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A luta do CEBES - Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI

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Da Bioética “Privada”à Bioética “Pública”F. Roland SchrammINTRODUÇÃONa sua breve existência <strong>de</strong> um quarto <strong>de</strong> século, a bioética teve duas fases sucessivas:uma que chamaremos <strong>de</strong> “privada”, a outra “pública”.A fase “privada” -<strong>de</strong>finida recentemente também como “fase <strong>do</strong>s pioneiros” 1 -abrange o perio<strong>do</strong> que vai <strong>do</strong> início <strong>do</strong>s anos 70 - quan<strong>do</strong> Van Rensslear Potter criou oneologismo bioethics 2 e André Hellegers fun<strong>do</strong>u o Joseph and Rose Kennedy Institutefor Study of Human Reproduction and Bioethics na Universida<strong>de</strong> Georgetown <strong>de</strong>Washington, D.C. - até sua consolidação, ocorrida ao longo <strong>do</strong>s anos 80, enquanto campointerdisciplinar da ética aplicada ou, como preferem alguns autores, como instrumentocapaz <strong>de</strong> estabelecer interrelações entre questões, abordagens e valores significativosda nossa contemporaneida<strong>de</strong>, referentes ao <strong>do</strong>mínio da vida e da morte 3 .A fase “pública”, começa com os anos 90 e po<strong>de</strong> ser chamada <strong>de</strong> “fase <strong>do</strong>s conflitos”4 . Correspon<strong>de</strong> ao momento <strong>de</strong> aceitação da pertinência teórica para a abordagem<strong>de</strong> conflitos morais e à sua sua consolidação disciplinar (ou interdisciplinar); vê emcampo uma série <strong>de</strong> conflitos <strong>de</strong> valores e princípios inconciliáveis, que adquirempaulatinamente uma relevância pública, fato que outorga à bioética também umalegitimida<strong>de</strong> prática e social.Durante a primeira fase são particularmente relevantes os questionamentosmorais, ou éticos 5 relativos aos avanços das tecnociências biomédicas, aos efeitos sobrea qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida das pessoas e os direitos humanos individuais, tais como o direitoà vida, à saú<strong>de</strong>, à liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> consciência, à proprieda<strong>de</strong>, conheci<strong>do</strong>s como direitoscivis e políticos ou “naturais”, ou <strong>de</strong> “primeira geração”.Durante a segunda fase tornam-se paulatinamente relevantes os questionamentosmorais (ou éticos) relativos aos efeitos sobre a saú<strong>de</strong> das coletivida<strong>de</strong>s humanas dasopções escolhidas em matéria <strong>de</strong> políticas sanitárias e políticas ambientais. Neste caso,os direitos em foco são o direito à igualda<strong>de</strong> (ou equida<strong>de</strong>), à justiça, à assistência sanitária- conheci<strong>do</strong>s como direitos econômicos, sociais e culturais ou “sociais”, ou <strong>de</strong> “segundageração”, aos quais <strong>de</strong>vem ser acrescenta<strong>do</strong>s os mais recentes direitos <strong>de</strong> “terceirageração”, conheci<strong>do</strong>s também como direitos ecológicos e das gerações futuras 6 .Abordaremos, a seguir, as duas fases da bioética: a primeira fase, que qualificamoscomo sen<strong>do</strong> sobretu<strong>do</strong> “privada”, a segunda, mais especificamente “pública”, distinçãoque tem sobretu<strong>do</strong> uma finalida<strong>de</strong> heurística, mais <strong>do</strong> que uma fundamentaçãoontológica pois, sobre muitas questões, inclusive sanitárias, o aspecto “publico” éinseparável <strong>do</strong> “priva<strong>do</strong>”.SAÚDE E DEMOCRACIA - A LUTA DO <strong>CEBES</strong>227

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