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des de lucros. E assim, em 2003, o Brasil ocupou o sé-<br />

timo lugar entre os países exportadores agrícolas.<br />

O lugar do agronegócio brasileiro no capita-<br />

lismo mundializado<br />

Em 1964, ano do golpe militar, as exportações<br />

brasileiras renderam 1,430 bilhão de dólares, dos quais<br />

os produtos agrícolas representaram 85,4%, os semima-<br />

nufaturados 8% e os manufaturados apenas 6,2%. Em<br />

1984, último ano do governo militar, o país exportou<br />

mercadorias no valor de 27,005 bilhões de dólares, nos<br />

quais a participação dos produtos básicos foi de apenas<br />

32,2%, dos semimanufaturados 10,6% e dos manufatu-<br />

rados 56%. Esses dados mostram que foi nos governos<br />

militares que se acelerou o processo de inserção do Brasil<br />

no capitalismo internacional e, com isso, o crescimento<br />

da dívida externa. Era, pois, necessário aumentar<br />

as exportações para pagar os juros. A dívida, que era<br />

de US$ 2,5 bilhões em 1964, aumentou para US$ 102 bilhões<br />

até 1984. Cabe salientar que, entre 1981 e 1984, o<br />

governo militar pagou US$ 30,7 bilhões de juros da dívida<br />

externa, ou seja, mais de 30% de seu montante.<br />

No governo Sarney, as exportações continuaram<br />

crescendo e o país chegou ao final de 1989 totalizando<br />

US$ 34,3 bilhões em exportação (27,8% de produtos<br />

básicos, 26,9% de semimanufaturados e 54,2% de manufaturados).<br />

Entretanto, mesmo com o pequeno período<br />

da declaração da moratória da dívida externa,<br />

ela chegou aos US$ 115,5 bilhões. No governo Sarney<br />

foram pagos US$ 67,2 bilhões de juros da dívida externa,<br />

ou seja, 58,2% do total devido.<br />

Assim, a crise econômica e a impossibilidade de<br />

pagamento da dívida foram a justificativa para que o<br />

Brasil entrasse, via reunião do Consensos de Washing-<br />

ARIOVALDO U. DE OLIVEIRA 173<br />

ton, no neoliberalismo. No final do governo Collor/Itamar,<br />

as exportações atingiram US$ 43,5 bilhões<br />

(25,4% de produtos básicos, 15,8% de semimanufaturado<br />

e 57,3% de manufaturados). Como conseqüência,<br />

a dívida externa chegou a US$ 148,2 bilhões em<br />

1994. Nesse período, US$ 80,2 bilhões foram destinados<br />

para o pagamento dos juros, o equivalente a mais<br />

de 54% do total da dívida.<br />

No governo FHC, o cenário não foi diferente. O<br />

crescimento da dívida e do pagamento dos juros continuou<br />

ocorrendo junto ao aumento das exportações,<br />

que em 2002 atingiram US$ 60,3 bilhões (28,1% de<br />

básicos, 14,9% de semimanufaturados e 54,7% de manufaturados).<br />

Por sua vez, a dívida externa cresceu até<br />

1998, quando atingiu US$ 241,6 bilhões em plena crise<br />

do real (a moeda). A partir de então, com a transferência<br />

de parte da dívida pública para a iniciativa<br />

privada pela privatização das estatais, a dívida externa<br />

passou a declinar. Entretanto, durante os oito anos do<br />

governo FHC, foram pagos US$ 102,4 bilhões de juros,<br />

ou seja, 45% do total da dívida. É importante registrar<br />

que FHC montou sua política econômica através do<br />

crescimento da dívida pública interna, que passou de<br />

R$ 31,6 bilhões em janeiro de 1995, para R$ 557,2 bilhões<br />

em 2002. Em reais, a dívida externa federal era<br />

também, no final de 2002, de R$ 269,7 bilhões. O total<br />

da dívida pública federal (interna mais externa)<br />

era, pois, de R$ 826,9 bilhões.<br />

Dessa forma, no segundo mandato do governo<br />

FHC foi pago um total de R$ 1 trilhão e 42,4 bilhões referentes<br />

à dívida pública federal (em 1999, R$ 288,8; em<br />

2000, R$ 248,3 bilhões; em 2001, R$ 248,9 bilhões; e em<br />

2002, R$ 256,4 bilhões). Logo, mais de quatro vezes a<br />

dívida. (cf. dados do site do Ministério da Fazenda)

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