>da assistência <strong>de</strong>vida ao sofrimento ou a ameaça à vida. A questão, então, não é mais daexclusão, mas <strong>de</strong> uma equida<strong>de</strong> almejada. Sob esse ponto <strong>de</strong> vista, parece que a “crise”se faz presente, em gran<strong>de</strong> parte através <strong>do</strong>s escândalos que exalam o amargo o<strong>do</strong>r damorte: pronto-socorros lota<strong>do</strong>s, alga assassina que põe fim ao sofrimento <strong>de</strong> renaiscrônicos e dizimação <strong>de</strong> velhinhos que, por nem mais os filhos po<strong>de</strong>rem (ou quererem)cuidar, encontram em espeluncas um leito para os ossos repousar.No conjunto, “leva-se a vida”. Emprego e segurança parecem ser temas que calammais fun<strong>do</strong> no coração das pessoas. Talvez, por isso, um certo sentimento <strong>de</strong> vazio e, atémesmo, uma certa perplexida<strong>de</strong>. “O <strong>CEBES</strong> segue profundamente preocupa<strong>do</strong> com arelativa <strong>de</strong>smobilização <strong>do</strong> movimento sanitário brasileiro no perío<strong>do</strong> que suce<strong>de</strong>u ànova Constituição e à Lei Orgânica da Saú<strong>de</strong>. Muitos companheiros que participavamdiretamente <strong>de</strong>sse movimento estão hoje atarefa<strong>do</strong>s com administrações municipais,estaduais e até fe<strong>de</strong>rais, restan<strong>do</strong> pouco tempo para a velha militância que sempre foi omotor da <strong>luta</strong> por melhores condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong> vida no país. No Brasil, poucascoisas funcionam se não existe participação, controle e pressão. E nesse momento aparticipação está sen<strong>do</strong> pequena e a pressão, muito pequena” 15 . Não seria a “crise”aquela da militância? Administrar não é, também, uma forma <strong>de</strong> <strong>luta</strong>r por melhorescondições <strong>de</strong> vida e saú<strong>de</strong> da população? Ou será que o po<strong>de</strong>r “esmorece”?...Talvezduas questões <strong>de</strong>vessem aqui merecer algum <strong>de</strong>staque na nossa próxima agenda: tomara questão da saú<strong>de</strong> como uma questão política tout court não é preten<strong>de</strong>r, <strong>do</strong> interior <strong>de</strong>um recorte <strong>do</strong> ser social, emanar todas as diretivas? Que componente da “crise”correspon<strong>de</strong>ria a uma certa “frustração” pela não plena realização <strong>de</strong> velhos objetivosque, tal como a Fênix, mostram-se permanentemente ressurgi<strong>do</strong>s? Por fim, qual seriahoje o “projeto global”?O terceiro e último <strong>do</strong>s elementos “obstaculariza<strong>do</strong>res” acima sugeri<strong>do</strong>s, pareceter si<strong>do</strong> a novida<strong>de</strong> que se segue:A QUARTA ONDASeria, talvez, a mais recente das “revoluções”, não analisada por Grmek. Não eraseu objetivo. Trata-se da “vida pequena” e <strong>do</strong> enorme gênio que surge <strong>de</strong> sua invenção.Com Watson e Crick, o código da vida se <strong>de</strong>svenda. “A hereditarieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rá ser<strong>de</strong>clinada em uma linguagem química <strong>de</strong>terminada, um código inscrito no DNA, que nosé transmiti<strong>do</strong> por nossos pais e que eles próprios receberam <strong>de</strong> seus pais. Des<strong>de</strong> logo, ahistória da biologia, <strong>de</strong>pois <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo da dupla hélice (1952) será em gran<strong>de</strong> parte ocupadapelo DNA et, raramente, exceção feita, talvez, à revolução pasteuriana, as ciências<strong>do</strong> ser vivo terão visto sua progressão seguir um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>dutivo <strong>de</strong> tal perfeição” 16 .15. Garrafa, V. Saú<strong>de</strong> em Debate, 48. Pag 23. Setembro 1995.16. Gros, F. L’Ingénierie du Vivant. Éditions Odile Jacob. Paris, 1990.220 SAÚDE E DEMOCRACIA - A LUTA DO <strong>CEBES</strong>

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