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372 AMAZÔNIA REVELADA<br />

Comunidade São Luís do Tapajós, margem direita do rio<br />

Tapajós, proximidades do Parque Nacional da Amazônia.<br />

Era importante entreposto para os garimpos do Tapajós até<br />

a abertura da Transamazônica.<br />

FOTO: Maurício Torres<br />

mesmo aconteceu em relação à entrada e passagens de<br />

madeireiras por acessos ao Parque que atravessassem a<br />

comunidade. De forma oposta, a perspectiva de aliança<br />

de comunidades com grileiros e madeireiros acena<br />

com a possibilidade de uma parceria da maior eficiência<br />

na extração criminosa de recursos da reserva.<br />

Enquanto a administração do Parque teme que a<br />

presença das comunidades seja a via de acesso para a<br />

extração de madeira, a reserva vizinha mostra como<br />

esse papel pode ser exatamente o contrário. A criação<br />

da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, na década<br />

de 90, foi fruto da organização das comunidades da<br />

margem esquerda do rio Tapajós para deter o avanço<br />

da madeireira Amazonex e, posteriormente, unidas às<br />

comunidades da margem direita do rio Arapiuns, para<br />

enfrentar a madeireira Santa Isabel (GDA – Grupo de<br />

Defesa da Amazônia, 1999).<br />

Hoje, sem anuir com a permanência, nem vislumbrar<br />

qualquer medida para relocar os habitantes<br />

do Parque, e nem tampouco conseguir coibir a entrada<br />

de novos moradores, o Ibama limita-se a lhes impor<br />

restrições, que, se seguidas, tornariam impossível<br />

a sua sobrevivência. Há tempos, a mais completa falta<br />

de recursos e pessoal não permitiu ao órgão sequer<br />

pensar em qualquer ação de maior espectro em relação<br />

àquela população. Suas ações sempre se basearam<br />

em impedir as atividades extrativas e agrícolas, sem as<br />

quais se torna impossível a vida daqueles moradores.<br />

A conservação das estradas que ligam essas comunidades<br />

à cidade de Itaituba é proibida e isso casa com os<br />

interesses da fiscalização, por acreditar ela que, com<br />

más condições de vida no interior do Parque, os moradores<br />

irão preferir morar do lado de fora da reserva.<br />

A partir de uma lógica bizarra, deduz-se que, caso as

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