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mos dinheiro para os maus tempos e em vez disso<br />

compramos mais terra para crescer mais depressa. Todos<br />

precisamos repensar isso agora,” diz Benigno Busunello,<br />

que em vinte anos quadruplicou o tamanho<br />

de sua fazenda perto de Primavera do Leste.<br />

Muitos fazendeiros admitem que foram ingênuos.<br />

“Precisamos nos profissionalizar; não podemos continuar<br />

suscetíveis a crises desse tipo”, diz José Rogério<br />

Salles, diretor da Aprosoja, a associação dos plantadores<br />

de soja fundada na semana passada. A Aprosoja<br />

quer mais soja processada em produtos de valor<br />

agregado, como ração animal para a criação de aves<br />

e suínos. Os fazendeiros também estão formando cooperativas<br />

para ganhar alavancagem em suas negociações<br />

de vendas e compras, e sonham com um cartel<br />

como o grupo de petróleo Opep para ajudar a estabilizar<br />

os preços.<br />

Os agricultores pioneiros de Mato Grosso vão perseverar.<br />

Ninguém está pensando em ir embora ainda.<br />

“Nós transformamos essa terra árida em um oásis,<br />

construímos estradas, escolas e casas. Não vamos<br />

abandonar isso”, diz Stechow. Mas eles também sabem<br />

que a corrida do ouro agrícola talvez tenha terminado<br />

para valer. “Era fácil ganhar dinheiro a US$ 16<br />

a saca [de soja], mas talvez nunca mais vejamos isso.<br />

Agora está na hora de provar que o Brasil ainda pode<br />

produzir os melhores e mais baratos produtos agrícolas<br />

do mundo”, diz Pivetta. (COLITT, 2005)<br />

Esse quadro de crise, como se pode avaliar, derivou<br />

das oscilações do preço da soja no ano de 2004,<br />

quando atingiu em abril a mais elevada cotação na<br />

Bolsa de Chicago, e nesse mesmo ano, em novembro,<br />

alcançou seu mais baixo preço. Dessa forma, o com-<br />

ARIOVALDO U. DE OLIVEIRA 165<br />

portamento do mercado mundial passa a ser agora regulado<br />

por certa normalidade da produção mundial<br />

de grãos que cresce. Esse novo quadro, motivado pelo<br />

crescimento gradativo esperado da demanda de soja,<br />

imporá novos marcos regulatórios para a expansão da<br />

soja no Brasil em geral e particularmente em Mato<br />

Grosso. É nesse momento que a pavimentação da BR-<br />

163 pode funcionar como um elemento novo na redução<br />

dos custos de transportes e no ganho de competitividade<br />

da produção de grãos do Brasil face ao mercado<br />

mundial.<br />

Há que se buscar a compreensão de que somente<br />

a redução constante de custos pode fazer frente ao quadro<br />

de crise que será a normalidade do mercado mundial.<br />

Afinal, a queda relativa dos preços das matériasprimas<br />

agrícolas é a única realidade certa deste mercado.<br />

Qualquer alternativa vai aprofundar a crise que volta<br />

a fazer parte do cotidiano do mercado nacional de<br />

grãos, como está sendo registrado pela imprensa:<br />

...a queda na receita é generalizada entre os produtos<br />

da safra de verão (algodão, arroz, feijão, milho e soja).<br />

Diante da elevação de custos, isso significa que boa<br />

parte desses agricultores deve ter prejuízo, exceto<br />

quem não se endividou e investiu para aumentar a<br />

produtividade. Um levantamento feito pela consultoria<br />

MB Associados nas regiões produtoras mais importantes<br />

para cada lavoura no país revela que, de<br />

oito áreas pesquisadas, os agricultores estão no prejuízo<br />

em seis delas. A única região em que o produtor<br />

ainda se mantém no azul é em Londrina, PR. A rentabilidade<br />

da soja na região é de 13% do preço em relação<br />

ao custo operacional. Na safra passada, esse indicador<br />

estava em 80%.

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