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A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

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Ora, mesmo que isto ocorra, o usuário não <strong>de</strong>ixará <strong>de</strong> estar ali e <strong>de</strong> continuar“<strong>de</strong>sejan<strong>do</strong>” o que ele queria daquele momento. E se isto não for viabiliza<strong>do</strong> na produção<strong>do</strong>s atos pelo trabalha<strong>do</strong>r <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, ele sai dali e vai atrás <strong>de</strong> outro processo <strong>de</strong>consumo que lhe possa trazer a idéia <strong>de</strong> satisfação e <strong>de</strong> produto/resulta<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong>.Em parte o usuário será conforma<strong>do</strong> pelo processo <strong>de</strong> produção, mas na testagemque a vida lhe coloca no seu caminhar, em parte este processo não consegue contê-loplenamente (veja a imagem <strong>do</strong> intercessor partilha<strong>do</strong> e <strong>do</strong> objetal).Esta situação se apresenta como um processo gera<strong>do</strong>r <strong>de</strong> ruí<strong>do</strong>s e que po<strong>de</strong>m ser“gerencialmente” escuta<strong>do</strong>s pelos trabalha<strong>do</strong>res <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, ou mesmo pelos usuários.Para tanto, po<strong>de</strong>mos fazer perguntas para o mo<strong>do</strong> como no espaço intercessor seconcretiza a produção <strong>de</strong> processos típicos <strong>de</strong>ste espaço enquanto um lugar <strong>de</strong> efetivação<strong>de</strong> ações suportadas por um universo <strong>de</strong> “tecnologias leves”, <strong>de</strong> tecnologias <strong>de</strong>“relações” que se concretizam com a produção <strong>de</strong> “produtos” simbólicos, básicos paraoperar este tipo <strong>de</strong> processo <strong>de</strong> trabalho.Destacamos como produtos <strong>de</strong>ste tipo, à semelhança <strong>do</strong> jogo transferencial nosprocessos psicanalíticos, o acolhimento e o vínculo que são construí<strong>do</strong>s neste espaço emato, permanentemente. E estamos indican<strong>do</strong> que a pergunta sobre os mesmos po<strong>de</strong>mostrar como que se dá a construção <strong>de</strong> um da<strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo tecno-assistencial <strong>do</strong> ponto<strong>de</strong> vista <strong>do</strong> jogo instituinte das necessida<strong>de</strong>s entre o trabalha<strong>do</strong>r e o usuário. Revelan<strong>do</strong>a situação vital ocupada pelo trabalho vivo em ato no interior <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> trabalhoem saú<strong>de</strong> e evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> como no interior <strong>do</strong>s processos cotidianos <strong>do</strong>s serviços seproduzem as vozes, as escutas e os silêncios, entre os trabalha<strong>do</strong>res e os usuários,expressos em formas <strong>de</strong>finidas nos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> atenção construí<strong>do</strong>s no interior <strong>do</strong>sequipamentos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.Deste mo<strong>do</strong> a busca é a <strong>de</strong> colocar sob interrogação o encontro trabalha<strong>do</strong>r-usuáriocomo um po<strong>de</strong>roso processo revela<strong>do</strong>r das distintas lógicas que operam no interior <strong>do</strong>smo<strong>do</strong>s como se trabalha em saú<strong>de</strong>, o que permite perceber distintas linhas <strong>de</strong> fuga quepo<strong>de</strong>m abrir este processo a novos significa<strong>do</strong>s ético-políticos e operativos. Com estasinterrogações po<strong>de</strong>-se procurar colocar em cheque a natureza pública e privada <strong>de</strong>steencontro, os processos <strong>de</strong> captura a que o trabalho vivo está subordina<strong>do</strong> e os tipos <strong>de</strong>interesses que pre<strong>do</strong>minam neste espaço, os ocultamentos e “abafamentos”.Criar ferramentas para um olhar analisa<strong>do</strong>r neste senti<strong>do</strong>, então, é conseguiroperar no interior <strong>de</strong>stas próprias lógicas e torná-las rui<strong>do</strong>sas, e assim temas públicospara o coletivo/“equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>”, inclusive nas suas relações com os usuários.Neste senti<strong>do</strong>, enten<strong>de</strong>mos que há dispositivos “naturais” <strong>de</strong>ste processo <strong>de</strong>scola<strong>do</strong>sda própria tecnologia leve que opera nestes espaços intercessores, como porexemplo o acolhimento, que tem um gran<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> gerar ruí<strong>do</strong>s por expor maisclaramente a razão ético-política, e não só instrumental, que opera no seu interior. Entretanto,po<strong>de</strong>mos também criar dispositivos “artificiais” que possam interrogar estesprocessos instituintes e instituí<strong>do</strong>s; alguns experimentos <strong>do</strong>s quais temos participa<strong>do</strong>têm mostra<strong>do</strong> uma certa eficácia interessante no repensar o trabalho em saú<strong>de</strong>. Nesteparticular temos trabalha<strong>do</strong> com a construção <strong>de</strong> ferramentas, como fluxogramas e re<strong>de</strong>s<strong>de</strong> petições e compromissos, analisa<strong>do</strong>ras <strong>de</strong>stes encontros singulares.136 SAÚDE E DEMOCRACIA - A LUTA DO <strong>CEBES</strong>

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