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A região do centro-norte de Mato Grosso cor-<br />

tada pela BR-163, Cuiabá-Santarém, no final da dé-<br />

cada de 1960<br />

No final dos anos 60, a microrregião homogênea<br />

do Brasil de número 332 formava a área centro-norte<br />

de Mato Grosso que foi cortada pela BR-163. Ela cor-<br />

respondia ao que o IBGE denominava “Norte de Mato<br />

Grosso”. Segundo o IBGE (1970, p. 522), a microrre-<br />

gião era a menos povoada do Estado, e a presença de<br />

não-índios se concentrava mais ao sul. Do ponto de<br />

vista econômico, o produto extraído de maior valor<br />

era a borracha, que, embora em quantidade diminuta,<br />

representava mais de 90% dentro do Estado, seguida<br />

pela castanha-do-pará e pelo tucum (amêndoa), e<br />

“nota-se também o aproveitamento dos fracos pastos<br />

naturais dos cerrados para a escassa criação extensiva<br />

de gado”. “A atividade agrícola restringe-se a culturas<br />

de subsistência em pequena escala, sobressaindo as de<br />

cana-de-açúcar, mandioca, arroz, milho e banana.”<br />

Quanto à estrutura fundiária, é uma microrregião<br />

onde predominam as grandes propriedades, com<br />

área média acima de 1.000 ha. Em relação à infra-estrutura<br />

viária, o IBGE registrou que “ela se caracteriza<br />

por uma ausência quase total de modernas vias de circulação.<br />

Nas suas partes sul e sudoeste se serve do trecho<br />

Cuiabá-Porto Velho da rodovia Brasília-Acre,<br />

cujo percurso se faz tangenciando-as”. Tratava-se,<br />

portanto, de uma região em que o acesso se dava exclusivamente<br />

pelos rios.<br />

A região amazônica e os planos geopolíticos<br />

dos governos militares<br />

A criação da Sudam constituiu o principal eixo<br />

da política do Estado para a região amazônica. Ela<br />

ARIOVALDO U. DE OLIVEIRA 77<br />

nasceu da transformação da SPVEA e tinha como<br />

principais objetivos a adoção de uma política de incentivos<br />

fiscais e creditícios visando a atração de capitais<br />

nacionais e internacionais para a região; concentração<br />

dos investimentos em áreas selecionadas;<br />

e definição de espaços econômicos suscetíveis de desenvolvimento<br />

planejado. A atuação da Sudam se<br />

fez via um fundo de investimentos (Fidam) e o Basa<br />

– Banco da Amazônia S/A. Foi por intermédio da<br />

Sudam que grandes grupos econômicos investiram<br />

em projetos agropecuários e agroindustriais na<br />

Amazônia.<br />

O Programa de Integração Nacional – PIN – foi<br />

o principal programa a alimentar as políticas territoriais<br />

do Estado na Amazônia. Em 1970, o governo militar<br />

o implantou com três diretrizes importantes:<br />

• abertura de duas rodovias na Amazônia:<br />

- Transamazônica (ligando o Nordeste e a<br />

Belém-Brasília à Amazônia ocidental -Rondônia<br />

e Acre);<br />

- Cuiabá-Santarém, ligando Mato Grosso à<br />

Transamazônica e ao próprio porto de Santarém,<br />

no rio Amazonas;<br />

• a implantação, em faixa de terra de 10 km de<br />

cada lado das novas rodovias, de um programa<br />

de “colonização e reforma agrária” e o início da<br />

primeira fase do plano de irrigação do Nordeste;<br />

• transferência de 30% dos recursos financeiros<br />

dos incentivos fiscais oriundos de abatimento do<br />

imposto de renda para aplicação no programa.<br />

Dessa forma, o PIN era instrumento para a im-<br />

plantação na Amazônia de um novo Plano Nacional

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