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gar às atividades voltadas à produção para o mercado,<br />

e até abrirão caminho ao avanço do latifúndio.<br />

Essa análise acaba por dizer mais dos seus sujeitos<br />

do que das próprias comunidades. Associa-se, sem<br />

o menor cuidado, a condição campesina a um estágio<br />

de evolução social pré-capitalista. A compreensão dos<br />

apossamentos desses camponeses é necessária para poder<br />

pensar essa forma de vida e ocupação territorial<br />

como, também, uma forma de proteção à floresta.<br />

Longe de ser a porta de entrada, essas ocupações representam,<br />

antes, e muito mais, um obstáculo para<br />

transformações de um modo de vida menos degradante<br />

em relação ao meio e ao avanço do latifúndio.<br />

O campesinato preza sua cultura, e essa resistência<br />

pode constituir uma significativa força de reação<br />

(MONTEIRO, 1974).<br />

Na seqüência de imagens de satélite dos anos de<br />

1986, 1992, 1996, 2001 e 2003 (figura 13) pode-se notar<br />

o avanço de pressões antrópicas sobre o limite do<br />

Parque Nacional da Amazônia. No limite que contorna<br />

em arco a cidade de Itaituba, percebe-se claramente<br />

quem exerce essa pressão: pequenos colonos. Porém,<br />

é importante notar que eles são “empurrados”,<br />

dia a dia, em direção à reserva. Quase a totalidade deles<br />

já esteve em outros pequenos lotes de terra nas proximidades.<br />

Nesses locais, hoje, só encontramos fazendas,<br />

a maioria delas de pecuária, com grandes extensões<br />

e altos índices de desmatamento. A figura 14 é<br />

bastante ilustrativa: pode-se perceber que, até o limite<br />

do Parque, quase a totalidade das terras está invadida<br />

por latifúndios (muitos, com titulação discutível).<br />

Sem dúvida, as comunidades do interior do Parque<br />

Nacional da Amazônia geraram – e geram –, ainda<br />

que pequena, uma área de devastação ambiental.<br />

MAURÍCIO TORRES E WILSEA FIGUEIREDO 367<br />

Interior do Parque, próximo ao rio Mamuru.<br />

O enfraquecimento da comunidade do local propiciou a<br />

entrada de ricos comerciantes de Itaituba, que se apropriam<br />

de grandes extensões de terra e implantam uma forma de uso<br />

muito mais degradante do que a dos colonos que ali estavam.<br />

FOTO: Maurício Torres

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