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A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

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nocivas, o controle <strong>de</strong> agrotóxicos etc.. Se o Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve garantir o direito à saú<strong>de</strong>, emconsequência ele po<strong>de</strong> intervir em fontes causa<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças.Como a socieda<strong>de</strong> e o indivíduo também são responsáveis pela sua saú<strong>de</strong>,<strong>de</strong>ven<strong>do</strong> evitar o risco da <strong>do</strong>ença mediante a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> condutas ao seu alcance, quereduzam o agravo à saú<strong>de</strong>, enten<strong>de</strong>mos que também é <strong>de</strong>ver <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> estimular aformação <strong>de</strong> uma consciência, social e individual, <strong>de</strong> <strong>de</strong>ver e responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cadaum pela própria saú<strong>de</strong>.Nesta linha <strong>de</strong> raciocínio, as causas <strong>de</strong>terminantes e condicionantes da saú<strong>de</strong> —e não são poucas pelo enuncia<strong>do</strong> <strong>do</strong> artigo 3º da Lei 8.080/90 — ficam todas elas sujeitasao controle <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>?Como falar em regular, controlar e fiscalizar as ações e os serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> senão se fizer o mesmo com tu<strong>do</strong> aquilo que interfere na saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> cidadão, colocan<strong>do</strong>-aem risco? Se se protege a vida como um direito fundamental <strong>do</strong> ser humano o mesmohá <strong>de</strong> ser feito com a saú<strong>de</strong>. A saú<strong>de</strong> está na mesma categoria da vida, sen<strong>do</strong>, no fun<strong>do</strong>,a própria vida.Por isso <strong>de</strong>ve-se indagar qual o limite e a amplitu<strong>de</strong> <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r regula<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>no campo da saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>finin<strong>do</strong>-se, também, o conceito <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> “assistência àsaú<strong>de</strong>”, uma vez que é nesta área que a iniciativa privada tem liberda<strong>de</strong> para atuareconomicamente.Agora, já po<strong>de</strong>mos tocar diretamente no tema da regulação da saú<strong>de</strong>, balizan<strong>do</strong>opor esses pontos essenciais enumera<strong>do</strong>s acima.O PODER DA POLÍCIAAo falar em regulação não po<strong>de</strong>ríamos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> fora o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> polícia <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.No campo da saú<strong>de</strong> o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> polícia, em seu duplo senti<strong>do</strong> — po<strong>de</strong>r regula<strong>do</strong>r <strong>do</strong>Esta<strong>do</strong> e po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> polícia sanitária da Administração — se reveste <strong>de</strong> singular importânciaem face <strong>do</strong> bem protegi<strong>do</strong>, que em última instância, é a própria vida <strong>do</strong> cidadão.O po<strong>de</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> interferir na vida privada, controlan<strong>do</strong>-a e impon<strong>do</strong>condicionamentos à atuação <strong>do</strong> indivíduo remonta a mais longínqua era, sob as maisvariadas formas, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os regimes <strong>de</strong> governo vigentes.Sempre coube ao Esta<strong>do</strong> restringir a atuação <strong>do</strong> particular em benefício dacoletivida<strong>de</strong> ou, conforme o perío<strong>do</strong> da história, <strong>do</strong> próprio po<strong>de</strong>r estatal constituí<strong>do</strong>.É o chama<strong>do</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> polícia, expressão que, no dizer <strong>de</strong> Carlos Ari Sunfeld 8 ,não mais se presta nos dias <strong>de</strong> hoje a abarcar todas as operações estatais <strong>de</strong> regulação<strong>do</strong> setor priva<strong>do</strong>, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong>-se substituí-la pela expressão “administração or<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra”, semque isto constitua mera troca <strong>de</strong> rótulo, mas sim uma nova posição meto<strong>do</strong>lógica frenteà nova realida<strong>de</strong> jurídica.Mas <strong>de</strong> qualquer mo<strong>do</strong>, ainda que se reconheça ampla razão ao brilhanteadministrativista, não se po<strong>de</strong> ignorar a utilização no Direito Administrativo da8. “Direito Administrativo Or<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r”, Malheiros Editores.246 SAÚDE E DEMOCRACIA - A LUTA DO <strong>CEBES</strong>

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