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A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

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apenas compreen<strong>de</strong> serviços executa<strong>do</strong>s por profissionais legalmente habilita<strong>do</strong>s,isoladamente, ou através <strong>de</strong> pessoas jurídicas. Cremos que a Lei Orgânica da Saú<strong>de</strong> fezo enquadramento a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> da assistência. Mas, voltaremos ao assunto mais a frente.A SAÚDE E AS POLÍTICAS SOCIAIS E ECONÔMICASA amplitu<strong>de</strong> dada pela Constituição ao termo ‘saú<strong>de</strong>’ se pren<strong>de</strong> ao fato <strong>de</strong> a saú<strong>de</strong><strong>de</strong> um povo expressar a organização social e econômica <strong>do</strong> País; é <strong>do</strong> conhecimento <strong>de</strong>to<strong>do</strong>s que os índices <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> <strong>do</strong>ença têm relação direta com a renda e otrabalho. Os relatórios <strong>de</strong> organismos internacionais (Banco Mundial, OrganizaçãoMundial da Saú<strong>de</strong>, Unicef) confirmam, permanentemente, estes da<strong>do</strong>s. A mortalida<strong>de</strong>infantil em países pobres é muito maior que nos países ricos. A <strong>de</strong>snutrição, a mortematerna, a morte por complicação no parto, problemas respiratórios e infecções são asgran<strong>de</strong>s causas <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças e morte. A baixa renda, as más condições ambientais <strong>de</strong>trabalho, a educação <strong>de</strong>ficiente, a falta <strong>de</strong> acesso a serviços preventivos, a ignorânciaque não permite a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> condutas que preservem a saú<strong>de</strong>, os baixos índicesnutricionais são fatores que interferem na saú<strong>de</strong> individual e coletiva.Sabemos que a pobreza reduz a vida e a riqueza conce<strong>de</strong> mais alguns anos <strong>de</strong>vida a quem <strong>de</strong>la <strong>de</strong>sfruta. GIOVANNI BERLINGUER 6 relata que “O primeiro limiteconsiste em que os progressos das ciências não atingiram toda a humanida<strong>de</strong>. Basta pensar que40% <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os óbitos na América Latina referem-se (assim como na pré-história) a criançasmenores <strong>de</strong> cinco anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. A causa principal disso resi<strong>de</strong> nas <strong>do</strong>enças infecciosas, nasubalimentação, na falta <strong>de</strong> habitações sadias, nas <strong>de</strong>ficiências higiênicas, na exploração, naignorância e no <strong>de</strong>semprego. Qual é a causa, ou melhor, o aspecto mais evi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>sta limitaçãoda medicina? Vou expô-lo nos mais chocantes termos: po<strong>de</strong>mos dizer que quem é pobre morreantes. Acontecia assim na socieda<strong>de</strong> escravagista, acontece assim em muitas socieda<strong>de</strong>s hoje emdia”.A estatura, o aspecto físico, a beleza física são da<strong>do</strong>s comprova<strong>do</strong>res das condiçõessocio-econômicas <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong>. Lembremo-nos da reportagem <strong>de</strong> alguns anos atrássobre a existência <strong>de</strong> homens-gabiru no nor<strong>de</strong>ste. A subnutrição, e não a herança genética,era responsável pela estatura média <strong>de</strong> 1,35 m daquelas pessoas que vivem no interior<strong>do</strong> nor<strong>de</strong>ste. Darcy Ribeiro 7 nos fala sobre a feiura <strong>do</strong> povo brasileiro e as suas mudanças,após algumas gerações, quan<strong>do</strong> os indivíduos atingem uma condição sócio-econômicamais elevada.Desse mo<strong>do</strong>, os fatores que interferem na saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> indivíduo e da coletivida<strong>de</strong>não são poucos e, se há um direito à saú<strong>de</strong> que <strong>de</strong>ve ser garanti<strong>do</strong> pelo Esta<strong>do</strong>, essedireito à saú<strong>de</strong> não significa apenas, como somos induzi<strong>do</strong>s a pensar, “acesso a serviçosassistenciais”, ou seja, oportunida<strong>de</strong> a to<strong>do</strong>s <strong>de</strong> cuidar <strong>de</strong> sua “<strong>do</strong>ença”; direito à saú<strong>de</strong>começa pelo direito a não ficar <strong>do</strong>ente em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> causas que compete ao Esta<strong>do</strong>regular, mediante intervenção nas suas bases gera<strong>do</strong>ras ou na ca<strong>de</strong>ia causal, como: omeio ambiente, incluí<strong>do</strong>i<strong>do</strong> o <strong>do</strong> trabalho, a instrução, a proibição <strong>de</strong> propagandas6. “Medicina e Política”, editora Hucitec, 3ª edição, pág. 56.7.”O povo brasileiro”, editora Companhia das Letras.SAÚDE E DEMOCRACIA - A LUTA DO <strong>CEBES</strong>245

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