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140 AMAZÔNIA REVELADA<br />

A nova configuração territorial do Estado de<br />

Mato Grosso<br />

Na última década do século 20 foi criada meia<br />

centena de novos municípios em Mato Grosso. Essa<br />

realidade territorial mostra como está se dando a rápida<br />

ocupação da Amazônia Legal.<br />

Toda a estrutura territorial do Estado está sofrendo<br />

ações de processos diferenciados. A expansão<br />

da soja no cerrado é o elemento econômico mais dinâmico<br />

na atualidade. Grandes grupos econômicos<br />

exploram-na em grande escala e dois deles têm novos<br />

projetos para a área central do Estado. O primeiro<br />

grupo, Ferrovias do Brasil, desenvolve a Ferronorte,<br />

que inicialmente ligará Rondonópolis, importante<br />

pela concentração dos armazéns e silos, ao Centro-<br />

Sul do país, particularmente São Paulo e o porto de<br />

Santos. O segundo projeto, a construção de um porto<br />

graneleiro em Itacoatiara, no rio Amazonas, por<br />

uma empresa mista – Estado do Amazonas (47%) e<br />

grupo Maggi (53%) –, abriu a possibilidade de a soja<br />

da região central de Mato Grosso ser escoada via BR-<br />

364 até Porto Velho e de lá até Itacoatiara em balsas.<br />

Assim, desenhou-se um novo corredor de exportação,<br />

que, de acordo como o que se assegura, economiza<br />

de 30 a 50 dólares por tonelada de soja em frete.<br />

Esse corredor intensificou a expansão da soja no<br />

cerrado, na direção oeste de Mato Grosso e para o<br />

cerrado de Rondônia.<br />

A pavimentação da BR-163 vai impor novos mecanismos<br />

de conformação territorial em Mato Grosso:<br />

Sinop ganhará finalmente a condição de capital<br />

regional, e poderá passar a comandar a articulação da<br />

rede urbana do norte de Mato Grosso e do sudoeste<br />

do Pará.<br />

A expansão espacial do processo de colonização,<br />

a implantação dos projetos agropecuários e a recente<br />

expansão da soja geraram uma nova configuração territorial<br />

que o Estado está consolidando: Barra do Garça,<br />

Rondonópolis, Sinop, Cáceres e provavelmente<br />

Tangará da Serra serão cidades de segunda grandeza<br />

comandadas por Cuiabá, que rapidamente vai se tornando<br />

metrópole regional. Esses centros urbanos desenvolvem<br />

redes de cidades que estruturam regiões.<br />

Por certo, cada uma delas comandará espaços específicos<br />

de Mato Grosso, com velocidades distintas de<br />

desenvolvimento.<br />

Esse processo gerou o surgimento de grande número<br />

de pequenos centros urbanos, que gradativamente<br />

vão se tornando novos municípios. Estes, por<br />

sua vez, trouxeram para a cena política novos personagens<br />

que abalaram a estabilidade das “velhas” oligarquias<br />

cuiabanas conseguida depois da divisão do Estado<br />

no final da década de 1970.<br />

Entre os centros regionais ganham importância<br />

Colíder, Juara, Alta Floresta e Guarantã do Norte –<br />

este, pela importância estratégica no extremo norte,<br />

que está drenando para Mato Grosso a porção sudoeste<br />

do Pará, inclusive uma expressiva parte da economia<br />

de Novo Progresso.<br />

O garimpo e a expansão da pecuária no sudoeste<br />

do Pará<br />

A Amazônia concentra a maioria das áreas garimpeiras<br />

do país, sobretudo as de ouro e diamante. A<br />

população garimpeira do Brasil é estimada em cerca<br />

de 300.000 trabalhadores, sendo que 80% estão na<br />

Amazônia e a metade destes, no Estado do Pará. Entre<br />

as principais regiões garimpeiras estão Tapajós,

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