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A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

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certo grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>sistência, à priori. Os <strong>de</strong>sastres da hemodiálise em Caruaru ou dasClínicas Geriátricas no Rio <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong>monstram a constatação. Haveria, apesar dacultura neoliberal hegemônica, espaço para avançarmos na <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res e<strong>do</strong>s cidadãos em geral. Tanto que sanitaristas acabam processa<strong>do</strong>s por omissão, omissãoimposta pelo sistema, è verda<strong>de</strong>. Entretanto, a saú<strong>de</strong> pública não tem <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong>vonta<strong>de</strong> política <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r <strong>de</strong> outra forma. Instituição conformada, <strong>do</strong>mesticada.Ou seja, po<strong>de</strong>ríamos <strong>de</strong>sempenhar o papel <strong>de</strong> vanguarda da <strong>de</strong>fesa da vida.Vanguarda, não. Este termo não está bem coloca<strong>do</strong>. À saú<strong>de</strong> coletiva caberia o papel <strong>de</strong>ator social que mais radicalmente <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>sse a vida, é isto. Para isso, inventar mo<strong>do</strong>sdistintos <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r. Na realida<strong>de</strong>, sequer temos enfrenta<strong>do</strong> estas batalhas, uma vezque já nos <strong>de</strong>rrotamos por antecipação ao não ousarmos enfrentar lógicas privatistasem <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong> interesse coletivo. Cabería-nos a invenção <strong>de</strong> outros mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> açãosanitária.Problema: há cada vez um grau maior <strong>de</strong> especialização <strong>do</strong>s sistemas <strong>de</strong>informação. Em geral, estão sen<strong>do</strong> organiza<strong>do</strong>s <strong>de</strong> maneira estanque, separa<strong>do</strong>s dasinstâncias responsáveis pelo planejamento e gestão das equipes encarregadas daintervenção concreta na realida<strong>de</strong>. Separação entre coletores e analisa<strong>do</strong>res <strong>de</strong> informação<strong>de</strong> quem possuiria autorida<strong>de</strong> e capacida<strong>de</strong> para intervir. Distanciamento entreinformação e instâncias responsáveis pelo planejamento e administração <strong>do</strong>s serviços.Fratura entre vigilância epi<strong>de</strong>miológica e vigilância sanitária. A saú<strong>de</strong> pública confinadaà epi<strong>de</strong>miologia <strong>de</strong>scritiva.Nada contra conhecer realida<strong>de</strong>s epi<strong>de</strong>miológicas, ao contrário. Tratar-se-ia <strong>de</strong>inventarmos mecanismos <strong>de</strong> aproximação <strong>de</strong>stes pólos dilacera<strong>do</strong>s. Por que, porexemplo, não ampliar a responsabilida<strong>de</strong> e o papel <strong>de</strong>stes Centros <strong>de</strong> InformaçãoEpi<strong>de</strong>miológica, transforman<strong>do</strong>-os em Centros <strong>de</strong> Controle <strong>de</strong> Enfermida<strong>de</strong>s?Inteligência acoplada à responsabilida<strong>de</strong> interventora.Superar a impotência da suposta onisciência. Vi, com <strong>do</strong>is imensos olhos arregala<strong>do</strong>s,mais <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> geoprocessa<strong>do</strong>res acompanham, com minúcias,epi<strong>de</strong>mias <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue - um pontinho para cada novo caso. Surtos que o SUS não conseguecontrolar e que a inteligência sanitária julga impossível erradicar.Consi<strong>de</strong>ro necessário reforçarmos as instâncias responsáveis pela saú<strong>de</strong> coletiva.Trabalhar com a diretriz segun<strong>do</strong> a qual cada região, ou município, ou distrito <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><strong>de</strong>veria contar com pelo menos uma equipe especializada em saú<strong>de</strong> pública. Órgão quecoletasse informações e, ao mesmo tempo, coor<strong>de</strong>nasse todas as ações <strong>de</strong> promoção eprevenção. Equipes que tanto agiriam diretamente sobre o território, <strong>de</strong> forma complementar,quanto também articulariam as ações <strong>de</strong> outros agentes, fossem eles <strong>de</strong> outrossetores ou <strong>do</strong> próprio sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>: médicos <strong>de</strong> família, equipes da re<strong>de</strong> básica, etc.Com a <strong>de</strong>scentralização das práticas sanitárias tornou-se urgente a eleição <strong>de</strong>centros que coor<strong>de</strong>nem e complementem a ação <strong>do</strong>s níveis <strong>de</strong>scentraliza<strong>do</strong>s. Equipes<strong>de</strong> sanitaristas <strong>de</strong> Secretarias estaduais que analisassem informações da região, propusessempriorida<strong>de</strong>s, programas, cronogramas articula<strong>do</strong>s <strong>de</strong> intervenção e que atéatuassem diretamente em campo auxilian<strong>do</strong> os municípios. Por outro la<strong>do</strong>, equipes <strong>de</strong>sanitaristas em cada município que <strong>de</strong>sempenhassem as mesmas funções, coor<strong>de</strong>nan<strong>do</strong>o trabalho <strong>do</strong>s profissionais <strong>de</strong> nível local.Estou sugerin<strong>do</strong>, portanto, consi<strong>de</strong>rar-se a saú<strong>de</strong> pública tanto uma especialida<strong>de</strong>,quanto um corpo <strong>de</strong> saberes, básico, para todas as profissões <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Ou seja, açõesSAÚDE E DEMOCRACIA - A LUTA DO <strong>CEBES</strong>121

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