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Quanto ao volume de produção, o crescimen-<br />

to em Mato Grosso foi muito maior, pois, na década,<br />

foi de 225%, para um ritmo nacional de 110%<br />

(figura 16).<br />

Esse crescimento decorreu de ganhos de produtividade<br />

acima da média nacional na década de<br />

1990, o que permitiu elevar Mato Grosso à condição<br />

de maior produtor de soja, com 8,456 milhões de<br />

toneladas, na safra 1999/2000, superando o Paraná<br />

(7,134 milhões de toneladas). Enquanto a média nacional,<br />

no início da década, era de 1580 kg/ha, em<br />

Mato Grosso já era de 2.370 kg/ha. No final da década,<br />

quando a média nacional cresceu para 2.395<br />

kg/ha, a média mato-grossense atingiu 3.020 kg/ha<br />

(figura 17).<br />

Assim, Mato Grosso ingressou no século 21<br />

como Estado líder na produção de soja, fechando a<br />

década com uma participação de 20,7% no total da<br />

área cultivada no país. Entre as mesorregiões do Estado,<br />

a do norte alcançou 61,2% da área cultivada estadual<br />

e 12% da nacional. Entre as microrregiões no<br />

norte, o destaque ficou para Parecis, 30,9% e 6%, e<br />

Alto Teles Pires, 25,6% e 5%, respectivamente, em<br />

termos estaduais e nacionais, demonstrando forte<br />

concentração da área cultivada nessas microrregiões.<br />

Dentre os municípios produtores de soja destacou-se<br />

Sorriso, com 11,6% da produção estadual e 2,3% da<br />

nacional. Quanto ao volume da produção, a concentração<br />

foi semelhante.<br />

A pressão social pela reforma agrária e os assentamentos<br />

Em seu programa de governo no primeiro mandato,<br />

Fernando Henrique Cardoso propôs assentar<br />

ARIOVALDO U. DE OLIVEIRA 139<br />

260.000 famílias, entendendo que a reforma agrária<br />

deveria ter apenas finalidade social, ou seja, retirar<br />

parte das pessoas marginalizadas dessa condição. Os<br />

massacres de Corumbiara, RO, e Eldorado dos Carajás,<br />

PA, fizeram com que essas metas fossem refeitas e<br />

ampliadas no segundo mandato. Ao final de oito<br />

anos, o governo anunciou ter assentado mais de<br />

600.000 famílias, 60% delas na Amazônia Legal.<br />

No governo Collor de Melo, das 40.000 famílias<br />

assentadas, 63% se estabeleceram na região amazônica,<br />

e Mato Grosso ficou com 2.250 delas. No governo<br />

Itamar Franco, a Amazônia ficou com 43% das<br />

4.800 famílias assentadas, e Mato Grosso não teve nenhuma.<br />

No primeiro mandato de FHC, 61% de um total<br />

de 276.000 famílias foram assentados na Amazônia,<br />

sendo que Mato Grosso ficou com 12,5% delas<br />

(34.450). Assim, a década de 1990 terminou com forte<br />

pressão social dos movimentos de luta pela terra<br />

para a realização da reforma agrária. Porém, no segundo<br />

mandato de FHC, o ritmo de assentamentos foi reduzido<br />

e apenas mais 10.000 famílias foram assentadas<br />

em Mato Grosso.<br />

Entretanto, a pressão social aumentou significativamente,<br />

pois nos programas Acesso à Terra e Reforma<br />

Agrária pelo Correio, Mato Grosso teve 70.000 famílias<br />

inscritas, ficando em primeiro lugar em número<br />

de inscrições. Esse programa foi lançado de forma<br />

midiática por FHC, transformando-se em um programa<br />

de “reforma agrária virtual”, que só serviu para iludir<br />

os camponeses. A mídia em geral foi cúmplice dessa<br />

ação do governo FHC, porque veiculou em horário<br />

nobre essa propaganda virtual. Assim, a década termina<br />

com uma forte pressão social dos movimentos de<br />

luta pela terra por reforma agrária.

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