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clusive o de não conseguir realizá-lo em razão das más<br />

condições das vias. No caso das tábuas, são os exportadores<br />

que comandam o processo, ainda que as serrarias<br />

escolham o transportador. O contrato do exportador<br />

com as serrarias atribui a estas a responsabilidade<br />

de levar o produto até o cais. Os riscos de transporte<br />

normalmente são assumidos pelos caminhoneiros e,<br />

somente em casos especiais, pelas serrarias. O pagamento<br />

é feito apenas quando as mercadorias são efetivamente<br />

entregues no porto.<br />

Alguns dados reveladores do mercado de transporte<br />

de madeira e naturalmente de sua geografia de<br />

produção: as toras, em 2004, eram buscadas a cerca de<br />

75 km de distância, sendo 5 km na BR-163 e mais 65 km<br />

em ramais. Em 2003 eram 45 km, 25 de ramal e 20 na<br />

BR. No ano anterior, eram apenas 20 km, todo trecho<br />

ao longo da BR. Há serrarias que estão buscando madeira<br />

a 130 km – 100 km de BR e mais 30 de ramal.<br />

A expectativa de redução do custo do frete é<br />

muito alta, embora outros fatores possam entrar em<br />

jogo, em especial o excesso de oferta como carga de retorno<br />

– a exemplo do que acontece nas ligações SE-NE.<br />

As serrarias enchem os pátios durante o período<br />

seco e trabalham durante todo o ano, inclusive nas<br />

chuvas, transformando-as em tábuas. Na localidade<br />

conhecida como Trinta (entroncamento da BR-163<br />

com a BR-230), antes da fiscalização mais forte do Ibama,<br />

passavam cerca de sessenta veículos com madeira<br />

por dia, entre tábuas e toras. São muitos os riscos envolvidos<br />

nesse transporte.<br />

Derivados de petróleo<br />

De modo semelhante aos produtos em geral, também<br />

se encontram duas diferentes estruturas de aprovisio-<br />

ROMULO ORRICO 437<br />

namento de derivados de petróleo na região. No trecho<br />

mato-grossense predominam as tradicionais e<br />

grandes distribuidoras do país, enquanto no trecho<br />

paraense elas são poucas, pequenas, de âmbito local,<br />

abastecidas em Santarém ou Itaituba. Um transportador<br />

de combustível informa que antes se podia comprar<br />

combustível em Paulínia, SP. Entretanto, a proibição<br />

de levar madeira sobre o tanque (ainda que vazio)<br />

inviabilizou a viagem. Mais ao sul, ainda é possível<br />

comprar em Guarantã do Norte, MT.<br />

Outros produtos em geral<br />

Os serviços ora existentes refletem as condições incipientes<br />

de economia e de rede viária da região. Os núcleos<br />

urbanos localizados no trecho paraense da rodovia<br />

têm seus próprios circuitos e condições de abastecimento,<br />

resultado de um certo isolamento em que vivem.<br />

Ao mesmo tempo, as relações sociais com o sul<br />

do país, trazidas com a migração, estabeleceram alguns<br />

canais de abastecimento extremamente particulares,<br />

em razão das viagens para os Estados sulinos.<br />

Assim, embora Cuiabá continue sendo a capital das<br />

compras, elas também são feitas em cidades muitíssimo<br />

distantes como Presidente Prudente, SP, cidades<br />

dos Estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande<br />

do Sul e algumas inusitadas, como Colatina, ES. A variedade<br />

de oferta de passagens rodoviárias para cidades<br />

dessas regiões é sintomática, são cidades de origem<br />

dos migrantes.<br />

Tão pequeno mercado não impede que grandes<br />

grupos atacadistas, dos maiores do país, nele atuem,<br />

ainda que de modo diferenciado, utilizando parceiros<br />

locais. Representantes de atacadistas e mesmo de produtos<br />

isolados transitam ao longo da rodovia, conta-

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