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462 AMAZÔNIA REVELADA<br />

O texto parte de uma reflexão sobre a rodovia<br />

como articuladora do desenvolvimento e segue com<br />

um exame dos requisitos e componentes de um possível<br />

modelo de financiamento para o plano de desenvolvimento<br />

regional. Trata posteriormente dos componentes<br />

e requisitos básicos de um possível modelo<br />

de gestão, sintetizados na concepção de um projeto<br />

para a rodovia integrada ao desenvolvimento de sua<br />

área de influência; na adoção de um modelo sustentável<br />

de financiamento que inclua o largo espectro de<br />

benefícios, beneficiados e também das externalidades<br />

negativas provocadas pelo projeto; e conclui com um<br />

exame das potencialidades de uma entidade promotora<br />

participativa, gestora de um capital virtual representado<br />

pelo empreendimento.<br />

Tal entidade poderá se constituir no elementochave<br />

para enfrentamento do conjunto de problemas<br />

associados à ocupação de terras públicas e à necessidade<br />

de solução positiva para a matéria.<br />

A RODOVIA COMO ARTICULADORA<br />

DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL<br />

Na maioria dos projetos desse tipo, a estratégia usualmente<br />

utilizada tem se mostrado insuficiente para garantir<br />

e acelerar os almejados retornos sociais. Via de<br />

regra, cabe ao poder público a tarefa de investir em<br />

determinada infra-estrutura e, dentro dos processos<br />

usuais da economia, aguardar que capitais privados reconheçam<br />

a viabilidade do projeto e também invistam.<br />

Normalmente, tais investimentos, ao menos no<br />

montante originalmente apregoado, ou não se concretizam<br />

ou se materializam muito mais tarde do previsto,<br />

fazendo com que muitos benefícios ou se percam<br />

ou sejam apropriados inadequadamente. Uma das possíveis<br />

razões para tal é que os processos financeiros,<br />

bem como os decisórios, são desarticulados entre si e<br />

também dos reais interesses dos setores sociais e econômicos<br />

atingidos pela infra-estrutura. Não são poucos<br />

os exemplos de rodovias, ferrovias, hidrovias e portos<br />

construídos com recursos públicos visando possibilitar<br />

investimentos privados nos mais diversos setores (industriais,<br />

agrícolas, minerais, energéticos etc.) em que<br />

esses investimentos de fato não aconteceram, provocando<br />

ociosidade da infra-estrutura e desperdício.<br />

Há necessidade, portanto, de adequar o conceito<br />

de rodovia hoje em uso no Brasil às exigências de<br />

desenvolvimento sustentável, o que significa mudanças<br />

importantes referentes à natureza da concessão, e<br />

aos modelos de financiamento e de gestão.<br />

A lógica adotada pela administração pública deverá<br />

ultrapassar a concepção tradicional de concessão<br />

como um negócio, uma simples busca de equilíbrio<br />

econômico-financeiro do investimento e a garantia da<br />

taxa interna de retorno, a lógica funcional deverá ser<br />

a de produzir sinergias sociais, econômicas e financeiras<br />

entre a via e seu entorno social, econômico e ambiental,<br />

de modo a:<br />

• gerar e atender demanda por transporte;<br />

• ressarcir os custos de construção;<br />

• cobrir os custos operacionais;<br />

• compensar externalidades negativas;<br />

• ativar a economia geral da área servida.<br />

É necessário que os elementos centrais do projeto<br />

de infra-estrutura estejam articulados e orientados<br />

para trabalhar em harmonia. A busca por otimizar o

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