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eixo da BR-163, que derivaram de projetos de coloniza-<br />

ção pública e privada, têm hoje na criação de gado leiteiro<br />

sua sustentação econômica básica. Esses pequenos<br />

criadores de gado leiteiro conseguiram estabelecer uma<br />

integração com a pecuária de corte típica dos médios e<br />

grandes proprietários. Assim, na pequena propriedade<br />

realiza-se a etapa da cria, e nas médias e grandes a recria<br />

e engorda. A presença do garimpo, que no passado tanto<br />

interferiu na vida local e regional, deixou algumas heranças<br />

que podem ser notadas em Peixoto Azevedo e<br />

Guarantã do Norte, esta principal centro distribuidor de<br />

bens e serviços para a porção norte da BR-163 no Pará.<br />

Assim, desenha-se um novo ordenamento territorial<br />

no Pará, fazendo com que a influência de Guarantã<br />

do Norte, aliada ao fluxo de migrantes vindos também<br />

do norte de Mato Grosso, drene parte das atividades<br />

econômicas da região. A exploração da madeira – em geral,<br />

clandestina – alimenta serrarias que destinam o produto<br />

principalmente para o mercado nacional e cujo caminho<br />

passa por Mato Grosso. Uma parte menor é exportada<br />

via Santarém, em meio a processos ilícitos de<br />

obtenção da madeira e das “guias” do Ibama, que se tornaram<br />

“moeda” cara e muito procurada na região.<br />

O quadro territorial do sudoeste do Pará<br />

O processo de ocupação do eixo do sudoeste paraense<br />

da BR-163 é uma espécie de expansão da ocupação<br />

do norte de Mato Grosso. Apenas não é ligado aos<br />

projetos de colonização. Trata-se de uma frente de expansão<br />

ligada à grilagem de terras públicas. Esse processo<br />

combina duas outras atividades ilegais, a madeireira<br />

e o garimpo, que ainda persiste em algumas áreas<br />

e está chegando às terras indígenas e às florestas nacionais.<br />

Dessa forma, a grilagem avança e as cercas das<br />

ARIOVALDO U. DE OLIVEIRA 181<br />

“propriedades” podem ser vistas por toda a extensão<br />

da rodovia, da divisa de Mato Grosso até pelo menos<br />

o rio Aruri. Ao sul da rodovia, a partir do município<br />

de Trairão, os projetos de assentamento e de colonização<br />

compõem outra realidade, com sua pequena criação<br />

de gado de leite combinada com a exploração da<br />

madeira, onde ela ainda existe.<br />

O quadro territorial de parte do sudeste do<br />

Amazonas no início do século 21<br />

A porção do Amazonas na área de influência da<br />

BR-163 é formada pelo prolongamento da BR-230, a<br />

Transamazônica, e fica no sudeste do Estado. Com<br />

baixa densidade populacional, a área se destaca pelos<br />

projetos de colonização e assentamento da reforma<br />

agrária, realizada pelo governo federal. Suas atividades<br />

econômicas estão voltadas para a agricultura de autoconsumo<br />

e pecuária de leite que vão ocupando as pequenas<br />

propriedades existentes.<br />

É uma região bastante visada por grileiros, muitas<br />

vezes estimulados por representantes do poder público,<br />

como é o caso de Apuí. Na faixa da rodovia, em<br />

decorrência do decreto-lei de 1971, que federalizou as<br />

terras devolutas ao longo das estradas federais na<br />

Amazônia Legal, praticamente todo o território é patrimônio<br />

público. Portanto, essas terras não podem<br />

ser apropriadas pelo estatuto jurídico do usucapião.<br />

Com baixíssimo índice de ocupação, a área pode<br />

e deve ser objeto de políticas protecionistas no campo<br />

da preservação ambiental.

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