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168 AMAZÔNIA REVELADA<br />

O economista responsável pelo estudo, Glauco Car-<br />

valho, diz que, nesse caso, a proximidade do porto de<br />

Paranaguá e a melhor infra-estrutura para o escoamento<br />

do produto compensam, de certa forma, a<br />

queda de preços. “Londrina é a nata da produção de<br />

soja”, afirma. Apesar do melhor desempenho da soja<br />

em Londrina ante as demais, o economista ressalta<br />

que esse é o menor índice de rentabilidade alcançado<br />

pelo produto desde 1999 na região. Carvalho observa<br />

que o problema para o agricultor não é o fato de a receita<br />

ser baixa, desde que a rentabilidade seja boa.<br />

Acontece que, neste ano, com a elevação dos custos,<br />

os dois indicadores recuaram, o que é um sinal de<br />

descapitalização do campo. Em dezembro de 2003, o<br />

agricultor precisava de 13,7 sacas de soja para comprar<br />

1 t de adubo. Em dezembro passado, eram necessárias<br />

23,4 sacas para adquirir a mesma tonelada. “A subida<br />

de custos ocorreu não só para a soja, como para<br />

o algodão e o milho”, diz Fábio Silveira, da MS Consult.<br />

Ele ressalta que a pressão do petróleo na cadeia<br />

dos itens nitrogenados derivados da nafta puxou as<br />

cotações do fertilizante.<br />

Os preços da soja e de outros grãos, em reais, despencaram.<br />

No início deste ano, a cotação do algodão em<br />

pluma caiu 39% em reais, do arroz, 31%, da soja,<br />

30%, e do milho, 13%, na comparação com o mesmo<br />

período de 2004. Silveira ressalta, no entanto,<br />

que em dólar a cotação da soja, voltou este ano para<br />

o patamar histórico de US$ 10 a saca. Em 2003 e<br />

2004, a situação foi atípica. Diante do recuo da receita,<br />

uma alta expressiva da produção para 2006 irá<br />

depender de maior participação do governo no financiamento<br />

da safra, prevê o economista. (O Estado<br />

de S. Paulo, 2005, p. B3)<br />

Em praticamente todas as análises da conjuntura<br />

do agronegócio para o Brasil e particularmente para<br />

Mato Grosso, o quadro é crítico:<br />

Enquanto o Brasil praticamente parava durante os<br />

festejos do carnaval, os preços da soja continuavam<br />

em deterioração. Durante os feriados, o preço da saca<br />

em Sorriso, na região médio-norte de Mato Grosso,<br />

perdeu o patamar de R$ 20,00. Na quarta-feira de<br />

cinzas não havia comprador com indicação de preço<br />

acima de R$ 19,80 na região. É consenso no mercado<br />

que não há perspectiva de alta para o produto – pelo<br />

menos no curto ou no médio prazos.<br />

O preço atual praticado em Sorriso é 43% inferior ao<br />

pago pela saca de soja na primeira semana de fevereiro<br />

do ano passado. A baixa é praticamente a mesma<br />

em relação a 2003. O preço, contudo, ainda é superior<br />

à média histórica para a região, até 2002, antes da<br />

bolha que inflou os preços da soja em todo o mundo.<br />

A diferença é que os custos de produção também aumentaram<br />

desde então e o produtor mato-grossense<br />

não tem conseguido pagar sua lavoura com a venda<br />

da mercadoria pelos preços vigentes.<br />

A pressão sobre os preços mantém a comercialização<br />

da soja lenta, ao mesmo tempo em que a colheita<br />

avança tanto na Região Centro-Oeste como no interior<br />

do Estado do Paraná. “O produtor está tendo<br />

prejuízo, mas reluta em vender, na expectativa de<br />

que algum milagre aconteça”, resumiu um corretor<br />

de Cuiabá.<br />

A consultoria Céleres informa que 30% da produção<br />

nacional prevista para este verão tinha sido comercializada<br />

até o dia 4, em comparação com os 54% registrados<br />

na mesma data do ano passado e os 43%

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