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252 AMAZÔNIA REVELADA<br />

1. os moradores – migrantes vindos de outros Es-<br />

tados, já se fixaram no Pará com suas famílias; alguns<br />

possuem filhos paraenses (34,7%);<br />

2. os peões do trecho – migrantes que, sem residência<br />

fixa, vivem “no trecho”, transitam entre uma<br />

fazenda e outra, ou mesmo entre Estados (13,5%);<br />

3. os trabalhadores de fora – migrantes procedentes<br />

de outros Estados que transitam entre o Pará e<br />

o Estado de origem (51,8%).<br />

A maioria dos trabalhadores resgatados (93,3%)<br />

emigrou de seus municípios de origem em busca de<br />

trabalho. Destes, 10,2% vieram de municípios vizinhos,<br />

e 17,8%, mesmo morando no Pará, se deslocaram<br />

de outros municípios mais distantes do Estado.<br />

Apenas 6,7% dos libertados estava trabalhando no<br />

município de nascimento.<br />

Os dados disponíveis dos relatórios não são<br />

apropriados para uma análise com rigor estatístico,<br />

pois apresentam tamanho amostral limitado. Ainda<br />

assim, parece razoável afirmar que os valores díspares<br />

encontrados para os diferentes grupos mencionados<br />

acima podem ser tomados como indicativos de um<br />

padrão social do trabalho escravo na região. Adicionalmente,<br />

com base nas entrevistas concedidas por<br />

peões resgatados pela equipe móvel, é possível esboçar<br />

um perfil preliminar de cada um dos grupos. Esse<br />

quadro deverá servir de base para estudos futuros de<br />

maior profundidade.<br />

MORADORES<br />

O grupo dos moradores é bastante heterogêneo. Parte<br />

deles, por exemplo, são migrantes mais antigos, pro-<br />

cedentes do Maranhão, Tocantins, Piauí, que vieram<br />

tentar a sorte no Pará e trouxeram ou constituíram família<br />

na região. Alguns conseguiram comprar uma<br />

casa na cidade. Vivem basicamente do serviço temporário<br />

nas fazendas. Outros, mais velhos, têm como aspiração<br />

a aposentadoria, que lhes proporcionaria uma<br />

renda que se torna cada vez mais difícil de obter com<br />

o trabalho pesado nas fazendas.<br />

Distribuição dos trabalhadores resgatados<br />

residentes no Pará, por município de<br />

procedência (1997-2002)<br />

MUNICÍPIOS NÚMERO %<br />

Redenção 86 32,5**<br />

Santana 33 12,5**<br />

Xinguara 23 8,7**<br />

Curionópolis 21 7,9**<br />

Conceição 19 7,2**<br />

Marabá 14 5,3**<br />

Sapucaia 15 5,7<br />

Rio Maria 8 3,0<br />

Ourilândia 8 3,0<br />

Outros municípios* 38 14,3<br />

TOTAL 265 100<br />

*Tucumã (6), Eldorado (5), Piçarra (3), Itupiranga (2), Serra Pelada (2), São<br />

Geraldo (2), Parauapebas (2), Rio Vermelho (2), São Félix (1), Santa Maria das<br />

Barreiras (1), Cumaru (1), Água Azul (1), Belém (1), Campos Altos (1), São<br />

Domingos do Araguaia (1), Rondon (1) Novo Repartimento (1), Jacundá (1),<br />

Abaitetuba (1), Tucuruí (1), Pacajá (1), Novo Paraíso (1).<br />

Fonte: Relatórios dos grupos móveis – Gertraf.<br />

Na região da BR-163, as principais cidades fornecedoras<br />

de mão-de-obra escrava são Altamira, Santarém,<br />

São Félix do Xingu, Alta Floresta, Colíder, Diamantino,<br />

Guarantã do Norte, Matupá, Peixoto de<br />

Azevedo e Nova Canaã do Norte, de acordo com a<br />

mesma fonte.<br />

É também interessante notar que os dados disponíveis<br />

sobre a procedência dos denunciantes apon-

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